Barco que monitora tubarões em PE parte para o mar

30/05/2014 at 22:02 (*Liberdade e Diversidade)

Ana Lima Freitas / Direto do Recife

Terra

Barco para monitorar tubarões

Barco parte para monitorar tubarões no Estado (Foto: Ana Lima Freitas / Especial para Terra)

Partiu nesta sexta-feira do litoral do Recife o barco que tem a missão de monitorar a costa pernambucana para tentar minimizar os riscos de ataques de tubarão no Estado. Com a chegada da época das chuvas, cresce o alerta para incidentes com o animal. A mudança climática aumenta a turbidez da água e a quantidade de objetos que chegam ao mar levados pelos rios. Esses fatores combinados reforçam a presença de tubarões nas praias.

Os cerca de 22 quilômetros da costa pernambucana são reconhecidos estatisticamente como um dos pontos onde há as maiores probabilidades de risco de ataques de tubarão no mundo. Em pouco mais de duas décadas foram registrados no Estado 59 ataques e 24 mortes. A última foi flagrada por câmeras da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. Em 22 de julho do ano passado, a estudante paulista Bruna Gobbi, 18 anos, foi atacada em plena praia de Boa Viagem, zona sul do Recife, um dos principais cartões postais da cidade.

A embarcação responsável pelo monitoramento da costa pernambucana deve ficar seis dias no mar. O trabalho da equipe que conta com 6 pessoas, entre elas engenheiros de pesca, é capturar os tubarões, instalar microchips nos animais e soltá-los em alto mar. A partir de então, os bichos tem a vida monitorada por cientistas. O trabalho é comandado pelo Instituto Oceanário (que é ligado à Universidade Federal de Pernambuco) em parceria com a Secretaria de Defesa Social do Estado (SDS).

Desde o último ataque até o início de abril, 35 expedições foram realizadas. No período, foram capturados 68 tubarões, das espécies lixa (42), flamengo (7), galha-preta (3), cabeça-chata (2) e tigre (14).

Esta semana, a SDS liberou R$ 863.787,84 para a campanha de prevenção contra ataques. Além do monitoramento dos animais, um forte trabalho educativo está sendo implementado visando os turistas que vão desembarcar no Recife para a Copa do Mundo. Milhares de folders com informações bilíngues estão sendo confeccionados e serão distribuídos em hotéis, agências de viagens, na orla pernambucana, terminal integrado de passageiros e no Aeroporto Internacional do Guararapes.

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“Batman” rebate Ronaldo: “você que merece levar cacete”

30/05/2014 at 19:57 (*Liberdade e Diversidade)

30 de maio de 2014

Paula Bianchi Direto do Rio de Janeiro

Terra

Batman2

“Batman” segura cartaz manchado de sangue após ser agredido

Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil

Eron Morais de Melo, mais conhecido por se fantasiar de Batman durante os protestos no Rio de Janeiro, foi uma das primeiras pessoas a chegar à manifestação contra a Copa do Mundo marcada pelas redes sociais para a Cinelândia, no centro da cidade, nesta sexta-feira. “Batman”, que foi agredido pela Polícia Militar (PM) durante um ato dos professores na última terça-feira, carregava um cartaz contra as declarações do ex-jogador Ronaldo.

“Fui agredido sem motivo, levei cinco pontos na cabeça durante um protesto pacífico. A PM quando entra na manifestação só atrapalha”, afirmou o “Batman”, que fora dos protestos trabalha como protético (profissional especialista em próteses dentárias).

No cartaz, “Batman” acusa Ronaldo de traidor e afirma, “você é que merece levar cacete!”. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo o jogador disse, ao falar dos vândalos em manifestações, que a polícia “tem que baixar o cacete neles, tirá-los da rua, prendê-los“.

“Acho que os protestantes não violentos vão assistir à Copa. Quem aqui vai querer perder essa oportunidade? Ninguém aqui vai estar vivo quando tiver outra Copa no Brasil. Acho que nem vai ter mais, a Fifa ficou traumatizada”, brincou Ronaldo na entrevista.

Apesar de ter mais de 6 mil confirmações na página do evento no Facebook, às 17h,  horário marcado para iniciar o protesto, poucas pessoas se reuniam na Cinelândia.

Nem “Batman” escapa

Figura comum nos protestos cariocas, Melo (incorporando Batman) ficou ferido durante o protesto de professores depois que policiais militares chegaram em diversas viaturas e fizeram uma primeira tentativa de desobstruir uma avenida, empurrando os docentes, formando uma linha e usando apenas escudos.

 Como os manifestantes se recusaram a sair da via, os policiais usaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo, provocando correria e protesto dos educadores. Nesse momento, Melo acabou atingido na cabeça, que ficou ensanguentada, assim como sua fantasia de Batman. “Quando eu senti a pancada, comecei a sangrar na cabeça. Eu estava totalmente pacífico. Sou contra a violência. Ela veio por parte da polícia, que agiu truculentamente, sem necessidade, batendo nos professores. Me empurraram com o escudo e bateram com o cassetete”, contou na ocasião.

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Portinari, um ilustre desconhecido em Paris

30/05/2014 at 19:23 (*Liberdade e Diversidade)

27/05/2014

Por Leneide Duarte-Plon / Observatório da Imprensa

Portinari2

 Esta é sua quarta viagem a Paris, mas é a primeira em que as obras o representam. Nas outras três, Cândido Portinari (1903-1962) veio em carne e osso. Em 1929, com bolsa de estudos, em 1946, para uma exposição na galeria Charpentier e, em 1957, para uma grande exposição de 136 obras.

Mas, desde então, Paris não viu mais nenhuma exposição do maior pintor brasileiro do século 20. Agora, os dois painéis monumentais, “Guerra e Paz”, que Portinari realizou para a ONU, de 1952 a 1956, são o centro da magnífica exposição inaugurada com grande pompa dia 6 de maio no Grand Palais, um dos museus mais prestigiosos de Paris.

A mostra foi fruto da vontade de dois presidentes socialistas, François Hollande e Dilma Rousseff, que quiseram, assim, lembrar a mensagem humanista de Portinari. Essa é a primeira vez que essa obra monumental sai da América e atravessa o oceano Atlântico, depois de ter sido exposta com enorme sucesso no Rio e em São Paulo. Os painéis haviam voltado ao Brasil para serem restaurados por uma equipe de restauradores dirigida por Edson Motta Filho e Claudio Valério Teixeira.

Chance única

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 Portinari aderiu ao Partido Comunista Brasileiro em 1945. Por isso, não pôde entrar nos Estados Unidos para a colocação de seus painéis. O país estava mergulhado na caça às bruxas do macartismo, a patrulha anticomunista vivia seu apogeu. Por ser comunista, o artista nunca viu sua maior obra no local para o qual fora destinada.

O jornal Libération apresentou Portinari como “um dos maiores artistas da América Latina, o Michelangelo brasileiro”, cuja obra é marcada pela luta contra o racismo e a miséria. Mas o brasileiro ainda é um artista pouco conhecido na França, o que lamenta o jornalista Vincent Noce, que fez em sua reportagem uma apaixonada defesa da obra de Portinari, também comparado a Diego Rivera, o grande pintor mexicano, a quem foi dedicada uma grande exposição no ano passado, em Paris.

Se depender do Libé, que dedicou quatro páginas centrais em cores e repletas de fotos dos deslumbrantes painéis e de outras obras do pintor, Portinari já não será mais um ilustre desconhecido dos franceses.

Em outro artigo no mesmo jornal, o curador do Centro Pompidou, Nicolas Liucci-Goutnikov, assinala o caráter mestiço e multicultural da sociedade brasileira, perfeitamente representada na arte do Modernismo, do qual Portinari foi o maior representante na pintura.

O fato de ter sua obra praticamente escondida dos olhos do público explica o precário conhecimento do artista no estrangeiro. Seu filho, João Cândido, informa que 95% da enorme obra de Portinari não é visível por estar em casas de colecionadores. Segundo ele, das 5.100 obras inscritas no catálogo raisonné do artista, apenas 200 estão no estrangeiro.

Agora, é preciso aproveitar a chance rara de ver Portinari no Grand Palais onde, além dos impressionantes e magníficos painéis, outros quadros e dezenas de estudos para “Guerra e Paz” podem ser vistos, além de vídeos que descrevem o processo de restauração e mostram o sucesso das exposições no Rio e em São Paulo.

A exposição de Portinari em Paris termina no dia 9 de junho.

 *Leneide Duarte-Plon é jornalista, em Paris

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Wikipedia, a conquista civilizatória do século? (Leitura superinteressante)

30/05/2014 at 16:34 (*Liberdade e Diversidade) ()

29/05/2014

Thiago Domenici, no Retrato do Brasil

wikipedia

Jimmy Wales, co-fundador da Wikipedia. Nascida por acaso, ela alimenta-se da contribuição voluntária de milhões de apoiadores e tem sistema sofisticado para dirimir divergências entre 80 mil editores

Como surgiu, e é gerida, obra coletiva consultada por 500 milhões ao dia, mantida sem lucro e alimentada pelo desejo humano de compartilhar conhecimentos

Mil volumes com cerca 1,2 mil páginas cada, capa dura e texto em preto sobre papel branco. Seria assim a versão impressa da Wikipédia, a maior enciclopédia digital do mundo, se uma campanha de crowdfunding (espécie de “vaquinha virtual”) arrecadasse 50 mil dólares (120 mil reais, aproximadamente). O montante era o necessário para imprimir os 4,3 milhões de artigos da versão do site em inglês, mas a campanha acabou malsucedida no final do mês passado e obteve apenas 25% daquele total. A iniciativa partiu da PediaPress, parceira oficial da Wikimedia Foundation Inc., instituição sem fins lucrativos com sede em São Francisco (EUA), responsável pela Wikipédia e outros projetos. No vídeo da campanha, um dos argumentos sugere que os mil volumes estariam desatualizados tão logo fossem publicados. Então, para que o esforço? Justamente porque transformar a Wikipédia num produto físico seria a melhor maneira de compreender suas dimensões.

Ao longo dos séculos, seja nos 37 volumes da História Natural, de Plínio, o Velho, filósofo e naturalista que viveu no primeiro século da era cristã na biblioteca de Alexandria, fundada no início do século III a.C, até a Encyclopédie, surgida do projeto iluminista conduzido na França do século XIII por Denis Diderot e Jean d’Alembert, o homem sempre ambicionou reunir a totalidade do conhecimento humano. E quem melhor encarnou essa pretensão de descrever o estado atual do conhecimento foram as enciclopédias, termo que surgiu da expressão grega enkylios paideia (educação circular).

O fracasso da “Wikipédia impressa” parece estar ligado a mudanças de hábitos geradas a partir da massificação do uso da internet e do computador. Além disso, o alto custo de produção das enciclopédias impressas e as baixas vendas demonstraram que o antigo modelo de negócio já não era viável.

A história da Wikipédia se desenha a partir de 1995, quando o americano Ward Cunningham criou um software conhecido como WikiWikiWeb – a palavra wiki, no idioma havaiano, significa “super-rápido”. Cunningham queria um sistema que facilitasse a condução e a documentação de grandes projetos de informática. E os wikis permitiam uma edição coletiva dos textos a qualquer dia e hora, sem estabelecer limites entre autor e leitor. Seis anos mais tarde, surgiria a Wikipédia, época em que o mercado contava com a tradicional Encyclopædia Britannica e a enciclopédia Microsoft Encarta.

A Encarta, lançada em 1993 pela empresa de Bill Gates, fora inicialmente vendida apenas em CD-ROM e teve uma versão on-line a partir de 2005. Em 2009, a Encarta fechou as portas sob a alegação de que “as pessoas hoje em dia buscam e consomem informação em consideráveis e diferentes maneiras do que há alguns anos”. Três anos depois da Encarta, foi a vez da Britannica, herdeira da Encyclopédie francesa, com 244 anos de história, anunciar o fim da sua edição em papel. Segundo seu presidente, Jorge Cauz, o fim soou como um “ritual de iniciação à nova era”. Os pesados volumes da enciclopédia Britannica, com suas letras douradas na lombada, foram um objeto quase básico nas famílias britânicas e americanas desde meados do século XX, quando centenas de vendedores ambulantes as ofereciam de porta em porta. O auge de vendas ocorreu nas décadas de 1970 e 1980, quando, por exemplo, antes do boom da internet, as vendas atingiram 120 mil unidades em 1989 só nos EUA.

A primeira edição da Britannica (1784) foi produzida na Escócia, em Edimburgo, e tinha 2,7 mil páginas. Era dividida em três volumes e contou com artigos de Benjamin Franklin e John Locke. A edição de 1889, considerada uma das melhores de todos os tempos, teve participação de Charles Darwin e Karl Marx. Agora, disponível somente na internet, a Britannica mantém atualização constante dos verbetes e, além de oferecer parte do conteúdo gratuitamente, possibilita a assinatura online para os usuários acessarem o conteúdo completo em diferentes plataformas digitais. A Britannica era impressa a cada dois anos e sua última edição no formato antigo circulou com 32 volumes e custava 1,4 mil dólares (aproximadamente 3,2 mil reais). Nela, havia atualizações sobre o projeto do Genoma Humano e a questão do aquecimento global. As 4 mil unidades restantes no estoque esgotaram-se em menos de três semanas, resultado da comoção de muitos com o anúncio do seu fim em papel. No Twitter, em tom de reconciliação amorosa, uma pessoa escreveu: “Sinto muito não ter sido fiel a você, Encyclopædia Britannica. A Wikipédia estava ali, à mão, mas não significou nada. Por favor, volte!”.

Em artigo publicado no ano passado, Cauz fez um balanço de todo o processo. Para ele, o fim da edição em papel começou muito antes da Wikipédia. “O modelo de vendas começou a ruir em 1991, quando o público tinha menos tempo e paciência para atender um vendedor na porta de casa e quando computadores começaram a vir com leitor de CD-ROM (…) Foi uma jogada brilhante da Microsoft [dona da Encarta] e algo muito prejudicial para a Britannica.” O sucesso da Wikipédia, diz Cauz, reforçou a decisão da Britannica de pôr fim ao papel – responsável por 1% do faturamento da empresa. “Assim como muitas inovações de ruptura, a Wikipédia tinha qualidade inferior: se fosse um vídeo, seria granulado e fora de foco. Mas o público não estava nem aí, pois a Wikipédia tem um número imenso de verbetes, é fácil de usar e é grátis. Não poderíamos competir em quantidade ou preço. Achávamos que o consumidor preferia nosso material de referência? Sim. Achávamos que estava disposto a pagar por isso? Não necessariamente.” Segundo Cauz, a Britannica mantém hoje 500 mil assinantes on-line.

No Brasil, a versão em português da Britannica foi publicada pela primeira vez em 1963, com o nome de Enciclopédia Barsa. No corpo editorial estavam Jorge Amado, Antônio Calado e Oscar Niemeyer, entre outros intelectuais brasileiros. Todos escreveram textos para aquela primeira edição, cuja leva inicial, de 45 mil exemplares, esgotou-se em oito meses. Em 2005, a Barsa foi comprada pelo grupo editorial espanhol Barsa Planeta. E, curiosamente, ao contrário de sua progenitora, a Barsa mantém ativa sua edição em papel, além de oferecer a versão online do produto. “Estrategicamente, o modelo de negócios da empresa para comercialização dos nossos programas educativos e enciclopédias evoluiu em todos os aspectos”, informou Mauricio Gregorio, presidente corporativo do Grupo Planeta Brasil, a Retrato do Brasil.

Quem adquire a Barsa precisa reservar um bom espaço na estante para acomodar suas cerca de 10 mil páginas organizadas em 18 volumes. Acompanhada de um CD-ROM, ela custa 3 mil reais em média (preço que varia conforme o modelo de capa escolhido). Em 2012, 70 mil unidades foram vendidas. Indagado sobre a “concorrência” da Wikipédia, Gregorio diz que o maior atrativo da Barsa é a “credibilidade do conteúdo e a confiabilidade dos mais de 160 mil verbetes oferecidos”. “Não competimos com portais genéricos de informação.”

Genérica ou não, a Wikipédia surgiu de uma tentativa de fazer dar certo a Nupedia, o “projeto-anjo” dos americanos Jimmy Wales, especialista em finanças, e Larry Sanger, então estudante de filosofia. A dupla desejava criar uma enciclopédia gratuita e online na qual os artigos seriam escritos por especialistas e com rígido processo de revisão. Por conta da lentidão na produção, a dupla de criadores introduziu o wiki de Cunningham num site paralelo, que serviria de suporte para acelerar a dinâmica da Nupedia. Para surpresa geral, a Wikipédia (nome cunhado por Sanger) superou a Nupedia em tamanho e acessos em pouco tempo, criando desde cedo uma pequena comunidade de editores constantes – hoje há mais de 80 mil deles ativos no mundo. Em comparação, em três anos a Nupedia conseguiu publicar somente 24 artigos, enquanto a Wikipédia publicou mais de 20 mil.

Atrás de Facebook, Google, YouTube e Yahoo!, a enciclopédia livre é o quinto site mais acessado do mundo, com impressionantes 500 milhões de acessos diários. Suas características modificaram a forma de se compartilhar conhecimento gratuito na web, já que cada tópico de diferentes temas é editado pelos próprios internautas – cada um agregando mais informações a respeito de um mesmo assunto. Evidentemente, o site mantém um “controle de qualidade”, classificando, por exemplo, um artigo como pendente de fontes ou alertando quando as informações são parciais demais. Publicada em 288 línguas diferentes, a Wikipédia possui hoje mais de 30 milhões de artigos.

No caso lusófono – que inclui o Brasil – são mais de 800 mil artigos. “A Wikipédia é fruto de um esforço enorme de um grande número de pessoas”, diz Carlos d’Andréa, professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que defendeu há três anos tese de doutorado sobre o site. “É um projeto que, em tese, tinha tudo para dar errado. Ter alcançado tamanha amplitude e visibilidade não é pouca coisa. Tem problemas? Sim, muitos. Virtudes? Várias também. É uma fonte de informação a ser usada com cuidado – como qualquer outra fonte, em sua peculiaridade, também deve ser vista com alguma reserva.”

Henry Jenkins, um dos principais pensadores do impacto das novas tecnologias no mundo, autor do livro Cultura da convergência (Editora Aleph, 2008), diz a RB que a Wikipédia tem muitas vantagens em relação às enciclopédias tradicionais por conseguir ser mais inclusiva. “Ela pode ser muito mais atual ao dar respostas a eventos que estão acontecendo agora, mudando as informações disponíveis”, explica o professor de comunicação. “Nós podemos ver de onde veio a informação e revisar os processos de forma que a comunidade decida a qualidade daquela informação. O sistema permite que perspectivas diferentes possam coexistir em vez de serem resolvidas por um ‘especialista’. Tudo isso proporciona uma relação diferente entre o público e a informação compartilhada por uma sociedade.”

Mesmo considerando a Wikipédia um dos “maiores feitos da humanidade na era digital”, Jenkins constata que ela não é homogênea. “A abrangência dos tópicos não é tão diversificada quanto muitos de nós gostaríamos e a exigência de a informação ter sido publicada previamente, nesse caso, faz com que a Wikipédia acabe reproduzindo as lacunas da grande mídia. Há uma parcialidade sistêmica nos que participam desse processo, cujas verdades acabam reproduzidas. O leitor precisa se manter atento ao ler uma entrada, assim como deveria estar atento ao ler qualquer coisa.”

Segundo a tese de D’Andréa, as críticas mais frequentes à Wikipédia relacionam-se à credibilidade da informação em um ambiente em que qualquer pessoa pode alterá-la. Para ele, se encararmos a Wikipédia como um fluxo e não um produto final, “é fundamental reconhecer que ela nunca está pronta e, portanto, não é possível ler seus artigos como uma verdade”. Em resposta aos críticos mais vorazes, sua tese cita estudo publicado pela revista científica Nature há oito anos que avaliou a precisão de 42 verbetes de ciência da Wikipédia em inglês com os verbetes correspondentes da Britannica. Houve quatro erros graves de cada lado e a Britannica teve pouco menos erros factuais que a Wikipédia (123 a 162).

Para preservar a isenção dos artigos, a Wikipédia não tem anunciantes e sua receita vem, basicamente, de doações coletivas. É o único dos dez sites mais acessados do mundo que mantém uma proposta sem fins lucrativos. Hoje há mais de 2 milhões de doadores ao redor do mundo. Em uma campanha de 2011, por exemplo, mais de 1 milhão de voluntários doaram um total de 20 milhões de dólares. A sede, em São Francisco, tem pouco mais de 130 funcionários para manter todos os “projetos Wiki” em andamento. “O aspecto mais importante do modelo sem fins lucrativos é possibilitar que o projeto se mantenha focado no que nossa comunidade de editores voluntários mais valoriza: a capacidade de se manter neutro e distante de quaisquer fatores que poderiam influenciar a objetividade e a neutralidade da Wikipédia e de seus projetos irmãos”, explica o canadense Jay Walsh, consultor de comunicação e relações públicas do Wikimedia Foundation Inc.

Mas como é possível que uma enciclopédia escrita e editada por voluntários funcione? Segundo D’Andréa, o modelo de funcionamento da Wikipédia significa uma ruptura com o de produção editorial baseado em rotinas industriais estabelecidas a partir dos suportes impressos. Em geral, as enciclopédias são produzidas por uma equipe de “editores” junto com os “colaboradores especialistas”, e a expertise no assunto sempre foi um pré-requisito. No funcionamento da Wikipédia, o modelo é outro, baseado no “publique, depois filtre”. Nesse sentindo, a Wikipédia é um projeto fora da curva por evidenciar o quanto as pessoas se acostumaram ao primeiro modelo, aquele em que a produção de textos é centrada na figura de um autor e voltada para suportes que dificultam modificações após sua publicação.

Os artigos devem conter informações verificáveis, ou seja, não se pode opinar e deve constar somente o que já foi publicado em fontes consideradas confiáveis pela comunidade. É comum, por exemplo, ver em muitos artigos a própria Britannica ser indicada como fonte. Sua estrutura básica é a seguinte: além dos leitores – o sujeito que visita o site para se informar – existem os editores. Nesse “cargo”, para alterar qualquer informação, é preciso clicar na aba “Editar” presente em qualquer artigo. A alteração no texto é publicada e essa passa a ser a versão válida até que seja novamente mexida. Acima dos editores ficam os “administradores”, eleitos ou indicados por outros editores por causa da frequência e da qualidade de suas colaborações. Acima deles estão os “burocratas”, os chefes dos administradores (são quatro no Brasil). Acima de todos fica o steward – o juiz da Wikipédia –, corpo composto por 38 usuários encarregados de dirimir conflitos, por exemplo, entre burocratas e administradores.

Para intervir no site, um editor pode ou não se cadastrar. Se o fizer, torna-se um “wikipedista” e tem suas contribuições ligadas a seu perfil. Em 2012, por exemplo, o americano Justin Knapp, 30 anos, que escreve na enciclopédia sob o apelido de “koavf”, bateu um recorde ao ser reconhecido como o primeiro usuário a realizar 1 milhão de edições. Voluntário desde março de 2005, Knapp é formado em filosofia e ciência política pela Universidade de Indiana, mas procura conciliar o diploma com outras formas de trabalho, como entregador de pizzas, por exemplo. A contribuição para a enciclopédia virtual começou com edições anônimas, que hoje chegam a cerca de 385 por dia. Política, religião, filosofia e cultura popular são alguns dos temas mais abordados em seus artigos.

Editores não cadastrados são identificados pelo Internet Protocol (IP) atribuído ao computador naquela conexão. Sem exceção, todas as edições realizadas nos artigos são registradas na página “Histórico” – na qual é possível comparar versões, identificar o autor da edição, data, horário e comentários. A busca pelo consenso durante a edição contínua dos artigos da Wikipédia ocasiona, em inúmeros casos, disputas e conflitos, que são as chamadas “guerras de edições”.

A Wikipédia possibilita resgatar qualquer versão do artigo, principalmente em casos de edições feitas de má-fé, chamadas de “vandalismo”. Segundo D’Andrea, dois tipos de vandalismo são reconhecidos pelo projeto: o “furtivo” e o “explícito”. No primeiro caso, o usuário acrescenta informações incorretas ou adiciona imagens consideradas indecentes ou impróprias. Já o vandalismo explícito ocorre quando um editor “diverte-se em repetitivamente apagar conteúdo de páginas, em trocar informações corretas por erradas, em inserir termos de baixo calão ou ofensivos ao projeto ou, ainda, aos contribuintes do projeto”, mesmo após ter sido avisado por outro editor.

Recentemente, quando da morte do ator José Wilker, uma amiga do repórter postou atônita em seu Facebook um vandalismo do tipo “explícito”: “Nossa, fui ver que história é essa do José Wilker ter morrido e entrei no Wikipédia e lá estava ‘José Wilker faleceu no dia 5 de abril de 2014, aos 66 anos, vítima de infarto e deixou todo o seu dinheiro para a caridade e para pagar a conta de luz do Vasco’… hein? Entrei de novo e a história do Vasco já não estava mais…”

A rápida remoção do conteúdo impróprio pode ter sido realizada por ação humana (editor ou administrador) ou pelos robôs algoritmos da Wikipédia, como, por exemplo, o Salebot, software criado para fazer intervenções automáticas quando encontrar expressões suspeitas. O Salebot já fez mais de 180 mil interferências em verbetes da Wikipédia lusófona.

Segundo artigo publicado pela revista mensal Piauí sobre o assunto, o wikipedista tem ainda a possibilidade de vigiar um artigo de seu interesse. Nesse caso, ele é notificado sempre que o verbete selecionado passar por alguma alteração. “O artigo de Lula é vigiado por 170 usuários. O de Dilma Rousseff, por 112. O de José Serra, por 94. E o de Fernando Haddad, por menos de 30”, diz o texto. Em outro caso, quando da morte, em março de 2009, do maestro francês Maurice Jarre, um estudante irlandês decidiu fazer o que ele mais tarde chamou de um “experimento social”. Na biografia do músico, atribuiu-lhe uma frase fantasiosa: “Quando eu morrer, vai haver uma valsa final tocando na minha cabeça que apenas eu poderei ouvir”. A frase foi lembrada no obituário de Jarre publicado por jornais respeitáveis, como The Guardian e The Independent.

Jenkins diz que a força do projeto está justamente nesse processo mais livre e sem fim. “Talvez o que eu mais admire seja o esforço de articular um conjunto compartilhado de normas éticas sobre o significado de participar do projeto, normas que são debatidas, mas que determinam em grande medida como a informação é coletada, avaliada e postada no site.” A Encyclopédie francesa levou mais de duas décadas para ficar pronta. Aos 13 anos, produzida a todo instante por pessoas de graus diversos de conhecimento, a Wikipédia pode ser vista como uma enciclopédia viva – e, portanto, imperfeita e encantadora como todo ser dessa natureza. A afirmação de Wales, um de seus fundadores, de que é “impossível imaginar a internet sem colaboração”, reflete esse espírito wikipedista, que refuta a ideia de que a fonte do conhecimento tem de ser controlada.

AFOGADOS EM BITS

Em 1986, se toda a informação acumulada fosse colocada em CDs e distribuída aos seres humanos, cada um receberia apenas um. Vinte e um anos depois, seriam necessários 61

Martin Hilbert, professor doutor em comunicação e economia da Universidade do Sul da Califórnia, pesquisador do papel da informação, conversou com RB sobre o estudo que publicou na revista científica Science em 2011, no qual contabilizou com outra colega a quantidade de dados armazenados, transmitidos e processados por todos os dispositivos – analógicos e digitais – usados entre 1986 e 2007. O estudo revela que, em 2007, a humanidade foi capaz de armazenar 295 trilhões de megabytes comprimidos, comunicar quase dois quadrilhões de megabytese carregar 6,4 x 1018 instruções por segundo em computadores. Um megabyteé o equivalente a 8 milhões de bits, a menor unidade para medir informação. Hoje, diz o estudo, somente 0,007% da informação do planeta está em papel.

A pesquisa também mostra a diferença de capacidade dos dispositivos tecnológicos antes e depois da revolução digital. Em 1986, quando apenas 0,8% dos suportes usados era digital, o armazenamento possível de informações era de apenas 2,6 trilhões de megabytes. Se essa informação fosse gravada em CD-ROMs (com capacidade de 700 megabytes cada um) e estes fossem distribuídos para a população de todo o planeta, cada habitante não precisaria nem sequer de um CD inteiro. Já para gravar a quantidade de bytes que conseguimos armazenar em 2007, seriam necessários 404 bilhões de CD-ROMs, o que daria 61 por habitante. Empilhados, eles ultrapassariam a distância entre a Terra e a Lua.

“A quantidade de informação tem crescido exponencialmente”, diz Hilbert. “Na verdade, ela sempre cresceu mais rápido do que nossas habilidades cognitivas. A era digital nos trouxe muitos alertas no sentido de que temos de ser mais humildes, diante de nossa limitada cognição do real. E a Wikipédia é um bom exemplo do que os sociólogos chamam de ‘construção social da realidade’.”

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Aldeia faz homenagem a Oziel, índio morto em conflito por terras há um ano em MS

30/05/2014 at 16:01 (*Liberdade e Diversidade)

Oziel - homenagem

Foto: Gerson Walber

Evelin Araujo e Arlindo Florentino/Midiamax News

Oziel Gabriel morreu no dia 30 de maio de 2013 após conflito por terras na Aldeia Buriti, em Sidrolândia, distante 70 quilômetros de Campo Grande. Um ano após sua morte, cerca de 300 índios se reuniram nesta sexta-feira para lembrar a morosidade em resolver a questão indígena em Mato Grosso do Sul e prestar homenagens ao membro que se foi.

Hoje, o pai, a mãe e sete irmãos de Oziel estão na sede da Fazenda Buriti e acompanham a apresentação das crianças de escolas indígenas da cidade e de Dois Irmãos do Buriti, que fazem homenagens ao índio. Antes, um minuto de silêncio foi feito para lembrar o “eterno guerreiro”.

Estudante universitário, Oziel estava na aldeia no dia do confronto lutando pelo espaço dos índios Terena, que ocupam a região há séculos. Após sinalização de desapropriação de terras por parte do governo federal, proprietários de terra da região montaram esquema de segurança para evitar que os índios avançassem sobre as propriedades. Neste conflito, Oziel foi atingido por uma bala e morreu pouco depois.

Além deles, 12 caciques de aldeias próximas e a administradora da Funai Ana Beatriz também estiveram na aldeia hoje. Membros e lideranças conversam sobre os processos de demarcação de terras durante as apresentações.

Para a família, a tristeza é retratada em momentos de silêncio e outros em que acompanham com o olhar as crianças indígenas. “Nossa expectativa é de que o crime seja solucionado. Ainda acreditamos na Justiça”.

No local, restaram apenas a capela e a churrasqueira e os índios dividem o dia com o funeral do ancião Vitalino Gabriel, que morreu nesta madrugada.

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Hora de debater Democracia Econômica

30/05/2014 at 11:13 (*Liberdade e Diversidade)

Publicado em 29 de maio de 2014 por Inês Castilho /

Blog da Redação

Democracia econômica

Começa em 30/5, via web, série de programas sobre impasse atual do Brasil. Aposta: é possível superá-lo com novo ciclo de redistribuição de riquezas e novo padrão de desenvolvimento.

Tem início nesta sexta-feira (30.05), das 10h às 12h30, um ciclo de debates quinzenais sobre Democracia Econômica, com foco na Taxação sobre Transações Financeiras (TTF). O ciclo é uma parceria entre a Campanha TTF Brasil e a Fundação Perseu Abramo (FPA), com apoio do Outras Palavras. A Campanha TTF Brasil reúne organizações da sociedade civil e redes de cidadania e cooperação entre povos do país e do mundo, conectados pela causa da Taxação de Transações Financeiras (TTF).

Os debates serão realizados às sextas-feiras, entre maio e agosto, com transmissão ao vivo pelo portal da FPA e participação do público por internet. Trata-se de uma série de seis encontros, para aprofundar a discussão sobre temas como a Reforma Tributária, Paraísos Fiscais e Controle de fluxos financeiros, entre outros (ver Programação, abaixo).

No primeiro encontro estarão o professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa, autor do premiado livro Brasil dos Bancos, e a jornalista Alessandra Nilo, uma das coordenadoras da TTF Brasil e fundadora da Gestos – HIV e AIDS, Comunicação e Gênero. A mediação será do diretor da Fundação Perseu Abramo (FPA), Joaquim Soriano.

Segundo o Banco de Compensações Internacionais, o mercado financeiro mundial movimenta setenta vezes mais valor monetário do que a soma de todo o Produto Interno Bruto (PIB) global – a soma do PIB de todos os países. No momento, lideranças políticas, empresariais e ativistas do mundo debatem no âmbito de negociações da ONU – agenda pós 2015 a criação de um tributo sobre esse enorme mercado. Ainda que com alíquota reduzida, ele permitiria começar a financiar o desenvolvimento humano e ambiental.

A implementação de uma TTF de apenas 0,05% no mercado de derivativos, por exemplo, traria em torno de 68 bilhões de dólares por ano para serem investidos no desenvolvimento humano, como política pública, e não apenas como filantropia. Assim, o que a Campanha propõe é tirar uma parte pequena de um montante grande para financiar a cooperação internacional na erradicação da pobreza e regulação dos fluxos de capitais – daí ser também conhecida como Alternativa Robin Hood.

Programação
Os debates acontecem sempre às sextas-feiras, das 10h às 12h30, com transmissão ao vivo pela tevê FPA. Ficarão depois disponíveis no canal da FPA no Youtube.

1. Alternativa Robin Hood – (30.05)
Expositores: Alessandra Nilo e Fernando Nogueira da Costa
Debatedor: Joaquim Soriano (FPA)

2. O país dos impostos injustos: urgência da Reforma Tributária (13.06)
Expositores: Evilásio Salvador, Jorge Mattoso e Ricardo Berzoini

3. Paraísos Fiscais: onde endinheirados e corruptos se encontram (27.06)
Expositores: Ladislau Dowbor e Clair Hickmann

4. Controle dos Fluxos Financeiros: uma alternativa para a política econômica (11.07)
Expositores: Carlos Eduardo Carvalho, Leda PaulanieMarcos Antonio Cintra

5. Em busca de uma democracia global (25.07)
Debatedores: Cláudio Fernandes e representante das redes internacionais TTF ou ATTAC (via internet)

6. IOF, um imposto para um novo projeto de país (08.08)
Expositores: Damien Hazard e Ivo Lesbaupin

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Segundo a agência, o ex-analista deveria ter contestado espionagem antes de agir como “delator”

30/05/2014 at 10:59 (*Liberdade e Diversidade)

Terra

NSA divulga e-mail de Edward Snowden antes de denúncias

Edward Snowden

Edward Snowden – Imagem de arquivo (Foto: AP)

 

A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos divulgou na quinta-feira um e-mail enviado por Edward Snowden ao escritório do Conselho Geral da Agência. Com a mensagem, a organização tem a intenção de provar que o ex-analista não tinha levantado questionamentos aos seus superiores antes de vazar as informações de espionagem no ano passado.

Segundo a agência, Snowden deveria ter expressado preocupações e questionado o órgão antes de fazer “alegações de um delator”. Em entrevista exclusiva ao jornalista Brian Williams da NBC, veiculada nesta semana, Snowden afirmou que levantou questões pelos canais apropriados e que a NSA possui provas de todas as comunicações feitas.

Em contrapartida, a organização respondeu que só encontrou este único e-mail sobre o assunto, datado de 5 de abril de 2013, semanas antes de Snowden revelar os primeiros documentos de espionagem. “A NSA explicou agora que encontrou um e-mail com um pedido do Edward Snowden ao escritório do Conselho Geral da Agência perguntando por uma explicação sobre um material que estava em um curso de treinamento que ele tinha acabado de completar. O e-mail não levantou alegações ou preocupações sobre infrações ou abuso, mas posicionou uma questão legal que o escritório especificou. Não houve um follow-up adicional registrado”, afirmou a agência em comunicado.

No e-mail, Snowden pede esclarecimentos sobre a hierarquia entre um decreto presidencial e uma lei da Constituição americana, e entre o Departamento de Defesa e a área reguladora de inteligência.

Na entrevista à NBC, o ex-analista também disse que a resposta que obteve dos questionamentos que fez enquanto ainda trabalhava na NSA foi de que ele deveria “parar de fazer perguntas”.

Ainda não há informações de que existam mais documentos que provem como Snowden realmente agiu na agência antes de denunciar as práticas de espionagem do governo americano.

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Giba Um: Luiza Brunet – única madrinha da Seleção

30/05/2014 at 10:38 (*Liberdade e Diversidade)

Luiza Brunet

 

*Os anos marcam,mas ela continua bela. Salve Brunet!

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Um ano após morte na Buriti, índios reafirmam ocupação da fazenda

30/05/2014 at 09:49 (*Liberdade e Diversidade)

Fazenda Buriti - 1 ano depois

Crono2

Saiba

 

 

 

 

*Matéria de Patrícia Belarmino no Correio do Estado de hoje (30/05) quando completa 1 ano da desastrada invasão da Fazenda Buriti em Sidrolândia,MS, que resultou na morte do cacique Oziel Gabriel. Até agora, o(s) culpado(s) pela morte do índio não foram punidos. Apesar de entristecer os indígenas, a morte de Oziel acabou reforçando a disposição dos Terena de lutar pela terra que reivindicam. Como diz o cacique Custódio Mamede: “A gente não vai sair daqui”. (Ver matéria completa no jornal de hoje – Pág. 13).

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