Só um deputado de MS votou a favor do ponto principal da reforma política
Veto favorece partidos e menos votados
27/05/2015
Wendell Reis / Midiamax
Os deputados federais não conseguiram aprovar o ponto principal da reforma política, sugerida na Proposta de Emenda à Constituição 182/07. A PEC precisava de 308 votos, mas conseguiu apenas 264, contra 207 que foram contra e cinco abstenções.
Dos oito deputados de Mato Grosso do Sul, apenas Carlos Marun (PMDB) foi favorável à mudança, no chamado distritão. A proposta tinha como objetivo corrigir injustiças nas votações, onde quem tem menos votos acaba se elegendo, deixando outros de fora.
No distritão o mais votado, independente de legenda, seria eleito. Como foi vetado, a regra continuará como hoje, onde são considerados os votos de toda a coligação, não sendo, necessariamente, o mais votado a ocupar a vaga. Os críticos ao distritão entendem que a mudança acabaria com partidos, visto que só seria levado em conta o voto do próprio candidato.
Este sistema penalizou, por exemplo, cinco candidatos na última eleição. Se os mais votados fossem eleitos, ocupariam vagas na Câmara os suplentes: Magali Picarelli (PMDB), Loester Nunes (PMDB), Antônio Cruz (PMDB), Eduardo Cury (PTdoB) e Marcos Tiguman (PTdoB).
O quinteto não conseguiu a vaga porque outros cinco foram beneficiados com os votos da coligação. Estes votos levaram à Câmara os vereadores: Luiza Ribeiro (PPS), Coringa (PSD), Ayrton do PT, Edson Shimabukuro (PTB), Cazuza (PP) e Chocolate (PP).
Os deputados também tentaram aprovar outros sistemas de votação, mas nenhum foi aprovado. A votação da reforma continua nesta quarta-feira (27). Entre os pontos mais polêmicos estão o financiamento público de campanha, fim das coligações na proporcional (para deputados e vereadores) e fidelidade partidária.
*****
Deixe um comentário