Forte nevasca atinge nordeste dos EUA e voos são cancelados

26/01/2015 at 20:39 (*Liberdade e Diversidade) (, , , , , , , )

nevasca nos euaPessoas caminham sob neve em Times Square, Nova York. 26/01/2015. (Foto: Mike Segar / Reuters)

Nova York, Nova Jersey, Connecticut e Massachusetts declararam estado de emergência

26 JAN2015

Reuters / Terra

Uma forte nevasca atingiu o nordeste dos Estados Unidos nesta segunda-feira, o que levou ao cancelamento de milhares de voos, à redução dos transportes coletivos e ao fechamento de centenas de escolas, já que autoridades advertiram que a tempestade poderia despejar até 90 centímetros de neve na região.

Nova York, Nova Jersey, Connecticut e Massachusetts declararam estado de emergência e dezenas de milhões de pessoas foram instadas a ficar em casa, uma vez que os sistemas de transporte suspenderam os serviços.

A tempestade potencialmente histórica representa o mais novo desafio do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que nas últimas semanas tem estado sob forte crítica da polícia, que condenou o apoio dele a protestos públicos sobre a violência de policiais brancos contra homens negros.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um alerta de nevasca para a cidade de Nova York e arredores entre litoral de Nova Jersey e Connecticut, com previsão de piora durante a noite.

A nevasca atrapalhou uma série de eventos de entretenimento. Os jogos desta segunda-feira do New York Knicks e Brooklyn Netss foram adiados, o comediante Louis CK suspendeu seu show final marcado para terça-feira no Madison Square Garden e apresentações da Broadway, em Nova York, foram canceladas.

A sede da Organização das Nações Unidas decretou folga para seus funcionários na terça-feira e escolas de toda a Costa Leste dispensaram estudantes na manhã desta segunda-feira e cancelaram aulas na terça-feira. Em Boston, os alunos ficarão fora até quinta-feira.

“Aleluia!”, disse a aluna Olivia Fitzsimmons, de 8 anos, enquanto ia para casa mais cedo em Maplewood, Nova Jersey.

“Depois da tempestade de neve, eu vou fazer uma namorada para ele”, disse ela, ao lado de um boneco de neve com nariz de cenoura no seu quintal.

http://terratv.terra.com.br/trs/video/7741334

Nova York se prepara para nevasca histórica

Até mesmo os operadores da bolsa de valores Wall Street foram embora, apesar de o pregão ter permanecido aberto.

Até 60 centímetros de neve da “nevasca devastadora e potencialmente histórica” devem cobrir muitas áreas ao longo da Costa Leste, afirmou o serviço de meteorologia. Ventos de até 88 quilômetros por hora estão previstos para Nova York e seus subúrbios, aumentando o potencial de quedas de energia causadas por galhos de árvores.

O prefeito de Nova York disse que as ruas da cidade ficarão fechadas por tempo indeterminado para o tráfego, exceto veículos de emergência, a partir das 23h (horário local) desta segunda-feira e advertiu aos nova-iorquinos, famosos por encomendar refeições para entrega em domicílio, a encarar o desafio.

“Uma bicicleta de entrega de comida não é um veículo de emergência”, disse Blasio.

Turistas e viajantes de negócios enfrentaram dores de cabeça com o cancelamento de cerca de 2.700 voos, de acordo com o serviço de rastreamento de voos FlightAware, incluindo cerca de 700 voos nos três principais aeroportos que servem Nova York.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, declarou estado de emergência e mobilizou tropas da Guarda Nacional para uma série de municípios da região sul do Estado, bem como a Cidade de Nova York.

Autoridades nova-iorquinas disseram que estavam considerando uma proibição total de viagens em estradas principais a partir das 23h (horário local).

“Pode ser uma questão de vida e morte, por isso é necessária cautela”, disse Cuomo. “A Mãe Natureza decidiu mais uma vez nos visitar de forma extrema.”

O presidente norte-americano, Barack Obama, que está em viagem na Índia, foi informado sobre a tempestade que se aproxima mais cedo nesta segunda-feira, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, a jornalistas.

A maior queda de neve em Nova York que se tem registro ocorreu durante a tempestade de 11 a 12 fevereiro de 2006, com queda de 68 centímetros de neve, de acordo com o Escritório de Gestão de Emergências.

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Os próximos passos em Atenas (Leitura noturna)

26/01/2015 at 19:06 (*Liberdade e Diversidade) (, , , , , , )

Alexis TsiprasAlexis Tsipras, 40 anos, líder do Syriza e novo primeiro-ministro grego. Programa mais moderado, para atrair maiorias — porém sem concessões aos tecnocratas do Banco Central Europeu

Novo governo poderia anular rapidamente medidas de “austeridade”. Falcões europeus cogitam, em represália, sabotar bancos gregos. Em choquedemocracia e poder dos mercados

26/01/2015

Por Paul Manson | Tradução: Cauê Seignemartin Ameni / Outras Palavras

O partido de extrema esquerda Syriza conquistou 149 das 300 cadeiras no parlamento grego, e formará uma coalizão para assumir o governo. O acordo foi feito com os 13 parlamentares dos Gregos Independentes, aprovando um governo liderado por Alexis Tsipras. Uma coalizão da extrema esquerda com um grupo de conservadores nacionalistas dissidentes pode parecer estranha – mas esta é a Grécia: uma democracia caótica na fronteira entre Europa e Ásia, mergulhada na miséria ditada pela austeridade promovida pelo FMI e União Europeia.

Havia alívio e preocupações, ontem, entre os apoiadores de Tsipras. Muitas das pessoas que comemoram dançando e aplaudindo ontem, na tenda do partido, eram apoiadores internacionais – do movimento espanhol Podemos, do Bloco de Esquerda em Portugal e de todos os grupos que promoveram protestos do tipo “Occupy”, nos últimos cinco anos.

Entre os veteranos do partido grego, havia um reconhecimento estarrecido de que tudo o que tinham sonhado ao longo de uma vida de protestos, greves, petições ou grupos de estudo dedicados aos escritos de Antonio Gramsci estava se tornando realidade.

Significa em primeiro lugar, que a estratégia do FMI/UE para lidar com as consequências da crise de 2008 está em frangalhos. Ela destruiu o centro político na Grécia: primeiro forçando os líderes partidários a se submeter às políticas de “austeridade”, em seguida, concordando que esses políticos retomassem seus tradicionais jogos de politicagem, clientelismo e acordos duplos.

Assim formou-se a convicção, nas mentes não apenas dos jovens, mas também da classe média moderada, de que o país tinha sido abandonado: a queda de 25% nos salários reais e os 50% de desemprego entre os jovens foram apenas o começo.

Agora, há um déficit democrático no coração da zona do euro. Um país votou contra a estratégia da maioria e só pode ser forçado a se curvar se o Banco Central Europeu (BCE) disparar propositalmente o gatilho e provocar o colapso dos bancos gregos. Sem consenso, a estratégia econômica da zona do euro só pode provocar a destruição.

O plano da equipe de economistas do Syriza é extremamente claro: deixarão de negociar com a Troika (a tríade composta por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI, que executa o programa de austeridade). Irão tratar, como um país soberano, com cada instituição separadamente. Argumentam que a própria Troika é ilegal.

Portanto, há uma possibilidade real de que Tsipras anule o programa de austeridade esta semana e de que os falcões do BCE – que atuam a partir da Alemanha – ameacem retirar o Crédito de Emergência Assistencial que mantêm os bancos gregos à tona. Nesse exato instante, os economistas do partido estão tentando mobilizar apoio político para evitar isso – junto ao presidente francês François Hollande, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e, segundo me disseram, o ministro das Finanças britânico George Osbome. Vamos ver.

Enquanto isso, não se engane: estão em jogo a democracia e a soberania popular na zona do euro.

Sim, o pessoal do Syriza gosta de cantar o hino da esquerda italiana, Bandiera Rossa; mas se você pudesse ver o rosto dos jovens quando cantam o hino da ELAS, o movimento de resistência que derrotou as tropas nazistas em 1944, você entenderia o que impulsiona o esquerdismo aqui.

Tsipras costurou uma aliança de 12 grupos de extrema esquerda, convertendo-a num partido credível: aprendeu a governar em dois anos como oposição parlamentar; incorporou jovens conselheiros tecnocráticos do Pasok, o partido social-democrata em ruínas, e moderou suas políticas.

O confronto com o BCE/FMI não vai se dar em torno desta ou daquela política de esquerda, mas sobre a soberania.

Isso que fez com que o Syriza saltasse de 2 pontos percentuais de vantagem, em 7 de janeiro, para 8% noite passada. O Banco Central Europeu, o FMI e a elite grega entregaram a Tsipras a oportunidade de formar o primeiro governo verdadeiramente de esquerda na Europa desde a Espanha, em 1936. Ele aproveitou a chance. Quando me aproximei dele noite passada, Tsipras parecia a pessoa mais calma da Grécia.

Adendo

Espectadores perspicazes que assistem a mídia grega terão visto que, quando eu tentei fazer uma pergunta à “número dois” do Syriza, Rena Douro, ela me agarrou pelas orelhas e me beijou. Eu gritei “Quanto tempo, desde a Praça Syntagma!” porque quando a entrevistei pela primeira vez ela era uma manifestante enlameada, tentando respirar em meio de bombas de gás lacrimogêneo.

Como ela é a prefeita de Attica, a região onde está situada Atenas, este é, para um jornalista inglês, o equivalente grego a ser beijado por Boris Johnson, prefeito de Londres.

Insisti com a pergunta: “E agora? Como você governará?” Douro respondeu simplesmente “Obrigado por estar aqui”.

Foi um pouco estranho para os outros 50 membros da imprensa com microfone em punho que não foram beijados bem na frente de cerca de 100 câmeras — por isso pensei que seria melhor contar sobre ele…

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“Holocausto nos enche de vergonha”, diz Merkel

26/01/2015 at 18:28 (*Liberdade e Diversidade) (, , , , , )

alemanhaholocaustomerkelapA chanceler alemã, Angela Merkel, discursa durante evento em comemoração ao 70º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, em Berlim, em 26 de janeiro

Foto: Markus Schreiber / AP

Chanceler alemã lembrou os 70 anos da libertação de Auschwitz

26 JAN 2015

Ansa Brasil / Terra

A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou nesta segunda-feira, que o Holocausto “nos enche de vergonha, pois foram os alemães os culpados por tanta dor”.

Declarações foram feitas durante um evento realizado em Berlim para relembrar os 70 anos da libertação do conjunto de campos de concentração Auschwitz, localizado na Polônia ocupada pelos nazista.

“Não devemos esquecer que muitas milhões de mortes são culpa nossa”, disse Merkel, acrescentando que “temos a responsabilidade de comunicar as atrocidades ocorridas e manter viva a memória”.

Segundo ela, é uma vergonha que algumas pessoas na Alemanha tenham sido ofendidas e vítimas de violência somente por conta de sua crença judaica.

A chanceler ainda destacou que seu país hoje não tolera palavras de ódio contra aqueles que vierem procurar proteção em seu território.

Nesta terça-feira, dia 27 de janeiro de 2015, será celebrado o 70° aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia. A data representa o fim de um dos maiores símbolos do nazismo que, calcula-se, tenha deixado cerca de 1 milhão de mortos. O Parlamento alemão, o Budenstag, recorda amanhã a data em uma cerimônia especial.

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Dilma vai cobrar de ministros cortes de gastos

26/01/2015 at 14:32 (*Liberdade e Diversidade) (, , , , , , )

abr210513wdo_0114a_0_1Wilson Dias/ABr

26/01/2015

Estadão

A presidente Dilma Rousseff vai usar sua primeira reunião ministerial do novo mandato, na terça-feira, 27, para deixar claro a todos os 39 ministros que eles terão de cumprir as determinações de corte de gastos e de investimentos que estão sendo propostas pela nova equipe econômica do governo.

A estratégia presidencial é tentar minar desde já focos de resistência de titulares das pastas contra o contingenciamento de verba que ainda nem atingiu efetivamente o orçamento dos ministérios, mas já provoca chiadeira. Em outras palavras, a petista quer “empoderar” os titulares da Fazenda, Joaquim Levy, e o do Planejamento, Nelson Barbosa, diante dos demais companheiros de Esplanada.

A presidente também mostrará que é “para valer” a ordem dada a cada um dos ministros para que enviem ao Planejamento uma lista detalhada com todos os projetos de suas respectivas pastas com as indicações sobre o gasto que é essencial, o que é adiável e ainda aquele que pode ser eliminado dos planos.

Depois das medidas de aumento de impostos, as resistências dentro do governo ao plano de ajuste fiscal de Levy começaram a ganhar força. A maior crítica, que parte até do PT, é de que a estratégia do ministro não pode focar apenas no corte de despesas e aumento da carga tributária, mas precisa sinalizar medidas de contraponto ao quadro recessivo da economia que se avizinha. O cenário vai se agravar com a crise de abastecimento de energia e água.

As dificuldades do ministro ficaram mais claras diante dos ruídos que surgiram com as entrevistas que Levy concedeu durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, nos últimos dias. Em três ocasiões seguidas, ele teve de esclarecer declarações que repercutiram mal no Planalto. Todas elas sobre temas delicados como recessão econômica, reformas dos direitos dos trabalhadores e risco de racionamento de energia.

Na área econômica, a percepção é de que, mesmo com o aval do Palácio do Planalto às medidas restritivas, a presidente precisa buscar apoio do PT e dos partidos da base aliada ao Plano Levy. O ministro está se preparando para a fase mais difícil, quando os cortes forem anunciados e mexerem nos recursos dos ministros “políticos” de Dilma.

Se por um lado as medidas ortodoxas vêm causando algum conflito no meio político, por outro lado estão encontrando respaldo – ou ao menos indiferença – da maioria da população, segundo pesquisas internas que vêm sendo realizadas pelo Palácio do Planalto. De acordo com estrategistas do governo, a aprovação de Dilma ainda não apresentou queda com os anúncios recentes.

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E se a água deixar de ser mercadoria? (Pra matutar)

26/01/2015 at 14:04 (*Liberdade e Diversidade) (, , , , , , )

150125-ÁguaComo Paris, Berlim, e dezenas de cidades estão remunicipalizando o abastecimento. Porque as metrópoles brasileiras, em crise devido à privatização, deveriam fazer o mesmo

25/01/2015

Por Myriam Bahia Lopes / Outras Palavras

Em um momento no qual a vida na maior capital brasileira encontra-se ameaçada em razão da falta d´água, seria oportuno entender prática adotada em 86 cidades no mundo. Elas abandonaram o modelo de empresa privada de abastecimento de água, no qual a meta é o lucro e seu cálculo depende da cotação de ações na bolsa de valores. Tomara a decisão depois de avaliarem os limites desse modelo e os prejuízos ecológicos e sociais e econômicos dele decorrentes. Em dezembro de 2013, consolidou-se um grande agrupamento europeu de cidadania pelo direito humano de acesso à água e pela interrupção e reversão da privatização desse bem. Nessa direção observamos um movimento de remunicipalização e de retomada e criação de parcerias público-público para o abastecimento d´água nas cidades.

Breve história

Os sistemas de distribuição de água e de esgotamento foram aperfeiçoados, ao longo do século XIX, como uma resposta à eclosão de epidemias nas cidades industriais. Essas cidades, que haviam se adensado rapidamente, em apenas algumas décadas, concentraram milhares de habitantes em precárias condições de moradia e de trabalho. Nesse quadro, os sanitaristas e reformadores sociais dos oitocentos preconizaram que, sem um meio saudável, com circulação de água, luz e ar e uma alimentação regrada, a vida e a moral dos habitantes da cidade se esvairia. E mostraram como as epidemias não se detinham nas fronteiras dos bairros pobres: percorriam cidades, viajavam por oceanos e se distribuíam entre países. Para eles, seria impossível formar o cidadão sem um meio saudável, pois era o meio que constituía o indivíduo. O bom governo seria aquele que conseguisse reduzir a mortalidade e aumentar a população. A biopolítica impulsionou as reformas urbanas ocorridas nas principais capitais europeias e também no continente sul-americano, como as reformas ocorridas no Rio de Janeiro e em Buenos Aires, no início do século XX.

Se cada cultura cria uma forma específica e diferenciada de lidar com as excreções do corpo, de fixar o que é sujo e o que é limpo, o reconhecimento de que a água é fonte da vida é um consenso universal. O direito ao acesso à água é um direito fundamental.

A partir da década de 1960, o continente sul-americano foi tomado pela intervenção de governos militares. Com o aporte e a ingerência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, um amplo processo de privatização de serviços de abastecimento de água teve lugar no continente. O Chile tornou-se o exemplo mundial máximo, visto que a totalidade dos recursos hídricos desse país foi privatizada durante o governo do General Pinochet. A partir de 1990 e em resposta às pressões do capital financeiro, houve novo impulso e privatização desses serviços em outros países. Em 2000, a Comissão Mundial de Barragens avaliou que a sua construção desalojou entre quarenta e oitenta milhões de pessoas no planeta.

Os Movimentos sociais e a água

A apropriação privada da água e da terra e a cartelização mundial do hidronegócio vêm sendo denunciadas em diversas frentes. Como a água é indispensável à vida e possui um ciclo que deve ser protegido, encontramos uma variedade de grupos que direta ou indiretamente se engaja em sua defesa. No plano internacional, para citar apenas três exemplos, há profissionais que se associam à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como consultores para investimentos em agricultura responsável, a organização internacional Fórum Mundial de Pescadores e Trabalhadores da Pesca (FMPTP), grupos que se batem contra o fracking – a forma mais predatória de extração de petróleo.

No Brasil, indicamos os grupos que lutam em defesa da demarcação das terras indígenas, grupos que se engajam na promoção da agricultura familiar e orgânica, da reforma agrária, cujo maior exemplo é o Movimento dos Sem Terra (MST), aqueles que lutam em defesa dos atingidos por grandes barragens (MAB), como Belo Monte e grupos que lutam em defesa dos atingidos por minerodutos, como o da Anglo-American, recém-inaugurado em dezembro de 2014.

Em campos opostos, enfrentam-se de um lado, grupos que exploram o recurso hídrico e promovem a perpetuação da temporalidade cíclica da água e de outro, multinacionais e empresas produtoras de commodities, que operam na temporalidade linear da técnica, realizam gigantescas e irreversíveis intervenções no território, tais como a construção de grandes usinas hidrelétricas, as explorações minerárias, os minerodutos. Além da resistência local, esses conflitos produzem uma batalha judicial no Brasil e na esfera internacional que coloca o país, em alguns casos, na posição de ser conivente com o desrespeito de direitos humanos fundamentais, a despeito do país ser signatário dos tratados internacionais.

Remunicipalizar?

Transferir os serviços de água das companhias privadas – que também podem possuir capital misto – para as autoridades municipais. A favor dessa reversão encontramos o exemplo de várias capitais, entre as quais, Paris, Berlim, Buenos Aires e de países como Malásia e Tanzânia. Essa transformação ou reversão foi possível a partir da tomada de consciência, por parte dos habitantes, das nefastas consequências do processo que transforma a água de recurso natural em commodity.

Nos últimos quinze anos, pelo menos 86 cidades no mundo remunicipalizaram os serviços de água. Paris, capital e sede de duas poderosas empresas do hidronegócio, a Veolia e a Suez, remunipalizou em 2010; Berlim, em 2013. A PUPS, ou seja, parceria público-público, público-comunidade e comunidade-comunidade é forma de parceria que envolve o planejamento e a participação coletiva do uso dos recursos hídricos e que rejeita a concepção, segundo a qual, o alvo do empreendimento é o lucro.

Segurança Hídrica

O que fazer quando São Paulo, a maior capital brasileira e várias outras cidades não tiverem mais água para distribuir entre os seus habitantes? O modelo adotado pela Sabesp, cujo lucro reverbera a imprevisível bolsa de valores de Nova York, atende a quem? Ao habitante comum, visto a qualidade e a escassez da água fornecida pela empresa, não tem sido. É admissível que o provedor de água crie uma pirâmide de usuários na qual destaca as maiores empresas consumidoras para hierarquizar e comercializar privilégios em relação ao acesso à água? E que guarde a sete chaves esses dados, à revelia da lei da transparência? Na hipótese de haver vultosos investimentos federais para se tentar evitar o pior, esses recursos atingirão positivamente os serviços dispensados ao pequeno usuário? Em um momento de ameaça à vida de seus habitantes, por todos os riscos que a ausência ou escassez de água de boa qualidade para o consumo humano provoca, devemos insistir na defesa cega desse modelo de negócio privado que por sua essência visa o lucro?

Ou devemos olhar com muito cuidado e aprender com o processo de remunicipalização da água em curso em outras capitais? Com segurança hídrica não se brinca pois a vida de todos não pode ser um jogo e alvo de especulação.

Referências Bibliográficas:

* Martin Pigeon, David A McDonald, Oliver Hoedeman, Satoko Kishimoto Remunicipalization Putting Water Back into Public Hands.

Transnational Institute, Amsterdam, March 2012

* Karen Piper The price of thirst University of Minesota Press, 2014

* http://outraspalavras.net/brasil/agua-as-mineradoras-tem-muita-sede/

* http://apublica.org/2015/01/sabesp-se-nega-a-publicar-contratos-de-empresas-que-mais-consomem-agua/

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Parque Estadual do Prosa é aberto para visitação na capital de MS

26/01/2015 at 12:09 (*Liberdade e Diversidade) (, , , , , , , )

Parque do Prosa 1Parque Estadual do Prosa, em Campo Grande (Foto: Reprodução/TV Morena)

frame-parque-prosaVisitas devem ser marcadas com antecedência.
Passeio é opção de lazer durante as férias.

25/01/2015

Do G1 MS

O Parque Estadual do Prosa, em Campo Grande, está aberto para visitação. O roteiro, que inclui visita ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), é uma ótima opção para o período de férias. Conforme divulgado pela subsecretaria de comunicação do Governo do Estado, passeios ao local devem ser agendados.

Com 132,25 hectares, o parque fica dentro do perímetro urbano de Campo Grande e conserva ecossistema do Cerrado, a fauna e a flora e as nascentes do córrego Prosa. Também é usado como fonte de pesquisa para acadêmicos e estudantes.

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Cutia – pode ser vista no local

A recomendação é agendar com antecedência a visita, pelo telefone (67) 3326-1370. As visitas ao Cras ocorrem apenas nas terças, quintas e sábado.

Ainda de acordo com a subsecretaria de comunicação, os passeios são feitos entre terça-feira e sábado, de manhã ou à tarde, conforme estabelecido no agendamento. Não é permitido coletar plantas, nadar, pescar, causar danos ao patrimônio, entre outras ações.

As pesquisas são autorizadas apenas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Mais informações sobre pesquisas pelo telefone (67) 3318-5713. O parque está localizado dentro do Parque dos Poderes.

Saiba mais:

Parques e praças passam a funcionar em novo horário em Campo Grande

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Coleta seletiva ampliaria vida útil do aterro sanitário de Campo Grande, MS, em dois anos

26/01/2015 at 11:20 (*Liberdade e Diversidade)

2601-aterroPrograma de coleta seletiva foi implantado em 2011 em Campo Grande (Foto: Marcelo Victor)

26 de janeiro de 2015

Leandro Abreu / Jornal O Estado MS

Com a coleta seletiva estagnada desde a implantação em 2011, Campo Grande poderia ampliar a vida útil do aterro sanitário e reduzir os impactos ambientais caso o projeto fosse ampliado, segundo especialistas. Atualmente, com 870 toneladas de lixo são recolhidas das residências da Capital diariamente, das quais apenas quatro toneladas são separadas para a reciclagem.

Inaugurado em 2012, aterro ainda tem três anos de “vida”, segundo a Solurb – responsável pela gestão de resíduos na cidade. Mas, segundo o coordenador do curso de pós-graduação em Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Senac Jabaquara, Jorge Rocco, se a coleta seletiva for implantada integralmente e com todas as etapas funcionando, a Capital poderia ter até 40% a menos de resíduo despejado no aterro diariamente.

O especialista estima que a “vida útil” do aterro poderia ser ampliada em até dois anos. “Mas, para isso é preciso conscientizar a população sobre a separação do lixo e precisa destinar corretamente. O que precisa deixar bem claro é o planejamento estratégico, que possui várias etapas. A coleta seletiva é uma ação positiva, mas é um sistema que tem que envolver uma triagem correta e precisa ter logo em seguida a cadeia produtiva de transformação, para que não tenha perda e volte para o aterro”, analisou Rocco.

Ainda conforme o coordenador, o aterro sanitário é a melhor tecnologia existente atualmente, mas a coleta seletiva é a melhor opção a ser seguida para o meio ambiente. “O aterro sanitário é a melhor tecnologia para uma solução dentro da realidade brasileira. As outras são mais caras. Mas, sem dúvida a coleta seletiva bem feita é a melhor opção para a redução na produção de resíduos”, completou.

Professor da UFMS acredita que é possível reciclar até 80% do lixo

Um pouco mais otimista, o coordenador do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Ariel Ortiz Gomes, diz que há possibilidade de reduzir em 80% o resíduo encaminhado ao aterro.

“Se tivermos uma boa compostagem e reciclagem associada à coleta seletiva, sendo ampliada constantemente, podemos sim aumentar a vida útil do aterro. Não posso precisar algo sem mais dados, mas com certeza a gente tem condições de ampliar a coleta seletiva”, explicou Ortiz.

Recolhimento de recicláveis será ampliado este ano

De acordo com a Solurb, empresa responsável pelo aterro sanitário e coleta de lixo da Capital, a previsão é que ainda neste semestre o serviço de recolhimento de recicláveis de porta em porta seja ampliado. “Falta a conclusão das obras da UTR (Usina de Triagem de Resíduos) e a sistematização total de dados com o prognóstico de novos setores a serem atendidos, com conclusão prevista para meados do 1º semestre de 2015”, informou a empresa em nota.

Diariamente, no sistema “porta em porta”, a Solurb atende 35 mil domicílios em 15 bairros de Campo Grande com quatro caminhões. Indiretamente, a reciclagem ocorre também através dos 60 LEV’s (Local de Entrega Voluntária).

Em um projeto da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), estimava-se que 35% dos resíduos descartados pela população de Campo Grande poderiam ser reaproveitados, mas hoje a coleta seletiva significa absorve apenas 0,4% de todo lixo produzido na Capital.

No Plano Municipal de Saneamento Básico e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Campo Grande, de 2012, a prefeitura calculava coletar diariamente 735 toneladas de lixo em 2015, mas a geração é muito maior, hoje são 870 toneladas retiradas de comércios e residências por dia, segundo a Solurb.

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Promessas de campanha e realidade governamental (Leitura matutina)

26/01/2015 at 10:24 (*Liberdade e Diversidade) (, , , , , , )

20141109071338603259ulandes pereiraLandes Pereira*

O neoliberalismo é uma triste realidade brasileira desde os anos 1990, mas agora a presidente está ansiosa para agradar o mercado financeiro. As consequências serão desastrosas do ponto de vista do interesse público, mas como não tem eleição em 2015, dá-lhe “chumbo grosso” no lombo do povo, sabendo que em 2018 essas “maldades” terão caído no esquecimento.

Um grupo de amigos reuniu-se sob a sombra de frondosas árvores de uma praça da cidade para analisar a conjuntura nacional, sem qualquer compromisso. A pauta incluía as novas regras para pagamentos de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte, auxílio-doença, seguro-defeso, aumento da taxa Selic, aumento dos combustíveis e da energia elétrica, corrupção, aumento salarial dos políticos e do Judiciário, restrição aos repasses do programa de empréstimos estudantis, veto da correção da tabela do IR e suas consequências no cotidiano dos cidadãos.

Um bem instrumentalizado militante governista, pressionado pelos companheiros de conversa que cobravam as promessas de campanha da presidente (não vai haver tarifaço, não terá aumento de juros, não haverá mudanças nos direitos trabalhistas, a educação será prioridade), desabafou: “Reconheço que está difícil ser brasileiro na atual conjuntura e que nos próximos dois anos vamos ter que apertar o cinto, mas em 2018 a prosperidade terá voltado”.

O valente dilmista ainda tentou justificar dizendo que o objetivo do governo é economizar R$ 18 bilhões para os cofres públicos, em 2015. Entretanto, calou-se frente à lembrança das “bondades” do governo, via BNDES e Banco do Brasil, para empresários amigos, incluindo as empreiteiras da Petrobras. Ficou acabrunhado quando perguntaram sobre ao aumento dos juros da CEF para os financiamentos da casa própria. Alegou que está difícil sim, mas que a oposição faria a mesma coisa, talvez pior, se estivesse no poder.

landes 2Essa conversa aconteceu no sábado anterior ao “pacotaço de maldades” anunciado na segunda-feira, antes do apagão nacional de energia elétrica e antes que Joaquim Levy (Fazenda), em Davos, admitisse que haverá recessão no país. Sem considerar que a inflação continua alta e que o desemprego é uma realidade cruel, o arrocho econômico veio na forma de aumento da arrecadação, sem diminuição das despesas de custeio.

As quatro medidas que constituem o núcleo do ajustamento econômico da gestão Dilma 2.0 são as seguintes: aumento da alíquota do PIS/COFINS sobre produtos importados de 9,25% para 11,75%; cobrança do IPI não só das fábricas, mas também das empresas distribuidoras dos produtos cosméticos; retorno da cobrança da Cide (contribuição para regular os preços dos combustíveis) de R$ 0,22 por litro de gasolina e R$ 0,15 por litro de diesel; aumento do IOF no crédito pessoa física de 1,5% para 3,0% ao ano. O senador José Serra (PSDB) elogiou as medidas.

Não está descartado outro “pacotinho” para os próximos dias, dependendo das repercussões da reunião de Davos e da economia sul-americana. É aguardar com coragem, porque o brasileiro é um forte.

Por outro lado, os ministros são religiosos e apelam para a Divindade Maior nos momentos em que não têm explicações plausíveis e aceitáveis. O ministro de Minas e Energia, explicando os apagões, afirmou que Deus é Brasileiro e por isso não faltará energia; o ministro da Saúde, em São Paulo, frente ao caos do sistema disse que é preciso ter fé porque o Brasil é a pátria do Evangelho; o ministro da Pesca, que é bispo da IURD, inicia o expediente fazendo orações. Aleluia!

*Economista com mestrado e doutorado. É professor de Economia Política

**Artigo publicado hoje no jornal “O Estado MS”

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Drones e softwares de leitura foram a sensação da Showtec 2015 no MS

26/01/2015 at 09:24 (*Liberdade e Diversidade, Hermano de Melo) (, , , , , , , )

drones na lavoura 1

drones na lavoura 2drones 3Uso de veículos aéreos não tripulados na agricultura permite identificar pragas, doenças, nematoides, invasoras e muito mais, à distância, sem entrar na lavoura

Imagine a possibilidade de se determinar, sem entrar na lavoura, à distância, a área ocupada por nematóides, por plantas invasoras, a identificação de falhas de plantio, medir porcentagem de cobertura vegetal, constatar se há pragas e doenças, entre muitas outras informações da área cultivada. Isso passa a ser possível quando o produtor adere à utilização de Drones ou Vants – Veículos Aéreos Não Tripulados – na agropecuária. é uma novidade para o setor do agronegócio, que pode facilitar em muito a vida do agricultor. Para alguns, ainda é cedo para começar a utilizar os Drones na agricultura, para outros e importante começar a conviver com a nova tecnologia. Ver matéria completa assinada por Maurício Hugo no Correio Rural do jornal Correio do Estado desta segunda-feira (26). 

http://www.correiodoestado.com.br

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*Comentário do blog: Supimpa,Maurício,supimpa!

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