Charge do Mariano: Financiamento privado de Campanha

30/05/2015 at 13:12 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo) (, , , , , )

mariano

Charge do Mariano para o Chargeonline. Super!

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Eleição da Fifa tem protestos e invasão da pró-Palestina

29/05/2015 at 16:55 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo) (, , , , , )

fifafifa 2fifa3(1) Protestos em Zurique ironizaram e pediram saída de Blatter (Foto: Michael Buholzer / AFP)

(2) Manifestantes pró-Palestina fizeram barulho em Zurique (Foto: Ennio Leanza / EFE)

(3) Eleição da Fifa teve protesto de manifestantes pró-Palestina em Zurique (Foto: Michael Buholzer / AFP)

29 MAI 2015

Fabrice Coffrini / AFP / Terra

Agência EFE

Em meio a escândalo de corrupção , o 65º Congresso da Fifa teve início nesta sexta-feira com manifestações do lado de fora do teatro em que o evento é realizado, em Zurique, na Suíça. Os atos foram contra as condições de trabalho nas obras para a Copa do Mundo no Catar e também em prol dos palestinos, que pediam a suspensão da seleção de Israel.

Uma simpatizante da Palestina chegou a invadir o local em que o Congresso é realizado, dizendo que a Fifa merece receber o cartão vermelho. O presidente da entidade, Joseph Blatter, que concorre à reeleição nesta reunião, pediu para que os seguranças a retirassem.

A Associação de Futebol Palestina pedia uma votação sobre a suspensão da Associação de Futebol de Israel. O motivo? Israel não quer tirar de sua liga as cinco equipes das colônias judias nos territórios palestinos ocupados.

A federação da Palestina, contudo, retirou o pedido de suspensão algumas horas depois. Isto porque o Congresso da Fifa aprovou, em votação, a criação de um mecanismo que garantirá que Israel não colocará obstáculos ao futebol palestino e que analisará a participação de equipes de colônias judaicas no futebol do país.

FA Presidents of Israel and Palestine shake hands @ #FIFACongresspic.twitter.com/4RO17gKPr1

— FIFA Media (@fifamedia) 29 maio 2015

Do lado de fora, o evento continuou sendo alvo de contestação, inclusive com faixas de pessoas que se agruparam em frente ao local. No ano passado, antes da Copa do Mundo, o Congresso da Fifa em São Paulo também teve manifestação pró-Palestina em frente ao evento.

Já a manifestação deste ano tem como alvo também as condições dos trabalhadores no Catar, onde será realizado o Mundial de 2022. Os protestos acontecem em um momento de tensão para a Fifa, que se vê envolta a um escândalo de corrupção, inclusive com sete dirigentes detidos na Suíça, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.

Discurso de Blatter

O presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, pediu nesta sexta-feira que as associações nacionais de futebol “cerrem fileiras” nestes tempos difíceis vividos pela organização devido aos escândalos de corrupção envolvendo membros da cúpula da entidade, como ex-presidente da CBF José Maria Marin.

“Os eventos dessa semana causaram uma tempestade. Há uma sombra sobre o futebol e sobre esse Congresso por causa dos eventos que ocorreram. Não podemos deixar que a reputação da Fifa seja jogada na lama. Eu falei sobre mudanças, devemos cerrar fileiras e seguir em frente”, disse Blatter aos delegados durante a apresentação do relatório de seu mandato, que termina hoje.

during the 65th FIFA Congress at the Hallenstadion on May 29, 2015 in Zurich, Switzerland.

Blatter during the 65th FIFA Congress at the Hallenstadion on May 29, 2015 in Zurich, Switzerland.

Joseph Blatter discursa durante o 65º Congresso da Fifa (Foto: Mike Hewitt / Getty Images)

Blatter se referiu diretamente aos casos de corrupção que afetam a Fifa, revelados dois dias antes do Congresso anual, e explicou que modificou seu relatório para levar em conta estes últimos acontecimentos, aos quais, indiretamente, dedicou praticamente todo seu discurso.

Sobre essa questão, o dirigente reiterou o que já havia dito anteriormente: “Aceito que o presidente da Fifa é o responsável de tudo. Quero compartilhar esta responsabilidade com vocês ou, pelo menos, com o Comitê Executivo, mas não podemos controlar permanentemente todos os que estão no futebol. Os culpados são indivíduos e não o conjunto da organização”, enfatizou.

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Professores e funcionários de universidades federais iniciam greve

29/05/2015 at 11:08 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo)

greve ufms

Instituições Federais de Ensino Superior em 14 estados foram afetadas; Meca diz que paralisação com data marcada “não é diálogo”

Professores e técnicos de universidades federais de ao menos 14 estados decidiram, em assembleias, paralisar suas atividades desde ontem. A greve começou em universidades federais de Alagoas, Amapá, Espírito Santo. Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Os servidores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas federais. Alo longo dos próximos dias, professores e servidores de todas as universidades federais devem fazer assembleias para decidir se participam ou não do movimento nacional. Ver matéria completa na edição de hoje do Correio do Estado e Agencias em Brasília. 

http://www.correiodoestado.com.br

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*Comentário do blog: De volta aos tempos antigos depois de um período de abundância!

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Ensaio fotográfico: Homens de Sal (Leitura de final de noite)

28/05/2015 at 23:34 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo) ()

sal 1Empregando técnica incomum, fotógrafo paulistano registra trabalho penoso, invisível e quase extinto dos salineiros. Eles recolhem, na natureza, algo que é parte significativa da história humana

26/05/2015

Por Inês Castilho / Outras Palavras

Ricardo Hantzschel, paulistano descendente de holandeses e alemães, pesquisador, mestre em câmeras pinhole e professor de fotografia na Faculdade Senac, registra em SAL (2011-2015) o cenário e os trabalhadores da extração do sal na Região dos Lagos, leste do Rio de Janeiro. Exploradas desde 1797, as salinas fluminenses estão desaparecendo diante de métodos modernos de extração. O ensaio foi vencedor do XIV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, da Funarte, e convidado a participar da X Bienal de Florença, em outubro.

“Viajante, pesquisador, mestre de oficina, íntimo do mar, escolheu territórios de salinas, Cabo Frio, Araruama e outros, canteiros geométricos de brancura integral, alimentada pelo Sol disciplinado esteticamente por resguardos de madeira, atmosfera no atendimento especial do humor do artista” – escreveu o consagrado fotógrafo e artista plástico Fernando Lemos sobre o autor, no texto de apresentação do trabalho.

Antes, Ricardo Hantzschel já havia voltado suas lentes, e mente, para outras realidades em vias de extinção. Convidado a registrar o último jogo de futebol da carceragem da Casa de Detenção de São Paulo, pouco antes de sua implosão, Ricardo percorreu as celas já desocupadas fotografando e recolhendo objetos abandonados – cartas, imagens de carros, santos e, principalmente, mulheres. A montagem das fotos e objetos resultou no projeto Vestígios do Carandiru (2002-2004), próximo das artes plásticas. Outro ensaio é Sombra do Porto (1996-1999), em que registra os anos de transição do trabalho braçal dos estivadores do porto de Santos, em vias de ser privatizado e ter as práticas de manuseio de carga automatizadas.

Mas o que o atraiu ali, entre as cidades de Araruama e Cabo Frio, diz ele, foi “a geometria precisa dos quadrados das salinas, adornados por montes brancos, cata-ventos e figuras humanas, imersas na vastidão de uma paisagem absolutamente singular”. Entre 2011 e 2015, voltou anualmente ao parque salineiro fluminense para realizar o ensaio, “ressaltando a artesania do processo de extração do sal, conhecendo seus personagens e refletindo sobre as questões socioambientais da região”. O resultado é um livro precioso e várias exposições, entre elas uma em Cabo Frio, em que levou o fruto do trabalho a seus sujeitos – os salineiros.

Sobre a obra, inovadora e orgânica ao combinar o sal das salinas à técnica do papel salgado, precursora da fotografia, o autor declara:

“Esta é uma obra de ficção. Uma representação de um real possível, mediado pelo aparato, pela edição, pela emoção e pela imaginação. O mote é o sal, substância que faz parte significativa da história do homem. De caráter simbólico, em diversas culturas aparece em rituais de proteção e purificação; em outras, representa a incorruptibilidade ou mesmo a amargura. De grande valor, quando raro já foi moeda de troca e salário de soldados. Seu poder de conservar alimentos é o mesmo que corrói o ferro e resseca a pele do salineiro, marcada pelo sol, pelo vento, pelo tempo. Personagem de um ofício que se mantém inalterado desde o século XIX e que tende a desaparecer lenta e silenciosamente, calando o arrastar metálico das pás, o gemer dos carrinhos de mão, o puxar dos rodos, o pavonear dos cata-ventos. Um lugar em que a paixão e o desencanto se misturam, originando cristais brilhantes na água salgada”.

“O suporte eleito, composto de papel aquarela, sal e prata, carrega na superfície imagens de um mundo à parte. A aplicação manual do sensibilizante com pincel agregou o gesto, aumentando a presença do acaso no processo do papel salgado, cuja técnica, precursora da fotografia, incorpora organicamente á imagem o produto bruto extraído da salina.”

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sal 6sal 3Ricardo Hantzschel e seu Zé Barbosa

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*Comentário do blog: Supimpa!!!

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Dois episódios e mais uma guinada à direita (Leitura do almoço)

20/05/2015 at 12:33 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo)

hermano-de-melo-esta3Hermano Melo*

20/05/2015

Dois episódios veiculados recentemente pela mídia nacional são indicativos de que o Brasil experimenta atualmente forte onda de intolerância e expressiva guinada para a direita em seu plano político. Primeiro, foi a agressão verbal sofrida pelo ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), em restaurante de São Paulo, Capital, na tarde da última sexta-feira, 15/05. Segundo, foi a saída da prisão, quase no mesmo dia, no Rio de Janeiro, do denunciador do mensalão Roberto Jefferson (PTB-RJ), que tem intenção de retornar à política partidária em 2018.

No primeiro episódio, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT/SP) almoçava com amigos de muitos anos em restaurante no Itaim Bibi, na zona oeste da capital paulista, quando foi hostilizado por outro cliente da Casa. Depois de anunciar que o ex-ministro se encontrava ali, o homem disse: “Padilha, que nos brindou com o programa “Mais Médicos” da presidente Dilma Rousseff, foi o responsável pelo gasto de R$ 1 bilhão que nós todos, otários aqui, pagamos até hoje”.

A cena foi divulgada no Facebook da página “Vem Pra Rua Brasil”, de autoria de Danilo Amaral, ex-presidente da BRA Transportes Aéreos e sócio na Trindade Investimentos. Segundo consta, Amaral é grande detrator do PT e defensor de grupos que pedem o impeachment de Dilma Rousseff. São frequentes, portanto, seus compartilhamentos de posts com grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), responsável pela organização dos protestos contra a presidente realizados em março e abril deste ano.

Em resposta, o ex-ministro Padilha – que se candidatou ao governo de São Paulo nas últimas eleições – e perdeu para Alckmin, após contestar a atitude de Amaral, publicou texto detalhado sobre o episódio, e ressaltou os benefícios do programa federal “Mais Médicos”.

No segundo episódio, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), condenado a sete anos de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão, a cumprir prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

roberto jefferson deixa prisão

Roberto Jefferson

Jefferson foi preso em fevereiro de 2014 e cumpria pena estabelecida pelo Supremo no Instituto Penal Francisco Spargoli, em Niterói (RJ). O ex-deputado conseguiu atingir um sexto da pena com desconto dos dias trabalhados em escritório de advocacia. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Jefferson ganhou o benefício, previsto na Lei de Execução Penal (LEP), por ter cumprido um sexto da pena em regime inicial semiaberto.  Apesar de condenado, Roberto Jefferson tentará suspender os efeitos da Lei da Ficha Limpa para voltar ao Congresso em 2018.

Mas qual seria o vínculo e a importância de um e do outro fato no contexto atual da política brasileira? No primeiro caso – a agressão sofrida pelo ex-ministro Padilha – revela o sentimento de intolerância do agressor que viu Alexandre Padilha como representante do Partido dos Trabalhadores (PT), responsável por todas as mazelas do País nos últimos tempos. Daí a necessidade de punir o ex-ministro por isso.

Quanto à saída da prisão de “Bob Jefferson”, pivô de toda trama que resultou no julgamento do mensalão e na condenação de José Genoíno e José Dirceu, em particular, ambos do PT, tudo indica que logo que ele se sinta mais à vontade em casa, voltará à carga e será de grande utilidade para determinados segmentos da direita nacional em 2018.

Resumo da ópera: Tanto num como noutro episódio é bem provável que mais uma vez a direita sai fortalecida e pronta para desfechar o golpe do impeachment em Dilma Rousseff no próximo dia 27/05 em Brasília. É preciso lutar contra isto.

*Jornalista e Escritor

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Ainda sobre o programa do PT na TV (dia 5)

10/05/2015 at 12:47 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo)

 

Lula-TV-PT-5maio2015Lula no programa do PT no dia 05/05/2015

hermano-de-melo-esta3Hermano Melo*

10/05/2015

É bem provável que descontada uma ou outra impropriedade, o Partido dos Trabalhadores (PT) realizou no último dia 5/5 um de seus melhores programas de TV. E isso não se deve a qualquer truque de marketing daqueles que o organizaram. A mensagem foi direta, o programa se revelou sóbrio, enxuto, objetivo, e deixou claro para os que o assistiram quanto o Brasil evoluiu no aspecto social nos últimos 12 anos a partir dos governos do PT – especialmente nos dois mandatos do ex-presidente Lula e nos quatro primeiros anos da presidente Dilma Rousseff.

Assim, foi possível relembrar com a fala do ex-presidente Lula (principal protagonista da noite), quanto o Brasil avançou em relação, por exemplo, aos 42 milhões de brasileiros que ascenderam na escala social devido à implementação de programas como o Bolsa Escola, Minha Casa – Minha Vida, Reforma Agrária, ampliação de vagas nas Universidades e Escolas Técnicas, e outros.

panelaçoEvidente que esse não foi o caso para os que estavam envolvidos com o protesto do ‘Panelaço’ – ato de bater e chocalhar panelas em milhares de residências Brasil afora durante a exibição do programa – que não estavam nem aí para o que estava sendo dito e mostrado na TV. E isso aconteceu mesmo quando se mostrou os esforços do PT no sentido de combater a corrupção que, segundo os apresentadores do programa, atinge um percentual mínimo dos que fazem o Partido dos Trabalhadores.

Como disse a colunista do jornal 247,Tereza Cruvinel, no dia seguinte à exibição: “O programa do PT exibido ontem (5) expressa uma mudança importante na relação do ex-presidente Lula e do próprio partido com o governo da Presidente Dilma Rousseff, ou seja, prevaleceu a prioridade de se resgatar a imagem do PT junto a sua base histórica no momento mais difícil do partido”. E completou: “Lula passará agora a trilhar um novo caminho em que agirá mais como o Lula histórico e menos como patrono do governo Dilma”.

O problema maior, porém, não foi em relação ao programa do PT propriamente dito, mas sim com a sensação de ‘Déjà vu’ que ele ensejou ao mostrar o ex-presidente Lula como garoto-propaganda e provável candidato do PT à Presidência da República em 2018. Ora, se atualmente o Partido dos Trabalhadores e seus aliados enfrentam sérias dificuldades em prosseguir com o modelo supostamente mais à esquerda do espectro político, é difícil apostar em mais uma candidatura Lula e do PT nos próximos anos pós-Dilma.

Dessa forma, a despeito da qualidade e do aspecto “clean” do programa do PT na TV, terça-feira última, e da presença do ex-presidente Lula como garoto-propaganda da legenda, o Partido dos Trabalhadores deveria ter apresentado novas lideranças políticas pós-Lula e pós-Rui Falcão, que pudessem galvanizar novamente a esquerda brasileira para o patamar que ela merece a partir de 2018.

Mas como foi dito aqui e alhures, os políticos assim como as estruturas metálicas na construção civil se desgastam e enferrujam. Daí a necessidade tanto de uns como de outras de serem substituídos de vez e sempre, para se manter “o bonde andando” na direção certa. É isso que precisa ser dito com todo cuidado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

*Jornalista e escritor

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O discurso de Dilma no 1º de maio (Leitura matinal)**

01/05/2015 at 11:42 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo) ()

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hermano-de-melo-esta3Hermano Melo*

1º de Maio de 2015

Ministros que fazem parte da coordenação política da presidente Dilma Rousseff foram unânimes em recomendar que a presidente – e parece que ela acatou a ideia – não faça o tradicional discurso de primeiro de maio, Dia do Trabalhador, em cadeia de Rádio e TV. E a razão para tomada dessa decisão, embora negada por ela, é simples: medo que haja panelaço semelhante ao que ocorreu no Dia da Mulher, em março passado.

Dilma no dia 1º

Dilma hoje (1º de Maio) nas Redes Sociais

Em vez disso, conforme anúncio feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo federal, Edinho Silva, Dilma deverá fazer o pronunciamento oficial apenas via redes sociais. Segundo o ministro, “essa é uma forma de valorizarmos outros modais de comunicação e a presidenta não precisa se manifestar apenas em cadeia nacional. Mas ela vai continuar utilizando a televisão, a cadeia nacional, quando for necessário”.

Mas o problema parece que não é só este. É que, em meados de maio, o governo espera aprovar em comissões especiais do Congresso duas medidas provisórias que alteram o acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas. Embora haja divergência sobre alguns aspectos do ajuste fiscal, a base aliada do governo chegou à conclusão que é preciso aprovar algumas dessas medidas contrárias aos interesses dos trabalhadores.

Outro quiproquó parece estar relacionado com o seguro-desemprego, que o governo quer aumentar de seis para 18 meses o tempo de trabalho para uma pessoa pedir o benefício pela primeira vez, embora o relator da medida provisória no Congresso, Paulo Rocha (PT-PA), sugeriu carência de 12 meses.

Apesar da pauta polêmica com as centrais sindicais, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), acredita, porém, que o projeto de lei da terceirização, patrocinado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é que vai dar o tom dos protestos de primeiro de maio.

Apesar de todas essas pedras no caminho de Dilma Rousseff, seria deveras importante que ela se dirigisse aos trabalhadores, quando das comemorações do dia primeiro de maio, em cadeia de Rádio e TV e não por meio de redes sociais. E mais: explicasse da melhor forma possível as dificuldades que o Brasil atravessa e como ela pretende sair do imbróglio em que o País está metido, independentemente ou não da ameaça de panelaço.

Ora, se é verdade que o panelaço se origina de lares da “classe A” brasileira, ou seja, da chamada elite econômica do País, e a presidenta Dilma estará se dirigindo, em particular, aos trabalhadores de origem mais humilde, é quase certo que o barulho metálico de frigideiras e outros apetrechos de cozinha não prejudicará demais o seu pronunciamento de 10 minutos no Rádio e na TV.

Mas, mesmo supondo que isso ocorra, seria o caso de perguntar à presidente Dilma Rousseff: até quando Vossemecê ficará recolhida e sem discursar em público, a temer vaias e panelaços da oposição inconformada?

*Jornalista e Escritor

**Artigo publicado hoje (1º de Maio) no jornal Correio do Estado

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A declaração do ministro Jacques Wagner**

18/04/2015 at 11:19 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo)

Laad 2015Cerimônia de abertura da LAAD 2015 (Imagem: Ronaldo Olive)

hermano-de-melo-esta3Hermano Melo*

18 de Abril de 2015

Na última terça-feira (14), após participar da abertura da feira de defesa LAAD – a maior feira de defesa da América Latina, que congrega delegações oficiais e expositores de 71 países e se estenderá até a próxima sexta-feira (17) no Rio de Janeiro (RJ) – quando em presença de vários generais, o Ministro da Defesa Jacques Wagner foi enfático ao declarar que “os militares ignoram os pedidos de intervenção contra o governo ouvido nos recentes protestos contra a presidente Dilma Rousseff”.

Jacque Wagner

Ministro da Defesa Jacques Wagner

E completou: “Essa chamada tem uma adesão ‘com tendência zero’ nos quartéis”. De acordo com ele, porém, é triste ver que uma parte dos brasileiros deseja uma intervenção militar, ainda que seja uma “parcela minoritária de entre 9 % e 11% dos que participaram dos protestos do dia 15 de março”. A chamada a uma intervenção militar, segundo Wagner, é uma “afronta contra a democracia e não só afeta o governo, mas a todas as instituições do Estado”.

Ainda de acordo com a reportagem, os maiores protestos contra a presidente Dilma e contra a corrupção ocorreram em 15 de março deste ano, quando dois milhões de pessoas se reuniram em dezenas de cidades.  No domingo passado (12), os protestos se repetiram, mas congregaram apenas 700 mil pessoas em diversas cidades, segundo cálculos da polícia militar, embora neste caso os manifestantes tenham posto mais ênfase em pedir a renúncia ou a destituição de Dilma Rousseff.

Jacques Wagner afirmou ainda que a “bandeira da destituição não consegue motivar” a maioria dos brasileiros, mas avaliou que o governo recebeu “com humildade e tranquilidade” as manifestações dos últimos dias. Evidente, portanto, que a aparição e o discurso de um ministro civil que chefia as forças armadas brasileiras em ocasião tão importante – e diante de um público proveniente de mais de 70 países – revela que apesar dos distúrbios de rua dos últimos dias e ameaças de impeachment da presidente Dilma, vive-se um estado de plena democracia representativa aqui no Brasil.

No entanto, é preciso ter cautela, pois pode haver outras explicações. Em primeiro lugar, é possível que os militares – após avaliação prévia das manifestações que aconteceram em março e abril últimos no Brasil – concluíram que não há a necessidade da intervenção deles contra o governo Dilma, uma vez que a própria sociedade civil – leia-se a elite brasileira – parece dar conta do recado de criar condições para destituir o atual governo, apesar de ter sido eleito democraticamente pelo povo.

Pode ser também que os militares já se sintam suficientemente confiantes, diante do maremoto que se abate diuturnamente sobre o governo Dilma – decrescimento, inflação em alta, operação Lava Jato, etc. – em lançar candidatura própria em 2018 – quem sabe, Jair Bolsonaro? – quando as condições políticas parecem favorecer a priori o lançamento de candidaturas de direita – e, quem sabe – até de extrema direita no Brasil.

Por fim, o episódio da Feira de Defesa “LAAD” no Rio de Janeiro e o debute de Jacques Wagner como ministro da defesa podem significar talvez o retorno a mais um período de trevas que vai certamente levar de roldão os avanços sociais conquistados até agora pelos governos Lula e Dilma no Brasil. Diante dos fatos elencados acima, portanto, essa tendência zero de não intervenção militar a que o ministro Wagner se referiu em seu discurso precisa ser no mínimo repensada.

*Jornalista e escritor

**Artigo publicado hoje (18/04) no jornal Correio do Estado.

***Este artigo foi publicado ontem aqui no blog, com o título “O discurso de Jacques Wagner na Laad”. Hoje o republicamos aqui pela alteração do título do original que enviamos anteriormente ao Correio do Estado.  Grato, Correio, pela publicação de hoje. Na verdade, este é o melhor título!

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A escolha do Temer (Leitura dominical)

12/04/2015 at 09:57 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo) ()

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hermano-de-melo-esta3Hermano Melo*

Pelo menos três episódios recentes revelam que setores conservadores se aproximam a passos largos para assumir o poder político no Brasil.

Primeiro, foi a aprovação por 324 a 137 votos pelo Plenário da Câmara dos Deputados do texto-base do Projeto de Lei 4330/04, que regulamenta contratos de terceirização no setor privado e empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e controladas na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios. Falta agora aprovar os destaques para a lei entrar em vigor (dia 13/04).

Segundo, foram as passeatas ralas promovidas por CUT, MST e UNE em 17 estados e no Distrito Federal. Na maioria dos lugares, houve protestos contra o projeto de lei que regulamenta e flexibiliza a terceirização do emprego, além de manifestações em defesa da Petrobras, da democracia e de reforma política. No total, os atos reuniram 6,010 mil pessoas, segundo as polícias militares dos estados. Ou 13,960 mil, conforme os organizadores.

Terceiro, foi a escolha pela própria presidente Dilma Rousseff (PT) de seu vice, Michel Temer (PMDB), para fazer a articulação política do governo. Isso ocorreu após quiproquó com o deputado federal Pepe Vargas (PT), que era cotado para assumir a função e foi depois guindado à Secretaria de Direitos Humanos no lugar de Ideli Salvatti.

Em relação ao primeiro tópico, enquanto o relator da matéria, deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA), manteve a possibilidade de a terceirização ocorrer em quaisquer atividades da empresa (meio ou fim), os opositores do projeto argumentam que isso provocará a precarização de direitos trabalhistas e salários. Não precisa dizer que a decisão tomada pela Câmara, se mantida, afetará muito mais negativamente aos trabalhadores que às empresas, de maneira geral.

Quanto as manifestações de rua que tinham como objetivo protestar contra à aprovação do PL na Câmara e em defesa da Petrobras e da Reforma Política, mostraram-se mais uma vez esvaziadas e em alguns casos chochas, embora tenham sido em alguns momentos reprimidas com violência pela polícia, como em Brasília-DF.

No que se refere à escolha de Michel Temer (PMDB/SP) para fazer a articulação política de governo Dilma, talvez seja o item que poderá trazer mais prejuízo à imagem já arranhada do atual governo federal. Embora o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC) tenha afirmado após reunião com as lideranças partidárias que “a decisão caiu bem entre os líderes”, o líder do ‘Democratas’, Ronaldo Caiado (GO), ironizou: “A presidente Dilma transformou o Temer em primeiro ministro. Ela transferiu o governo para o PMDB, é isso?”.

Embora Caiado tenha de certa forma razão, é preciso entender que, de uma forma ou de outra, o PMDB – apesar de seu fisiologismo histórico – domina grande parte das bancadas da Câmara e do Senado Federal, além de contar com a presidência de ambas as Casas. Além disso, é preciso fazer com o PMDB saia de sua “zona de conforto” e passe a se corresponsabilizar pelos atos do governo Dilma. Fora disso parece não haver salvação.

*Jornalista e Escritor 

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Sanção da Lei do Feminicídio faz familiares de vítimas refletirem

23/03/2015 at 12:20 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo)

femininicídioViolência contra a mulher ganhou mais atenção há pouco tempo

A aprovação da lei do feminicídio pela presidente Dilma Rousseff (PT), no dia 9 de março, fez famílias que perderam mulheres assassinadas pelos companheiros voltarem a refletir sobre o assunto. É que os crimes cometidos antes da sanção serão julgados sob o rigor da antiga legislação – sem o caráter de “hediondo” e com penas mais brandas. Ver matéria completa de Maressa Mendonça na edição de hoje do jornal “O Estado MS”. A foto é de Leonardo de França. Clique sobre ela para ampliar.

http://www.oestadoms.com.br

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