UM HOMEM LIVRE SER CHAMADO DE NEGRO ERA OFENSA GRAVE

08/04/2015 at 22:31 (*Liberdade e Diversidade)

DSC_1608(LAÇOS DE FAMÍLIA E DIREITOS NO FINAL DA ESCRAVIDÃO)

imagesCarlos Frederico Corrêa da Costa*

A pluralidade étnica dos brasileiros impressionava vivamente os estrangeiros que, desde 1808, se avolumavam como viajantes, naturalistas ou comerciantes, mas, apesar disso, são raros os registros dessa convivência entre brancos e negros fora da clássica relação senhor-escravo.Em um processo-crime de 1850, ocorrido no município fluminense de Rio Claro, encontramos um raro flagrante de tensões do dia-a-dia dos brasileiros oitocentistas.

negrosAntônio Ramos foi processado pelo assassinato do negociante Feliciano Lisboa e de sua “caseira” (amásia), Isabel Leme. Todas as testemunhas que depuseram contra ele no processo acreditavam que o motivo do crime fora uma vingança por Isabel tê-lo chamado de “negro” após um jantar na casa das vítimas.

O que verdadeiramente interessa no caso, é que no processo, a indignação de Ramos pareceu compreensível aos que tiveram conhecimento do acontecido. Mesmo sem justificar seu ato extremo, as pessoas não lhe negaram razão em sua raiva por Isabel que, afinal o recebera em casa.

As normas de comportamento não aconselhavam que Isabel chamasse de forma pejorativa o seu convidado de “negro”, ou seja, não era o convite de Lisboa e Isabel para que Ramos jantasse em sua casa – um homem livre, ao que tudo indica descendente de africanos – o que causava estranheza, mas sim que a anfitriã o tivesse chamado de “negro”, desqualificando-o desse modo como hóspede à mesa do casal.

Como regra geral, o que se depreende da leitura desse processo, bem como da de outros documentos similares, é que a palavra negro foi utilizada na linguagem coloquial, por quase todo o século XIX, como espécie de sinônimo de escravo ou ex-escravo, como variantes que definiam os diversos tipos de cativos, como o africano – comumente chamado de “preto” até meados do século – ou cativo nascido no Brasil – conhecido como crioulo -, entre outras variações locais ou regionais.

Observe-se que apesar de ser considerada uma ofensa ser chamado de “negro”, 41% da população livre do Império, recenseada em 1872, era formada por descendentes de africanos. Na ausência de uma fronteira racial absoluta entre escravidão e liberdade, os fatos jurídicos, que conformavam a condição livre ou cativa, decorriam de relações costumeiras, as quais eram sempre tributárias das relações de poder pessoal e de seu equilíbrio.

Não se deve perder de vista que os escravos formavam geralmente uma minoria, em meio a uma população livre multiétnica (mistura de várias raças) e em grande parte composta de descendentes de africanos. Além disso, desde 1850, com a extinção do tráfico negreiro, a propriedade escrava – antes amplamente disseminada entre a população livre – passa a concentrar-se, por causa da alta do preço do cativo, nas mãos de grandes senhores das províncias cafeeiras.

Nos estertores da escravidão no Brasil, a quantidade de homens e mulheres livres descendentes de africanos era muito grande, tornando-se difícil, muitas vezes, saber quem era escravo ou quem era negro liberto, o que causava, vez por outra, desentendimentos que terminavam na polícia ou mesmo em assassinatos, quando um ex-cativo negro era tratado intencionalmente ou não como negro. Para que um descendente de africano fosse aceito como escravo ou livre era preciso que ele assim se reconhecesse e fosse reconhecido como tal.

Referência Bibliográfica

COSTA, Carlos Frederico Corrêa da (pela transcrição e adaptação) de: CASTRO, Hebe M. Mattos de. Laços de família e direitos no final da escravidão In: NOVAIS, Fernando A. (org.), História da vida privada no Brasil 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 341-343.

*Carlos Frederico Corrêa da Costa – é doutor em História Social pela USP-SP, historiador de empresas, famílias e biografias. Professor aposentado da Graduação, Pós-Graduação e Pesquisador do Departamento de História, campus de Aquidauana/UFMS.

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Câmara aprova texto-base do projeto sobre terceirização

08/04/2015 at 21:52 (*Liberdade e Diversidade)

votacaoterceirizacaodivulgacaoProjeto de lei foi aprovado por 324 votos a 137 (Foto: Divulgação)

Lei flexibiliza contratação de terceirizados; votação dos destaques acontecerá na próxima semana

8 ABR 2015

Terra

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 324 votos a 137 e 2 abstenções, o texto-base do Projeto de Lei 4330/04, que regulamenta os contratos de terceirização no setor privado e para as empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e controladas na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios.

Um acordo de procedimentos entre os partidos deixou a votação dos destaques para a próxima terça-feira (13), quando pontos polêmicos deverão ser decididos em votações separadas.

O substitutivo apresentado pelo deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA), que relatou a matéria em Plenário em nome de todas as comissões, manteve, por exemplo, a possibilidade de a terceirização ocorrer em relação a qualquer das atividades da empresa.

O texto não usa os termos atividade-fim ou atividade-meio, permitindo a terceirização de todos os setores de uma empresa. Os opositores do projeto argumentam que isso provocará a precarização dos direitos trabalhistas e dos salários. Esse deve ser um dos pontos a serem debatidos por meio de destaques na próxima semana.

Mudanças

Antes da votação, Maia apresentou parecer favorável a quatro emendas de Plenário. As principais mudanças feitas em relação ao parecer anterior, divulgado na manhã desta quarta-feira, são a exigência de recolhimento antecipado de tributos por parte da contratante com base na fatura paga à contratada; e a manutenção do vínculo sindical do trabalhador terceirizado ao mesmo sindicato que representa o empregado da contratante, se as empresas pertencerem à mesma categoria econômica.

SAIBA MAIS:

PT vai ao STF contra votação de projeto sobre terceirização

Sindicatos protestam contra projeto de terceirização do emprego

Câmara vota projeto que regulamenta terceirização; entenda

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TCE/MS: Cabide de Empregos

08/04/2015 at 21:34 (*Liberdade e Diversidade)

charge marcos borgesCharge do Marcos Borges no jornal “O Estado MS” de hoje (8). Supimpa!

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Bolsonaro diz ser vítima de “heterofobia” por Jean Wyllys

08/04/2015 at 18:32 (*Liberdade e Diversidade)

bolsonaro

Jair Bolsonaro

 

8 de Abril de 2015

TERRA   / Correio do Estado

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP – RJ) publicou uma mensagem em seu Facebook nesta terça-feira afirmando ter sido “humilhado” durante um voo da TAM entre Rio de Janeiro e Brasília pelo deputado Jean Wyllys (PSOL – RJ), que se recusou a se sentar ao seu lado no avião.

Bolsonaro postou um vídeo junto da mensagem, mostrando o momento em que Jean Wyllys sai de sua poltrona, indo para outra mais distante. De acordo com o deputado do PP, isso teria sido uma  demonstração de “heterofobia” do colega do PSOL.

“Surpreendentemente, em clara demonstração de intolerância, preconceito, discriminação e heterofobia o Deputado Jean Wyllys levantou-se e acomodou-se em outro assento”, escreveu Bolsonaro.

Ainda de acordo com ele, caso fosse o contrário, ele praticando tal atitude, “pelo PLC 122/2006 (Senado), que criminaliza a homofobia, estaria sujeito à pena de 1 a 3 anos de reclusão, além da perda do mandato e o fato seria noticiado pela maioria dos telejornais”.

Depois disso, reclama por “Direitos iguais sempre”.

O deputado Jean Wyllys não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

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Por que Congresso pira na redução da maioridade penal (Leitura vespertina)

08/04/2015 at 16:08 (*Liberdade e Diversidade)

maioridade 1Desmoralizados, parlamentares tentam recuperar imagem votando proposta demagógica. Espinosa já estudava manipulação do medo, que alimenta onda conservadora

04/04/2015

Por Cauê Seigner Ameni e Hugo Albuquerque / Outras Palavras

A maioridade penal no Brasil, como se sabe, é atingida aos 18 anos. Agora, deputados e senadores, em uma baixa histórica e justificada da sua popularidade, resolveram subir sua própria aprovação popular abaixando para 16 anos a maioridade: querem responder ao suposto “clamor popular” a favor da medida. Para tanto, eles desenterraram um Projeto de Emenda à Constituição dos anos 90 — a de número 171, ironicamente, o mesmo número do crime de estelionato no Código Penal.

Dizer que a maioridade tem um critério etário significa dizer que a partir daí, um cidadão, em perfeito estado mental, pode ser penalmente responsável pelos seus atos. No Brasil, adotamos há muito o referencial de 18 anos, o que é semelhante à maioria dos países civilizados do mundo.

Para ajudar no esclarecimento dessa comparação entre a legislação de diversos países, o Ministério Público do Paraná publicou uma tabela baseado no estudo “Porque dizer não à redução da maioridade penal”, de 2009, realizado em parceria da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/Pr) com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

No total de 53 países contidos no relatório, pelo menos 42 deles adotam a mesma idade que o Brasil como limite para a responsabilidade criminal de seus cidadãos. Ou seja, 79% dos países indicados pela Unicef têm 18 anos como maioridade penal.

maioridade 2

Argumentos publicados na pagina oficial do senador Magno Malta (PR/ES) usando dados manipulados

Isso tudo desconstrói os argumentos pela redução da maioridade: seus defensores alegam falsamente que os países desenvolvidos já reduziram a idade mínima em seus respectivos Estados. Ou que a maioridade penal no Brasil “seria alta”, misturando propositalmente a “Responsabilidade Juvenil” com “Responsabilidade Penal de Adultos” (Maioridade Penal).

A Responsabilidade Juvenil é sempre mais baixa do que a Responsabilidade Penal comum: comparar uma coisa com a outra, é o velho sofisma de comparar laranjas com bananas para confundir as pessoas.

A diferença é abissal: a “Responsabilidade Penal Juvenil”, que em nossa legislação responsabiliza toda pessoa acima de 12 anos, visa punir o menor infrator, segundo Estatuto da Criança e do Adolescente, com medidas socioeducativas, como obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. Já a “Responsabilidade Penal de Adulto”, fixada para maiores de 18 anos, visa punições mais severas na alçada das responsabilidades criminais, como o encarceramento, além de gerar consequências no prontuário do cidadão.

Portanto, se ocorrer a aprovação da PEC 171/93, a nossa legislação penal do país sai do patamar em que estão Alemanha, França, Inglaterra, Países Baixos, Noruega, Chile, Argentina, Uruguai, entre outros países referenciais no assunto, para se encontrar ao lado de regimes autoritários e dos Estados Unidos — que em matéria penal, não lembram muito o que chamamos uma democracia, sem contudo, ter taxas de criminalidade baixas.

maioridade 3Aliás, vale como exemplo que países como a Alemanha chegaram a reduzir a maioridade penal, mas depois tiveram de voltar atrás. Lá, a responsabilidade juvenil começa atualmente aos 14 anos e vai aos 18, sendo que entre os 18 e os 21 vigora inclusive um sistema penal mais brando, chamado sistema para os “jovens adultos”. E a Alemanha é certamente um país mais tranquilo do que o Brasil — e também mais do que os Estados Unidos, país apontado como “exemplo”, seja em matéria de delinquência juvenil ou de adultos.

Tampouco são as crianças e adolescentes brasileiros os responsáveis pela criminalidade brasileira: algo em torno de 1% dos crimes foram cometidos por adolescentes, os quais aparecem nas estatísticas da violência muito mais como vítimas do que como culpados — pois, obviamente, uma criança ou um adolescente, por razões físicas e mentais, é muito mais vulnerável em relação a um adulto do que o contrário.

Como bem pontuou a jornalista e escritora Eliane Brum em um texto seminal sobre o tema:

– A redução da maioridade penal como medida para diminuir a impunidade e aumentar a segurança é uma fantasia fabricada para encobrir a verdadeira violência. Segundo o Unicef, dos 21 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida. Mas são eles que estão sendo assassinados sistematicamente. Hoje, os homicídios já representam 36,5% das causas de morte por fatores externos de adolescentes no país, enquanto para a população total corresponde a 4,8%.

Na verdade, segundo relatório da UNICEF do ano passado (ver aqui e aqui), fica até pior: somos o segundo país que mais pratica violência contra pessoas de 0 a 19 anos no mundo em números absolutos — e o sexto, em número proporcional à população. Um escândalo, sem dúvida.

Isso responde à velha falácia: “E se um jovem praticasse violência contra você ou algum ente querido seu?” Bom, na verdade, é mais fácil que alguma criança ou adolescente do nosso meio social sofra uma violência do que, como pregam os profetas do apocalipse, que uma criança ou adolescente qualquer cometa alguma violência contra nós mesmos ou nossos entes queridos.

Do mesmo modo que a lógica do encarceramento geral não diminuiu a violência. A conversa fiada de que prender mais nos torna mais seguros não se cumpriu. Já somos a terceira maior população carcerária do mundo, sendo que entre 1990 e 2012, nossa população carcerária cresceu seis vezes. E prendemos sobretudo negros e pardos. Pior ainda é saber que quase metade dos nosso presos aguarda julgamento, sendo tecnicamente inocentes. As estatísticas de violência, por outro lado, são inequívocas: a violência no Brasil só cresceu desde então.

maioridade 4Mas dados racionais não interessam: os manipuladores constroem superstições que lhes são úteis política e economicamente, enquanto a massa assustada simplesmente age à base do comportamento de manada. O fabuloso aparato de mídia de massa, sem dúvida alguma, é o que permite esse quadro de oportunismo e histeria coletiva.

A tirania do medo

Nada diferente do que o filósofo luso-holandês Baruch de Spinoza viu há quase quatrocentos anos: a tirania depende antes de tudo do medo e do desespero alheios, o que é insuflado pelo discurso supersticioso; por meio dele, casos específicos são analisados como regra geral, experiências pessoais isoladas, e medos profundos, são colocados acima da verdade para inverter a realidade e, finalmente, fazer as pessoas lutarem contra seus próprios interesses — como, antes de Spinoza, percebeu Étienne de La Boétie no seu magnífico Discurso sobre a Servidão Voluntária de 1549.

A mesma população que é levada a apoiar a redução da maioridade penal, baseada no medo da violência, na verdade, está atentando contra seus próprios filhos, os quais estarão mais expostos ao aparato punitivo. Pior ainda, com a punição sendo elencada como resolução para os problemas da juventude, fatores como o descaso com a educação, a falta de políticas sociais para os jovens e tantas outras coisas permanecerão obscurecidos.

Os políticos que defendem a redução da maioridade penal elegeram um inimigo (bem oportuno) e uma causa, insuflaram a histeria coletiva e querem ganhar votos e popularidade com isso. Como a mídia policial, que diante dos dados alarmantes de violência, prefere construir uma narrativa fantasiosa de mocinho contra bandido — e um bandido com raça e classe social bem definida — em vez de defender políticas públicas.

A economia política do voto, da audiência midiática, de interesse corporativos na privatização das prisões, da corrupção burocrática em relação ao sistema prisional, que desvia verbas e vidas e, também, das facções criminosas que vivem da extorsão dos próprios presos, comemora. Ela será animada com mais “carne nova no pedaço”.

Por que a violência não é diminuí? Porque não interessa mexer nas suas causas e, também, porque ela dá dinheiro e poder para muitos políticos e empresas. Simples assim. É a possibilidade de lucrar com o mal, de faturar sobre a iniquidade, levantada por Slavoj Žižek em relação ao Capitalismo.

A bancada da bala e os partidos-polícia

Não à toa, a face pública da promoção da PEC do estelionato é a “bancada da bala”: um grupo parlamentar multipartidário, conservadores que contam com o apoio do PSDB, DEM, PSD, PMDB, PP, PTB, PSC entre outros partidos menores, insuflados por parlamentares geralmente ligados às polícias e ao exército — os quais defendem medidas populistas, imediatistas e falsas para resolver a crise da “segurança pública”.

Nos bastidores — e na política, o bastidor importa mais do que o palco — os principais articuladores são os caciques do PMDB, que num misto de chantagem e oportunismo, querem diminuir o desprestígio do Congresso e, ainda, tenta angariar alguma vantagem do governo Dilma, que é contrário à medida — mas que, no entanto, ela não poderia vetar esta medida diretamente, pois mudanças constitucionais não passam pela aprovação (ou veto) da Presidência. Ainda, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, estão envolvidos em inúmeros casos de corrupção, inclusive no rumoroso escândalo da Petrobrás.

Nesse misto de oportunismos de variados graus, de jogos de fumaça e de vontade genuína de fascismo, junto com uma histeria social inflamada diariamente, o bode expiatório da vez são nossos adolescentes: vítimas de uma guerra não declarada na qual já estão julgados e condenados. Seu sacrifício é parte necessária da pretendida marcha do Brasil rumo ao neoconservadorismo. E esta marcha é, direta ou indiretamente, animada pela insanidade que adoeceu mais ainda nossa política e nossa sociedade. Reverter o processo é uma batalha morro acima, mas não podemos nos isentar de combater esse bom combate agora — daqui a pouco, será tarde demais.

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Com seis casos confirmados, Secretaria de Saúde trabalha para conter surto de raiva em Corumbá, MS

08/04/2015 at 15:22 (*Liberdade e Diversidade)

raiva animal em corumbá,msViviane explicou que se trata de um surto por causa das diferentes regiões que os casos foram confirmados (Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

07 de Abril de 2015

Camila Cavalcante / Diário Corumbaense

“Corumbá apresenta surto de raiva”, afirmou a gerente de Vigilância em Saúde de Corumbá, Viviane Ametlla, ao Diário Corumbaense. Ela explica que este é o termo correto para a situação por causa das diferentes regiões em que os casos de raiva animal foram confirmados. “Estamos com seis casos confirmados da doença e, considerando que os casos foram registrados em áreas diferentes e abrangentes da cidade, trata-se de um surto epidêmico de raiva. Com isso, as ações iniciais de vacinação, de bloqueio de foco, de recolhimento de animais não domiciliados,  permanecem de maneira intensificada”, informou.

O Centro de Controle de Zoonoses deve informar se há mais casos positivos da endemia na cidade. O CCZ recebeu três animais com sintomas da doença e aguarda a confirmação laboratorial. Até o momento, a raiva foi detectada em cães encontrados nos bairros Aeroporto, Cristo Redentor, Universitário, Guanã II e em um bovino, no assentamento Tamarineiro II.

Viviane destacou também que, em relação ao caso de raiva detectado em um bovino, outras medidas precisaram ser tomadas. “O caso de raiva bovina foi comunicado no mês de março e já realizamos todas as ações de saúde no local. Fizemos a busca ativa das pessoas que tiveram contato com esse animal. São seis pessoas recebendo profilaxia. Também já realizamos a vacinação de cães e gatos daquela localidade”, concluiu a gerente de Vigilância em Saúde.

Fronteira com a Bolívia 

Apesar de não ter ocorrido no último mês nenhum caso de raiva animal no país vizinho, o Comitê de Fronteiras será reativado e o diálogo de parceria já está estabelecido, informou Walquíria Arruda da Silva, veterinária do Comitê e chefe do CCZ de Corumbá. “Na semana passada fomos à Bolívia, pois temos um acordo em relação à raiva. Conversamos com o pessoal da saúde de lá, repassando os casos que temos aqui e estamos planejando ações em comum acordo. O País não possui equipamentos para essa detecção e os casos suspeitos de lá são encaminhados aqui para o Centro de Controle de Zoonoses de Corumbá, nós é que realizamos os exames nos animais de lá”, observou.

Casos 

O CCZ está com alguns animais em observação, devido a lesões sugestivas de raiva. “Estamos aguardando esses animais virem a óbito para a confirmação. O problema é que a maioria são cães de rua e isso torna a identificação da doença mais difícil, pois não sabemos a vida do animal. No último caso identificado foi confirmada a raiva em um cão de apenas três meses. Isso nos preocupa”, continuou Walquíria.

raiva animal em corumbá,ms2

Até agora, 8 mil animais foram imunizados; estimativa é vacinar 20 mil

“A carrocinha continua com o recolhimento dos animais que estão em situação de rua. Há uma polêmica em relação a essa atitude, mas estamos agindo de acordo com a situação e respaldados pelo Ministério da Saúde. Quando temos casos de raiva, há várias ações que o Ministério cobra e uma das ações é esta”, completou a responsável pelo CCZ.

Após a confirmação do caso, o CCZ age de imediato com o chamado “bloqueio dos focos”, onde vacina os cães da região e arredores.  Até o momento, cerca de 8 mil animais, incluindo cães e gatos já receberam a dose de imunização contra a raiva . As vacinas foram aplicadas nos bairros onde os casos confirmados foram identificados: Nova Corumbá (que incluiu Jardim dos Estados e Guarani), Popular Nova, Aeroporto, Cristo Redentor e Universitário  e no assentamento Tamarineiro II. Na campanha de vacinação de 2014, 18 mil animais receberam as doses da vacina. O cálculo de imunização para 2015 é de cerca de 20 mil animais.

Walquíria Silva ressaltou ainda que os proprietários que não vacinaram seus animais por algum motivo, podem se dirigir até o centro de Controle de Zoonoses na cidade, localizado na parte alta de Corumbá de segunda a sexta-feira em horário comercial. Aos sábados e domingos, há um plantão com atendimento direto das 07h às 17h. O telefone de contato do Centro de Controle de Zoonoses é o 3233-2783. O CCZ também prepara o cronograma de imunização nos demais bairros da cidade.

Saiba mais:

30/03/2015 Com dois casos de raiva confirmados, CCZ prepara reforço vacinal em toda a cidade

02/04/2015 Mais quatro casos de raiva animal são confirmados em Corumbá

02/04/2015 Ladário registra primeiro caso de raiva animal

08/04/2015 Ladário retoma vacinação contra a raiva no bairro Santo Antônio

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Giba Um: Manu Gavassi

08/04/2015 at 12:00 (*Liberdade e Diversidade)

manu gavassi 1*****

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Dilma entrega coordenação política do governo a Temer

08/04/2015 at 11:49 (*Liberdade e Diversidade) ()

temer-coordenador-politicoTemer aceitou o convite para fazer a coordenação política do governo Orlando Brito/ObritoNews/Fato

O vice-presidente assume a função que era exercida pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas

7/04/2015

Afonso Morais e Mário Coelho / Fato online

A presidente Dilma Rousseff anunciou no início da noite desta terça-feira (7) a substituição do ministro Pepe Vargas pelo vice-presidente da República, Michel Temer, na coordenação política do governo. A Secretaria de Relações Institucionais, que era ocupada por Vargas, passa a integrar as competências do vice-presidente. “A decisão caiu bem entre os líderes”, afirmou o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), após reunião com as lideranças partidárias.

Michel Temer aceitou o convite da presidente Dilma e assumirá a coordenação política do governo com o Congresso Nacional em momento de grande desgaste no relacionamento entre os dois poderes.

Em nota oficial, a presidente agradeceu “o empenho, a lealdade e a competência do ministro Pepe Vargas”. Inconformado com a notícia de que a presidente chegou a convidar o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, do PMDB, para substituí-lo, o ministro das Relações Institucionais pediu demissão do cargo. Ministro da Secretaria de Aviação Civil, Padilha não aceitou o cargo porque não recebeu o aval da cúpula do PMDB.

Dilma decidiu também retirar o status de ministério da Secretaria, como parte do enxugamento na estrutura do Executivo que vai promover em atenção à exigência dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.

Reunião do Planalto

Após sair da reunião dos líderes da base de apoio ao governo com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), sentou ao lado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que presidia a sessão, e relatou sobre o resultado da reunião. Renan falava levando a mão à boca para evitar que percebessem o que dizia. A conversa entre os dois demorou cerca de 20 minutos.

Terminada a conversa com o presidente do Senado, o líder peemedebista foi chamado a falar sobre o resultado com a imprensa, mas Eunício foi econômico nas palavras. “A reunião foi basicamente sobre dois assuntos: um anúncio e um pedido. Ela anunciou que a Secretaria das Relações Institucionais (SRI) passará a ser comandada pelo vice-presidente Michel Temer e pediu para que o Congresso aprove o ajuste fiscal”, comentou.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também preferiu não comentar sobre a reunião, mas alguns petistas se mostravam irritados com o que aconteceu. “Fica difícil ajudar ao governo desse jeito. Não tem conversa. A gente fica sabendo tudo pela imprensa”, criticou um senador petista.

“É o caminho mais saudável, colocar o PMDB no centro da articulação política”, comentou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). O petista rejeitou a ideia de que o PMDB tenha saído vencedor da quebra de braço com o PT ao assumir o cargo do partido. Para ele, há “grande valor simbólico” na atitude, mas ela não representa uma espécie de parlamentarismo peemedebista no segundo mandato. Com a decisão da presidente, a Secretaria de Relações Institucionais será incorporada pela vice-presidência da República. A Temer caberá escolher uma nova equipe, ainda não definida.

De acordo com o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), a decisão de Dilma pegou os líderes de surpresa, mas foi bem aceita. Segundo o pessedista, todos elogiaram a atuação de Pepe Vargas, que ficou no principal cargo da articulação política do governo por pouco mais de três meses. O petista que ainda não sabe se retoma o mandato de deputado federal ou se assumirá outra pasta. Durante a tarde, cogitou-se a transferência dele para a Secretaria de Direitos Humanos.

O tema foi movimentou o Congresso durante o dia de hoje. O convite ao ministro da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha, assumir a articulação política do governo irritou a bancada petista, que soube tudo pela imprensa. Apesar de não comentar sobre o assunto, alegando não ter conhecimento oficial sobre o fato, os petistas evitaram falar abertamente.

Já a oposição aproveitou o anúncio para tripudiar do governo. O líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), foi irônico ao comentar sobre o fato: “A presidente Dilma transformou o Temer em primeiro ministro. Ela transferiu o governo para o PMDB, é isso?”.

Leia também: 

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Brasil: Desemprego sobe 6,9% em março e mantém tendência de alta

08/04/2015 at 11:04 (*Liberdade e Diversidade)

desempregoDesemprego tem aumentado e percepção das famílias pioraram (Foto: Paulo Whitaker / Reuters)

Demissões em diversos setores levou à piora nas percepções das famílias em relação ao mercado

8 ABR 2015

Terra

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 6,9% em março, mantendo a tendência de alta de 2014, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado sinaliza uma nova piora do mercado de trabalho no mês.

De acordo com Rodrigo Leandro de Mora, pesquisador da FGV, o ICD mostra um aumento do desemprego, motivado por demissões, piorando a percepção das famílias em relação ao mercado de trabalho. ”Como as demissões estão se alastrando para o setor de serviços, que é intensivo em mão de obra, parece que as famílias passam a perceber mais facilmente essa piora”, afirmou, em nota.

De acordo com a pesquisa, famílias de todos os extratos de renda apresentaram uma piora acentuada em sua percepção do mercado de trabalho, com destaque para aquelas pertencentes à classe média (cuja renda familiar está entre R$ 2.100 e R$4.800).

O índice é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação do mercado de trabalho.

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Campo Grande, MS, registra média de quatro casos de câncer por dia

08/04/2015 at 10:32 (*Liberdade e Diversidade)

cancerNúmero assusta, mas oncologistas afirmam que diagnóstico está mais avançado (Foto: Leonardo de França/Arquivo OEMS)

08 de abril de 2015

Maressa Mendonça e Jones Mário – O Estado MS

De janeiro a março deste ano, 413 novos casos de câncer foram diagnosticados em Campo Grande – uma média de quatro resultados positivos para a doença por dia. Oncologistas afirmam que apesar de alto esse índice está dentro do nível considerado “aceitável” pelo Ministério de Saúde e que há motivos para comemorar neste Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado hoje. É que Mato Grosso do Sul conseguiu avançar no diagnóstico precoce da doença.

Dados do Instituto de Prevenção Antônio Morais dos Santos, filial do Hospital do Câncer de Barretos em Campo Grande, apontam que entre os meses de janeiro e março foram realizados 2.705 mamografias e 4.146 exames do para detectar câncer de colo de útero (Papanicolau) na unidade. Houve 41 casos confirmados – 28 de câncer de mama e 13 de útero.

Já no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, foram diagnosticados outros 372 casos. As estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer), indicam outros 57 mil novos casos no Brasil em 2015.

Segundo o médico João Bosco De Barros Wanderley, os tumores mais frequentes nas mulheres são justamente os de mama e de útero. Quando os pacientes são homens, o câncer na próstata é o mais comum. “Outro câncer bem comum é de pele”, completou o oncologista.

Wanderley enfatiza que o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura do paciente. “Quanto menor ele (tumor) for, maiores são as possibilidades de tratamento e de cura. Dependendo do caso, nem é preciso passar por cirurgia ou quimioterapia. A radioterapia já resolve”.

Ainda sobre o diagnóstico na fase inicial da doença, outro oncologista explica que as chances de sobrevida também aumentam. De acordo com Fabricio Colacino Silva, “passa de 20% para 95% em cinco anos”. “Tudo é diferente quando a doença é descoberta precocemente. São menos internações, menos cirurgias, menos sofrimento”, completou.

Exercícios e alimentação saudável são formas de evitar a doença

Dieta saudável e a prática de exercícios físicos são hábitos que podem evitar o aparecimento de tumores, conforme explica Colacino. “Essas são orientações gerais, mas existem outras dicas como usar o filtro solar diariamente, não fumar e usar preservativo”, expôs o oncologista se referindo as formas de prevenção específicas para o câncer de pele, pulmão e colo de útero.

Quando o câncer é diagnosticado, o paciente é submetido a um tratamento com duração mínima de seis meses e que pode se estender até mais de um ano.

Sem diagnóstico exato, família dá início à quimioterapia em menino de 2 anos

Nos corredores do Cetoi (Centro de Tratamento Onco-Hematológico Infantil), localizado no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, uma família vive o drama de ter dado início ao tratamento de Enzo Emanoel Batista da Silva, 2, sem saber ao certo o diagnóstico da doença. A suspeita é a de que o garoto tenha câncer de próstata – um caso considerado raro em crianças.

A mãe, Dhiana Batista de Freitas, 25, conta que o garoto começou a reclamar de dores no fim do mês passado e passou por três médicos diferentes até ser transferido para o Hospital Regional. “Um falou que era verme, outro achou que ele tinha cólica no rim e outro disse que eu estava com frescura”, relatou.

Após uma “peregrinação” entre postos de saúde, Enzo foi submetido a uma biopsia e mesmo antes da divulgação do resultado, começou o tratamento de quimioterapia. “Não fizeram a biopsia antes porque era semana santa, mas a doença não espera feriado. Ontem, fizeram a gente assinar um termo de responsabilidade e ele começou a quimio sem laudo. Nossa vida mudou completamente”.

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