Marin, o algoz de Herzog (Leitura de fim de noite)
Por Randolfe Rodrigues em 29/05/2015 na edição 852
Copa de Ouro da Concacaf, 10 de fevereiro de 1998. A maioria da população, no Brasil e nos Estados Unidos, sequer via TV quando a Seleção Brasileira perdeu por 1 a 0 para a equipe norte-americana em um campo improvisado de Los Angeles, na Califórnia. Foi a única derrota do Brasil em 18 jogos. Isso até a goleada de quarta-feira, 27 de maio de 2015, dia em que a Justiça dos Estados Unidos desmascarou uma das maiores quadrilhas do mundo, a Gang da FIFA, chefiada dentre outros por um dos vice-presidentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o notório José Maria Marin, também vice-presidente da FIFA.
Tomamos uma goleada, porque convivemos há décadas – inertes, omissos – com essa quadrilha verde-amarela. Eles mandam e desmandam em nossas federações estaduais e na confederação nacional. Organizam todos os grandes campeonatos nacionais e internacionais de que participamos e acompanhamos pela TV. Foram os gestores sem controle dos bastidores ainda mal contados e mal contabilizados da Copa do Mundo que aconteceu no Brasil em 2014. E, para decepção da torcida brasileira, acabaram sendo flagrados e presos não pela Polícia Federal brasileira, mas pelos agentes do FBI e da Justiça dos Estados Unidos.
Uma das acusações que pesa sobre o quadrilheiro José Maria Marin é a de receber propina na venda dos direitos de transmissão da Copa do Brasil. Não a Copa do Mundo, mas a nossa doméstica Copa do Brasil, uma competição nacional, realizada em solo brasileiro, disputada por 86 equipes brasileiras, televisionada para todo o país e retransmitida para o território norte-americano.
A prisão de sete altos executivos da FIFA, incluindo José Maria Marin, nos remete à vergonha dos 7 a 1 que sofremos na Copa do Mundo. Nosso consolo é que, agora, a prisão dos que roubam a alegria e a inocência do futebol faz a alegria dessa paciente e maltratada torcida brasileira. Marin é um fiapo da ditadura militar brasileira. É produto da pior fase de nossa história, foi um gestor público afinado com torturadores e com a ala dura do regime que torturou e assassinou toda uma geração.
Comparsas no crime
José Maria Marin resume, como ninguém, os caminhos cruzados que fazem do futebol e da política um campo aberto onde se confundem os oportunistas, os canalhas e os corruptos. No campo do futebol, como na política, Marin sempre jogou na direita. Foi ponta-direita medíocre de times do interior paulista, no início da década de 1950, atuando por times como o São Bento e o Jabaquara. Chegou a enganar num time grande, o São Paulo, onde disputou apenas dois jogos oficiais e fez um único gol.
Esperto, Marin decidiu trocar de campo para enganar na política. Elegeu-se vereador na capital paulista por uma sigla ideologicamente adequada ao ex-ponta-direita: o PRP, fundado pelo líder integralista Plínio Salgado, guru da extrema-direita brasileira que se inspirava no III Reich de Adolf Hitler. Quando veio o golpe de 1964, Marin trocou de camiseta, sem mudar de time: filiou-se à Arena, o partido da ditadura militar. Em 9 de outubro de 1975, no auge da violência do governo do general Emílio Garrastazu Médici, o deputado estadual da Arena José Maria Marin subiu à tribuna para denunciar a existência de comunistas na TV Cultura de São Paulo.
Duas semanas depois, o jornalista Vladimir Herzog, chefe de jornalismo da TV, foi encaminhado à sede do DOI-CODI, na sinistra Rua Tutóia, o endereço mais sangrento da rede de tortura e barbárie da ditadura. Herzog chegou lá na manhã do dia 25 de outubro, 15 dias após o discurso furioso de Marin. No início da tarde daquele dia, Herzog estava morto.
Esta criminosa conexão foi revelada em 2012 pelo jornalista Juca Kfouri, ao afirmar que Marin é “fartamente” responsável pela prisão que resultou no assassinato de Herzog. Marin é um fóssil da ditadura, uma carcaça do entulho autoritário legado ao país por 21 anos de regime arbitrário. É uma pena que Marin tinha passado impune por tudo isso, imune às investigações da Comissão Nacional da Verdade, ignorado pela polícia e fora de alcance da Justiça brasileira. É uma vergonha para todos nós que, depois dos anos de chumbo e de sua gestão corrupta nas federações e na CBF, Marin só tenha sido preso por ação de órgãos investigativos e policiais dos Estados Unidos, e não do Brasil. Escapou da Polícia Federal, mas não conseguiu escapulir do FBI. A torcida sempre aplaude um gol de placa. Assim, palmas para o FBI.
Mas, não nos enganemos: Marin nunca andou só. Como cabe a todo quadrilheiro, ele tinha comparsas no crime. Foi ungido presidente na CBF por Ricardo Teixeira, seu antecessor, e sagrou o seu sucessor, o atual mandatário, Marco Polo del Nero. Ambos agora sob investigação pelo FBI e pela Justiça dos Estados Unidos. Ainda veremos outros gols de placa.
Patrimônio cultural
Conseguiremos nós, brasileiros, dar conta da quadrilha instalada em nossos clubes e estádios? Temos duas oportunidades de faxina, nesse momento. A primeira missão é investigar esse esquema nacional e internacional em todas as frentes, inclusive a parlamentar. O senador Romário acaba de aprovar em tempo recorde no Senado Federal, com 54 assinaturas, uma CPI para investigar Marin e seus comparsas.
A corrupção no futebol é um moto contínuo, que não afeta uma única competição nacional ou internacional. É preciso desmascarar os corruptos, punir os envolvidos e garantir o ressarcimento dos valores pagos como propina para os cofres das entidades. Mas, isso só não basta. É fundamental uma segunda medida: aproveitar esse momento ímpar da história para reformar a estrutura decadente do futebol brasileiro. A Medida Provisória 671, que tramita no Congresso, é um gol de placa de um governo que anda meio ruim das pernas.
É preciso garantir, como prevê o texto original da MP, que órgãos como a CBF funcionem de maneira democrática, com participação efetiva dos jogadores, com direito a voz e a voto nas assembleias, e estabelecendo limite à reeleição dos dirigentes. Isso evitaria a apropriação da CBF e federações por clãs e gangues que se perpetuam e se acumpliciam. Tanto quanto de clubes e entidades, é necessário transparência na gestão de recursos, com a divulgação de balanços financeiros e o fim dos sigilos contratuais por onde se infiltra a corrupção.
Muito mais do que um negócio, o futebol é um patrimônio cultural do povo brasileiro. Quem administra o esporte não deve atuar como empresário de um negócio oculto. Ele deve ter a consciência de um gestor de patrimônio público, um bem valioso e caro às emoções de milhões de brasileiros. No campo sagrado e vitorioso do futebol, não existe espaço para gente da laia de José Maria Marin.
*Randolfe Rodrigues é senador pelo PSOL do Amapá
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Eleição da Fifa tem protestos e invasão da pró-Palestina
(1) Protestos em Zurique ironizaram e pediram saída de Blatter (Foto: Michael Buholzer / AFP)
(2) Manifestantes pró-Palestina fizeram barulho em Zurique (Foto: Ennio Leanza / EFE)
(3) Eleição da Fifa teve protesto de manifestantes pró-Palestina em Zurique (Foto: Michael Buholzer / AFP)
29 MAI 2015
Fabrice Coffrini / AFP / Terra
Agência EFE
Em meio a escândalo de corrupção , o 65º Congresso da Fifa teve início nesta sexta-feira com manifestações do lado de fora do teatro em que o evento é realizado, em Zurique, na Suíça. Os atos foram contra as condições de trabalho nas obras para a Copa do Mundo no Catar e também em prol dos palestinos, que pediam a suspensão da seleção de Israel.
Uma simpatizante da Palestina chegou a invadir o local em que o Congresso é realizado, dizendo que a Fifa merece receber o cartão vermelho. O presidente da entidade, Joseph Blatter, que concorre à reeleição nesta reunião, pediu para que os seguranças a retirassem.
A Associação de Futebol Palestina pedia uma votação sobre a suspensão da Associação de Futebol de Israel. O motivo? Israel não quer tirar de sua liga as cinco equipes das colônias judias nos territórios palestinos ocupados.
A federação da Palestina, contudo, retirou o pedido de suspensão algumas horas depois. Isto porque o Congresso da Fifa aprovou, em votação, a criação de um mecanismo que garantirá que Israel não colocará obstáculos ao futebol palestino e que analisará a participação de equipes de colônias judaicas no futebol do país.
FA Presidents of Israel and Palestine shake hands @ #FIFACongresspic.twitter.com/4RO17gKPr1
— FIFA Media (@fifamedia) 29 maio 2015
Do lado de fora, o evento continuou sendo alvo de contestação, inclusive com faixas de pessoas que se agruparam em frente ao local. No ano passado, antes da Copa do Mundo, o Congresso da Fifa em São Paulo também teve manifestação pró-Palestina em frente ao evento.
Já a manifestação deste ano tem como alvo também as condições dos trabalhadores no Catar, onde será realizado o Mundial de 2022. Os protestos acontecem em um momento de tensão para a Fifa, que se vê envolta a um escândalo de corrupção, inclusive com sete dirigentes detidos na Suíça, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.
Discurso de Blatter
O presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, pediu nesta sexta-feira que as associações nacionais de futebol “cerrem fileiras” nestes tempos difíceis vividos pela organização devido aos escândalos de corrupção envolvendo membros da cúpula da entidade, como ex-presidente da CBF José Maria Marin.
“Os eventos dessa semana causaram uma tempestade. Há uma sombra sobre o futebol e sobre esse Congresso por causa dos eventos que ocorreram. Não podemos deixar que a reputação da Fifa seja jogada na lama. Eu falei sobre mudanças, devemos cerrar fileiras e seguir em frente”, disse Blatter aos delegados durante a apresentação do relatório de seu mandato, que termina hoje.
Joseph Blatter discursa durante o 65º Congresso da Fifa (Foto: Mike Hewitt / Getty Images)
Blatter se referiu diretamente aos casos de corrupção que afetam a Fifa, revelados dois dias antes do Congresso anual, e explicou que modificou seu relatório para levar em conta estes últimos acontecimentos, aos quais, indiretamente, dedicou praticamente todo seu discurso.
Sobre essa questão, o dirigente reiterou o que já havia dito anteriormente: “Aceito que o presidente da Fifa é o responsável de tudo. Quero compartilhar esta responsabilidade com vocês ou, pelo menos, com o Comitê Executivo, mas não podemos controlar permanentemente todos os que estão no futebol. Os culpados são indivíduos e não o conjunto da organização”, enfatizou.
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Mutirão do plantio de Horta Comunitária será neste domingo (31) no Octávio Pécora em Campo Grande, MS
Acontecerá nesse domingo (31/05) mais um mutirão no Centro Comunitário do Bairro Octávio Pécora, para a continuação do plantio da horta comunitária e construção do parquinho infantil.
Gostaríamos de agradecer a presença de todos que compareceram até agora, e relembrar que a horta não é apenas importante para a comunidade do bairro, mas sim, para todos nós que sabemos (ou não) o quão indispensável é a ingestão de alimentos saudáveis, e a diferença que isso faz para nosso planetinha ♥
Com exemplos, conseguiremos mostrar a todos que somos capazes de todas as mudanças que queremos, e que só basta uma coisinha: Começar essa mudança! Aguardamos vocês.
Quem puder levar água, frutas, um lanche leve, será muito bem vindo, faremos assim um roda de comidas e felicidade.
TRAGAM SEMENTES PARA A FEIRA DE TROCAS!!!
Beijos de luz.
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*Comentário do blog: Supimpa!
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Crise econômica agrava inadimplência e aumenta o risco de perda do imóvel no MS
Negociar atrasos no pagamento antes da notificação do banco evita maiores transtornos
Com o aumento do custo de vida, fica mais difícil pagar as contas em dia. O problema se agrava quando se trata de prestações mais caras, como financiamento imobiliário. Segundo o presidente da ABMH-MS (Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação), José Carlos Teixeira, os consumidores inadimplentes como o financiamento habitacional têm de ficar atentos, principalmente aqueles que financiaram a casa própria por meio da modalidade alienação fiduciária. Ver reportagem completa de Danilo Nery na edição de hoje do jornal “O Estado MS”.
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Professores e funcionários de universidades federais iniciam greve
Instituições Federais de Ensino Superior em 14 estados foram afetadas; Meca diz que paralisação com data marcada “não é diálogo”
Professores e técnicos de universidades federais de ao menos 14 estados decidiram, em assembleias, paralisar suas atividades desde ontem. A greve começou em universidades federais de Alagoas, Amapá, Espírito Santo. Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Os servidores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas federais. Alo longo dos próximos dias, professores e servidores de todas as universidades federais devem fazer assembleias para decidir se participam ou não do movimento nacional. Ver matéria completa na edição de hoje do Correio do Estado e Agencias em Brasília.
http://www.correiodoestado.com.br
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*Comentário do blog: De volta aos tempos antigos depois de um período de abundância!
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Primeiro frio do ano deve ser registrado nesta sexta em MS, com temperaturas de 10°C
Frio aumenta em Campo Grande, MS (Foto: Correio do Estado/Arquivo)
Dia deve amanhecer com nevoeiros e menores temperaturas estão previstas para o sul do Estado
29 de Maio de 2015
GLAUCEA VACCARI
O primeiro frio do ano deve chegar a Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira (29), com temperatura mínima de 10°C.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso informando sobre a ocorrência de queda das temperaturas nas regiões centro e sul.
De acordo com o Inmet, as temperaturas devem sofrer queda significativa devido à passagem de um ciclone extratropical em águas catarinenses. O dia deve amanhecer com névoa úmida e alguns nevoeiros.
O frio deve ser mais intenso nos municípios da região centro-sul. A mínima prevista para o estado, de 10°C, deve ser registrada em Ponta Porã e Dourados. A máxima não deve passar de 26°C nos dois municípios.
Em Campo Grande, os termômetros devem oscilar entre 14°C e 26°C. O dia na Capital deve amanhecer com nevoeiro e durante a tarde o sol pode aparecer entre nuvens.
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*Comentário do blog: O frio tá chegando!
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