Geografia e Estratégia (Leitura de fim de noite)

31/01/2015 at 22:02 (*Liberdade e Diversidade)

EUANa charge do início do século XX, Tio Sam, praticando a Doutrina Monroe, afasta europeus do Canal do Panamá. Construção de nova passagem interoceânica na Nicarágua, pela China, mostra como transformou-se geopolítica da região

Brasil precisa ampliar presença na América Latina, diante do avanço da China e da reação norte-americana. Mas há quem reduza diplomacia a cálculo econômico…

28/01/2015

Por José Luís Fiori / Outras Palavras

“O Brasil terá que descobrir um novo caminho de afirmação da sua liderança
e do seu poder internacional, dentro e fora de sua zona de influência imediata.
Um caminho que não siga o mesmo roteiro das grandes potências do passado,
e que não utilize a mesma arrogância e a mesma violência
que utilizaram os europeus e os norte-americanos
para conquistar suas colônias e protetorados”

J.L.Fiori, “História, Estratégia e Desenvolvimento. Para uma Geopolítica do Capitalismo”

A geografia teve um papel decisivo na formação e no desenvolvimento político e econômico da América do Sul. Por um lado, ela permitiu e estimulou a formação de uma região geopolítica e geoeconômica plana, homogênea, de alta fertilidade e de crescimento econômico quase contínuo na Bacia do Prata; mas, ao mesmo tempo, ela impediu que os países e a economia do Prata – incluindo o Brasil – se expandissem na direção da Amazônia, do Caribe e do Pacífico.

No caso do Brasil, em particular, a topografia do seu território atrasou a sua própria interiorização demográfica e econômica, e enviesou os seus processos de urbanização, crescimento e internacionalização, na direção do Atlântico. A Floresta Amazônica, com suas planícies tropicais de baixa fertilidade e alto custo de exploração, dificultou a sua própria ocupação, e bloqueou o caminho do Brasil na direção da Venezuela, Guiana, Suriname, e Mar do Caribe. O Pantanal e o Chaco boliviano, com suas montanhas e florestas tropicais limitaram a presença do Brasil nos territórios entre a Guiana e a Bolívia; e a Cordilheira dos Andes, com seus 8 mil km de extensão e 6.900 metros de altitude, obstruiu o acesso do Brasil ao Chile e ao Peru, e, o que é ainda mais importante, ao Oceano Pacífico com todas as suas conexões asiáticas.

Esta geografia extremamente difícil explica a existência de enormes espaços vazios dentro do território brasileiro e nas suas zonas fronteiriças, e sua escassa relação econômica com seus vizinhos durante quase todo o século XX, quando o Brasil não conseguiu – nem mesmo – estabelecer um sistema eficiente de comunicação e integração bioceânica, como aconteceu com os Estados Unidos, já na segunda metade do século XIX, depois da sua conquista da Califórnia e do Oregon, que se transformou num passo decisivo do seu desenvolvimento econômico, e da projeção do poder global norte-americana.

Todas estas barreiras e dificuldades geográficas, entretanto, adquiriram uma nova dimensão e gravidade, no início do século XXI, graças: i) à transformação da China, do sudeste asiático, e da Bacia do Pacífico, no espaço mais dinâmico da economia mundial; ii) sua transformação simultânea no tabuleiro geopolítico mais relevante para o futuro do sistema mundial no transcurso do século XXI; iii) a consequente “chegada” econômica da China ao continente sul-americano, e ao Caribe e América Central, sobretudo depois do anúncio da construção do novo Canal Interoceânico da Nicarágua, financiado e construído pelos chineses, a um custo previsto de 40 bilhões de dólares; iv) a consequente revalorização geopolítica e geoeconômica do Caribe e da América do Sul, como tabuleiros relevantes da competição global entre os Estados Unidos e a China, e da competição regional destes dois países com o Brasil.

EUA2

Esta nova situação obriga o Brasil a redefinir – inevitavelmente – sua estratégia, e o cálculo de custos do seu próprio projeto de integração regional, incluindo a ocupação dos “espaços vazios” da América do Sul, e da “conquista” do seu acesso ao Oceano Pacífico e ao Mar do Caribe. Este tem que ser o ponto de partida do debate sobre a Unasul e o Mercosul, e sobre o fortalecimento da soberania política e econômica do continente, incluindo, como é óbvio, os países sul-americanos da Aliança do Pacífico. Mas este ponto é esquecido em geral pelos analistas, e é substituído por uma discussão sem fim sobre a “lucratividade” comercial ou financeira, do projeto e do processo da integração continental. Estes analistas não entendem ou não querem aceitar que se trata de um objetivo e de um processo que não pode ser avaliado apenas pelos seus resultados econômicos, porque envolve um jogo geopolítico e geoeconômico muito mais complexo e global.

Desta perspectiva, o recente reatamento das relações diplomáticas dos EUA com Cuba explicita e aprofunda esta disputa pela supremacia regional. Foi uma vitória política indiscutível de Cuba e da América Latina, e também do “internacionalismo liberal” de Barack Obama, que luta para sobreviver ao seu atropelamento pelo ultraconservadorismo dos republicanos, e de muitos dos seus próprios partidários democratas.

Mas, ao mesmo tempo, esta reaproximação é inseparável da expansão econômica chinesa no Caribe e na América Central, e do anúncio do novo “Canal da Nicarágua”, com 278 km de extensão, bem maior e mais complexo do que o Canal do Panamá, com a obra programada para começar em dezembro de 2104. Uma disputa que começa no Mar do Caribe, mas se projeta e prolonga na luta pela liderança política, econômica e estratégica da América do Sul.

Neste sentido, a reaproximação entre Cuba e os EUA contém um paradoxo e uma lição geopolítica, sobretudo para os países que se propõem subir na escada internacional do poder e da riqueza: uma vitória parcial, em qualquer tabuleiro do sistema provoca sempre o aparecimento de um novo desafio estratégico ainda mais complexo do que o anterior. Neste caso, foi uma vitória dos “povos latinos” e, de certa maneira, da própria política externa brasileira, mas esta mesma vitória aumenta a urgência do Brasil abrir seus canais de comunicação e transporte com o Mar do Caribe e com a Bacia do Pacífico, a qualquer preço, e por mais criticada que seja a rentabilidade econômica imediata do projeto.

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Estado Islâmico afirma ter decapitado refém japonês Kenji Goto

31/01/2015 at 21:26 (*Liberdade e Diversidade)

japonês mortoKenji Goto era mantido refém pelos extremistas.© Foto: Eugene Hoshiko/AP

31/01/2015

AFP

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) anunciou ter decapitado o refém japonês Kenji Goto, segundo vídeo difundido este sábado no Twitter pelo veículo midiático dos jihadistas Al Furqan.

O vídeo mostra Goto de joelhos, vestindo um traje laranja, tendo à sua frente um homem encapuzado e todo de preto que, com uma faca na mão, responsabiliza o governo japonês por seu “martírio”.

O vídeo termina com uma foto do corpo, com a cabeça nas costas.

O carrasco, que parece ser o homem que ficou conhecido como ‘Jihadi John, devido ao sotaque do sul da Inglaterra, dirigiu-se ao governo japonês e à coalizão ocidental que realiza ataques contra o grupo radical.

“Vocês, assim como seus tolos aliados na coalizão satânica, ainda precisam entender que nós, pela graça de Alá, somos um califado islâmico com autoridade e poder, um exército inteiro sedento de seu sangue”, acrescentou.

Então, ele se dirigiu diretamente ao premiê japonês, Shinzo Abe.

“Por causa de sua decisão precipitada em participar desta guerra invencível, esta faca não irá apenas sacrificar Kenji, mas também vai continuar a causar carnificina onde quer que seu povo esteja. Então, que comece o pesadelo para o Japão”, afirmou.

No vídeo não se fez qualquer menção ao piloto jordaniano, também feito refém e ameaçado de morte pelos jihadistas.

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Charges de Negreiros na Veja: Ilustrações da Crise de água e energia

31/01/2015 at 10:32 (*Liberdade e Diversidade)

crise de água

crise de água em Sampa

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Scan0576-440x320*Crise atual de água e energia na visão de Negreiros (Chargista). Coluna do Ricardo Setti na Veja (30/01/2015). Cruel…

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Regulação da mídia não é censura, dizem especialistas

31/01/2015 at 09:39 (*Liberdade e Diversidade)

mídia - regulação

29/01/2015

Karina Gomes / Agência Brasil

Nos EUA e na Europa, regras para o funcionamento de emissoras de rádio e televisão são vistas como garantia para a liberdade de expressão e a pluralidade de opiniões. Dilma defende regulação, mas Congresso resiste.

A regulação da mídia, um dos temas que a presidente Dilma Rousseff prometeu defender no seu segundo mandato, é alvo de resistência no Congresso Nacional. Diretrizes de controle de formação de grupos midiáticos estão previstas na Constituição, mas até hoje não foram regulamentadas por lei.

Dezenas de propostas que tratam do assunto tramitam no Senado e na Câmara dos Deputados desde 1988. Líderes de partidos, como PMDB, PSDB e DEM, se opõem à regulação sob o argumento de que ela representa censura. Mas, em países europeus e nos Estados Unidos, a regulação da mídia é considerada essencial para a garantia da liberdade de expressão.

“A mídia precisa ser protegida por uma legislação que trate do direito fundamental de cada indivíduo de se expressar livremente”, afirma Thomas Hoeren, professor do Instituto para Informação, Telecomunicações e Direito de Mídia da Universidade de Münster, na Alemanha. “A regulação existe para ajudar a mídia, não para reprimi-la.”

Na União Europeia, regras para o setor audiovisual são válidas para todos os Estados-membros. “A existência delas tem garantido um alto nível de proteção. A liberdade e o pluralismo devem ser respeitados”, disseram à DW Brasil especialistas da Comissão Europeia, em Bruxelas.

Segundo a Comissão, desde a adoção de uma diretriz sobre difusão televisiva em 1989, o número de canais de TV aumentou para mais de 8,8 mil na Europa. “A regulação cria condições equitativas para o surgimento de novos meios de comunicação, preservando a diversidade cultural.”

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, pretende convocar audiências públicas sobre o tema a partir de março. A proposta do Executivo, delas resultante, seria depois enviada ao Congresso Nacional.

A regulação da mídia é uma bandeira antiga do PT. Sob forte pressão, um projeto teria sido elaborado ao final do governo Lula, sob a coordenação do ex-ministro Franklin Martins, mas nunca se tornou público.

mídia - Berzoini

Berzoini quer audiências públicas para debater o tema

Em sua página no Facebook, Dilma voltou recentemente a defender a regulação do funcionamento da mídia: “Não tem nada a ver com controle do conteúdo ou censura.” Um vídeo produzido pelo Planalto ressalta que não se deve confundir a garantia de liberdade de expressão com a “ausência absoluta de regulação”.

Propriedade cruzada

Para o professor João Feres, coordenador do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (Lemep) da Uerj, o principal papel da regulação é limitar a propriedade cruzada dos meios de comunicação, ou seja, não permitir que uma mesma empresa controle várias mídias.

“Também é importante limitar os monopólios territoriais. Não poderia haver dois canais de televisão pertencentes a uma mesma empresa atuando na mesma região, como vemos hoje”, observa.

Segundo o jornalista Venício Lima, professor de comunicação da UnB e autor de vários livros sobre mídia e política, a propriedade cruzada leva a um quadro de concentração e de consequente formação de monopólios e oligopólios.

“Isso significa a corrupção da opinião pública. Poucos grupos controlam o debate público, o que prejudica o espaço de representação das vozes na sociedade”, critica.

Para o especialista, a resistência existe por várias razões. “Talvez a mais óbvia seja que, no Congresso, existe um percentual muito grande de parlamentares que têm vínculos diretos com as concessões do serviço público de audiovisual”, afirma.

Apesar de a Constituição proibir que deputados e senadores detenham veículos de rádio e televisão, os congressistas conseguem comandar as concessões de forma indireta. Proibidos de ocupar cargos de direção, muitos nomeiam parentes ou se tornam sócios de empresas midiáticas.

Nos Estados Unidos, desde 1934 é proibido que uma mesma empresa controle veículos impressos e eletrônicos na mesma região.

Pluralidade de opiniões

Além do controle sobre a formação de grupos de comunicação, uma norma constitucional também prevê a “promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente”. Propostas para regulamentação desse artigo tramitam desde que a Constituição foi promulgada.

“O Estado também deve apoiar iniciativas de mídia que, sozinhas, não têm condições de sobreviver no mercado, mas que são fundamentais para a pluralidade de opiniões, a exemplo do que faz a Europa”, diz Lima.

A regulação do setor teria, inevitavelmente, consequências no conteúdo. “Se você regionalizar a produção jornalística, cultural e de entretenimento, o conteúdo será obviamente alterado, mas de forma positiva”, diz o jornalista.

Outro ponto polêmico é a regulamentação do direito de resposta, que não é previsto no país desde o fim da Lei de Imprensa de 1967. “As decisões judiciais variam e, muitas vezes, prejudicam as pessoas atingidas”, afirma Lima.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) vem trabalhando num projeto de lei de iniciativa popular sobre a regulação do setor de comunicação social. A entidade precisa colher 1,3 milhão de assinaturas para enviar o projeto da chamada Lei de Mídia Democrática ao Congresso.

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Energia elétrica: Usuários têm de racionalizar o uso para diminuir efeitos da revisão extraordinária

31/01/2015 at 08:51 (*Liberdade e Diversidade)

Itaipu

itaipu2Além do reajuste anual, distribuidoras negociam aumento extra para compensar crise do setor

O usuário de Mato Grosso do Sul tem de fazer o uso racional da energia elétrica para amenizar os efeitos trazidos pela crise nacional na geração de energia. As distribuidores estão pagando mais caro para manter o abastecimento e vão receber da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a autorização para uma revisão extraordinária da tarifa. O apelo para a economia é da presidente do Concen (Conselho dos Consumidores da Área de Concessão da Enersul), Rosimeire Cecília da Costa. “Nós vamos pagar duas vezes”, alerta. Ver matéria completa de autoria de Flávio Brito na edição de hoje (31) de “O Estado MS”.

http://www.oestadoms.com.br

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Gibiteca reúne 25 mil exemplares de revistas em quadrinhos em Campo Grande, MS

30/01/2015 at 15:34 (*Liberdade e Diversidade)

1_gibitecaRonilço Guerreiro, fundador da Gibiteca de Campo Grande (Foto: Lucas Lourenço/ G1 MS)

Nesta sexta (30) comemora-se o Dia Nacional da História em Quadrinhos.
Gibiteca atrai admiradores de quadrinhos em Campo Grande.

30/01/2015

Do G1 MS

Nesta sexta-feira (30) é comemorado o Dia Nacional da História em Quadrinhos (HQ). Em Campo Grande, uma ótima opção para os admiradores dos quadrinhos é a Gibiteca Mais Cultura, localizada na região do bairro São Francisco. O local reúne 25 mil exemplares de revistas em quadrinhos nacionais e internacionais.

O fundador e coordenador da Gibiteca, o psicólogo Ronilço Guerreiro, de 40 anos, explica que as histórias em quadrinhos incentivam o hábito de leitura e ajudam no processo de desenvolvimento cultural e na socialização das crianças. “A criança se identifica com as histórias e se vê nos personagens. Ao ler os quadrinhos ela entra em um mundo mágico”, afirma.

O psicólogo ressalta ainda que a literatura em quadrinhos não atrai apenas crianças. “Muitos adolescentes e adultos também frequentam a Gibiteca, também se divertem com as Histórias em Quadrinhos”, conta.

Na Gibiteca, há uma sessão de revistas em quadrinhos voltadas para adultos. O local conta também com sala de informática, espaço para cursos de desenho e pintura e com um “Café Cultural”, espaço inaugurada pelo ator e roteirista Fábio Porchat.

Apoio

De acordo com o coordenador, a Gibiteca foi fundada com recursos do Governo do estado, mas atualmente é mantida por meio de parcerias com empresas privadas.

A maior parte do acervo do local foi adquirida por meio de doações. Os interessados em contribuir com o projeto por meio de doação de exemplares ou de parcerias podem entrar em contato com a coordenação do local, no telefone (67) 3365-0405.

Serviço
A Gibiteca Mais Cultura funciona rua Francisco Barbato, número 180, na esquina com a rua Sacramento.

Saiba mais:

Escritor e ilustrador contam vida ‘oculta’ de Fernando Pessoa em HQ

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Não tentem sufocar a Grécia (Leitura do meio-dia)

30/01/2015 at 11:56 (*Liberdade e Diversidade)

GréciaParis, 2012: manifestação de apoio ao Syriza, em Paris. “É de esperar que mais partidos contra a ditadura financeira eleições nos próximos anos”

Talvez a União Europeia – tão expedita a salvar bancos, tão alérgica a ajudar os povos – recuse-se a negociar dívida grega. Talvez seja um gesto suicida

28/01/2015

Por Nuno Ramos de Almeida

O secretário de Estado Henry Kissinger, o poderoso chefe da diplomacia norte- -americana nos anos de fogo da revolução portuguesa, que esteve nos governos de Richard Nixon e Gerald Ford, ficou famoso pela sua teoria da vacina. Se Portugal caísse nas mãos dos comunistas – uma espécie de Cuba no velho continente –, isso serviria de exemplo, evitando que outros países do Sul da Europa seguissem o mesmo caminho. Segundo documentos revelados recentemente, numa reunião na Casa Branca em Abril de 75 com o presidente Ford e o conselheiro nacional de segurança Brent Scowcroft, o homem que vaticinava que Mário Soares se tornaria o Kerenski português [primeiro-ministro russo derrubado por Lênin] até arriscou uma previsão: “Em 1980 podemos ter comunistas governando Portugal, a Grécia e talvez Itália.”

A 27 de Março, quando Ford e Kissinger receberam o ex-chanceler alemão Willy Brandt, à época presidente da Internacional Socialista, o secretário de Estado norte-americano declarou: “Os europeus estabeleceram dois objetivos [quanto a Portugal]: a realização de eleições e evitar a tomada do poder pelos comunistas. Acho que podemos conseguir esses dois objetivos e mesmo assim “perder” o país, porque os comunistas “governam” através do Movimento das Forças Armadas (MFA). O que vamos fazer se este tipo de governo quiser manter o país na OTAN? Quais os efeitos disso na Itália? E na França? Provavelmente temos que atacar Portugal, qualquer que seja o resultado, e expulsá-lo da OTAN.”

Normalmente, segundo uma conhecida frase de Marx comentando Hegel, a história repete-se, primeiro como tragédia e depois como farsa. A ideia de um conjunto de governantes alemães e comentaristas portugueses, de que vai ser possível usar a Grécia como vacina contra a mudança de atitude dos povos do Sul da Europa é peregrina, mas pouco inteligente.

É verdade que a Grécia deve dinheiro à troika, mas esse laço econômico serve para o país devedor como para os países credores. Pensar que é possível castigar Atenas sem que isso se repercuta na economia da União Europeia (UE) é ignorar completamente a dinâmica da economia. No início da crise grega também se dizia que este país pesava menos de 1% na economia europeia, e nem por isso que a inação da UE e da Alemanha deixou de provocar contágio em grande parte dos países europeus.

Como diz o Nobel Joseph Stiglitz, as reivindicações dos gregos, agora governados pelo Syriza, são muito mais sensatas do ponto de vista econômico que as medidas da troika, que apenas conduziram à destruição da economia e da sociedade grega e ao aumento do seu endividamento.

Se Bruxelas e Berlim se recusarem a negociar a dívida com a Grécia, apenas estarão cavando a sepultura desta União Europeia, tão expedita a salvar bancos de amigos poderosos e tão alérgica a ajudar os povos do velho continente.

O governo de Berlim não é a única força no mundo; de há uns anos para cá verifica-se o recrudescimento das tensões na Europa. E não será de admirar que a Rússia, ou outras potências, possam vir em ajuda de um país da OTAN desavindo com os donos da União Europeia. As recentes quedas do preço do petróleo enfraquecem a economia russa, mas são preços de pouco fôlego. As reservas de combustíveis fósseis não vão aumentar, e a Rússia é poderosa do ponto de vista das suas reservas de gás natural e petróleo.

A incapacidade das medidas da troika de resolverem os verdadeiros problemas da Europa, como o desemprego e o crescimento das desigualdades, está para durar. E a vitória do Syriza é a primeira derrota significativa dos blocos de interesses ligados ao grande capital financeiro que governaram o continente. É de esperar que mais partidos ditos extremistas ganhem as eleições nos próximos anos. Espanha, França e até o Reino Unido são os próximos problemas com que a governação alemã da UE se vai debater.

Antes da integração europeia, estas tensões foram historicamente dirimidas em guerras mundiais. A vaga islamofóbica é uma tendência nesse sentido. Mas uma coisa é certa: mais que a teoria da vacina, a vitória do Syriza pode provar a teoria do dominó. A viragem começou.

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MST bloqueia duas rodovias no MS contra reintegração de posse

30/01/2015 at 09:54 (*Liberdade e Diversidade) ()

bloqueio mstBloqueio começou no início da manhã (Foto: Arquivo/Nova News)

30 de janeiro de 2015

Alisson Dagher / O Estado MS

Em protesto após a retirada de 140 famílias de um terreno onde funcionava uma usina em Sidrolândia, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) bloqueou, desde o início da manhã de hoje (30), dois trechos de rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul. A BR-267 está interditada no trecho próximo ao distrito de Nova Casa Verde, e a BR-262 tem tráfego impedido na região de Terenos.

Segundo a assessoria do Movimento, a interdição das rodovias teve início por volta das 5h. A passagem está impedida nas duas vias das estradas, e veículos só podem passar em casos considerados excepcionais. Não há previsão de liberação do tráfego.

As interdições são uma resposta à reintegração de posse realizada ontem pelo Batalhão de Choque da PM. Para os protestantes, a retirada das 140 famílias do terreno onde funcionava a Usina Santa Olinda foi realizada de forma truculenta, pois os policiais teriam queimado barracos, além de não terem cumprido o manual de diretrizes nacionais para execução de mandados judiciais de manutenção e reintegração de posse coletiva, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal), na BR-262 o congestionamento já chega a três quilômetros.

Leia também: Polícia cumpre reintegração de posse e retira sem-terra de Usina

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Ministro vem depois do Carnaval para resolver impasse da Terra Indígena Buriti no MS

30/01/2015 at 09:08 (*Liberdade e Diversidade)

reuniao-reinaldo-azambuja-e-ministro-jose-eduardo-cardozo-cidades-00Para autoridades, acordo está próximo, e fazendeiros serão indenizados em R$ 80 mi (Foto: Luis Carlos Campos Sales)

30 de Janeiro de 2015

Clodoaldo Silva (de Brasília) / Correio do Estado

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, virá ao Estado após o Carnaval para assinar com o Governo do Estado o Pacto pela Segurança na Fronteira, e finalizar o acordo de indenização dos produtores rurais da área Buriti, em Sidrolândia. O anúncio foi feito ontem, em Brasília, ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e integrantes da bancada federal.

Entre as propostas definidas está a exclusão do pagamento de produtores que não concordam com a indenização de R$ 80 milhões, paga em precatório. “Praticamente todos os produtores já concordaram, lógico que tem alguns que não concordam. Isso é normal. Esperamos nos próximos dias ter a anuência de todos. O próprio ministro disse que se alguns não concordarem eles podem, às vezes, tirar alguma área fora, pode ser desmembrada, se for uma área pequena. Algum que estiver no meio da área, o Ministério faria a desapropriação. Por isso acho que tem a possibilidade de chamar para a mesa de negociação”, afirmou Azambuja, que ainda explicou que “a questão do pagamento não é mais empecilho”, pois o Governo pagaria com precatório, que tem recebimento quase à vista, com as filas praticamente zeradas.”

Um dos produtores rurais da área Buriti, Ricardo Bacha, disse que estes precatórios somente poderão ser resgatados no próximo ano e que há divergências nos valores calculados pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que é de R$ 80 milhões, enquanto perícia feita pelos proprietários avaliou as fazendas em R$ 152 milhões. Eles pediram à União uma indenização entre R$130 milhões e R$150 milhões. “Estamos concordando com a imposição”.

Saiba Mais

Governo receberá contraproposta sobre compra da Buriti até abril

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*Comentário do blog: O que se espera é que no próximo encontro do governador Reinaldo Azambuja com o ministro da Justiça, ele não trate apenas de uma questão pontual – Terra Indígena Buriti – mas sim da demarcação das terras indígenas no Estado do MS como um todo, e que ainda está por resolver.

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Ela se orgulha da fartura: conheça musa que choca Super Bowl

29/01/2015 at 21:40 (*Liberdade e Diversidade)

charlotte-mckinneymusasuperbowlinstarepCharlotte McKinney ficará nua em um dos comerciais do Super Bowl (Foto: Instagram / Reprodução)

29 JAN2015

Terra

O Super Bowl XLIX só será disputado no próximo domingo, a partir das 21h (de Brasília), mas um comercial que irá ao ar durante um dos intervalos do confronto entre Seattle Seahawks e New England Patriots já tem causado furor nos Estados Unidos. Em 1º de fevereiro, milhões de pessoas verão no país a filmagem da modelo Charlotte McKinney desfilando sem roupa no meio de um mercado. A rede de fast food Carl’s Jr. exibirá a peça publicitária para promover o All-Natural Burger.

Mas quem é Charlotte McKinney? O site Esquire.com também fez esta pergunta e decidiu respondê-la. Entrevistou a moça que vai chocar o planeta durante um dos comerciais do Super Bowl e descobriu fatos que, certamente, habitavam a mente dos telespectadores que já viram a filmagem e se encantaram pelas longas e loiras madeixas da modelo.

McKinney tem apenas 21 anos e não fez nenhuma audição para ser escolhida como estrela do comercial da Carl’s Jr. “Eles viram a minha página no Instagram e conversaram com os meus agentes”, contou a bela modelo, que, de fato, é uma sensação na rede social dedicada à postagem de fotos e vídeos. McKinney tem 254 mil seguidores e costuma postar imagens para lá de sensuais diariamente.

E a famosa mordida que ela aparece dando no hambúrguer durante o comercial? “Eu fui lá para isso. Os diretores queriam ver o fato mais real possível. Dizem que as meninas precisam de muitas mordidas para terminar os lanches, mas eu só precisei de oito. Sou uma fã dos lanches da Carl Jr. Moro na Florida e, como não tem esta lanchonete por lá, sempre opto por frequentá-la quando vou a Los Angeles”, explicou a musa.

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charlotteComercial do Super Bowl sugere nudez e causa polêmica

“Sempre que via os comerciais na TV, pensava: ‘ei, eu poderia muito bem fazer isto. Parece divertido’. Para mim, foi incrível estrelar uma peça que vai ao ar em um dos intervalos do Super Bowl”, contou McKinney. “Não estava nervosa. A maneira com que lido com trabalhos difíceis é a de não pensar sobre isto e tentar dar um passo de cada vez. Eu sequer pensava que ia estar no Super Bowl. Era apenas mais um dia de trabalho. Isso é o que eu digo para quem fica nervoso: basta levar as coisas com naturalidade”, acrescentou.

Charlotte McKinney ainda revelou que ama academia, yoga e moda. Como costuma ter “semanas loucas”, usa os sábados e domingos para relaxar em resorts ou em jantares especiais. E sobre as comparações com a “superstar” Heidi Klum.

Ela não se incomoda – até acha legal a “fartura” que tem em comum com a modelo. “É muito legal. Nós somos loiras, viemos da Florida e temos peitos enormes”, brincou McKinney. “A carreira dela é incrível, mas estou pronta para fazer a minha carreira independente de comparações”, decretou.

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