PSOL protocola ação no STF reivindicando alteração na Lei da Anistia

18/05/2014 at 18:42 (*Liberdade e Diversidade)

15/05/2014

Do site do PSOL Nacional, Leonor Costa

Ministro Luiz Fux é o relator da ADPF. Supremo terá que ouvir a AGU e a PGR sobre o caso

Anistia já

Dando continuidade à luta pela memória e justiça em relação aos crimes cometidos pelos agentes da ditadura, o PSOL ingressou, nesta quinta-feira (15), no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 320) para que o tribunal declare que a Lei de Anistia não se aplica aos crimes de graves violações de direitos humanos, cometidos por agentes públicos, militares ou civis.

Na ação, o PSOL explica que em 24 de novembro de 2010 o Brasil foi condenado, por unanimidade, pela Corte Interamericana de Direitos Humanos pela sua atuação no caso da Guerrilha do Araguaia.

Segundo as conclusões dessa sentença da Corte, “as disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso, nem para a identificação e punição dos responsáveis, e tampouco podem ter igual ou semelhante impacto a respeito de outros casos de graves violações de direitos humanos consagrados na Convenção Americana, ocorridos no Brasil”.

Com esse entendimento, a Corte Interamericana declarou que o Estado brasileiro é responsável pelo desaparecimento forçado e, portanto, pela violação dos direitos ao reconhecimento da personalidade jurídica, à vida, à integridade pessoal e à liberdade pessoal das pessoas lá indicadas.

De acordo com o PSOL, até hoje, passados mais de três anos da aprovação da sentença condenatória, as decisões nela contidas ainda não foram cumpridas pelos órgãos do Estado brasileiro.

O PSOL explica que, por essas razões, requereu na Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental 320 que o STF declare que a Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979, de modo geral, não se aplica aos crimes de graves violações de direitos humanos, cometidos por agentes públicos, militares ou civis, contra pessoas que, de modo efetivo ou suposto, praticaram crimes políticos; e, de modo especial, que tal Lei não se aplica aos autores de crimes continuados ou permanentes.

Na ação, o partido requer, ainda, que a Suprema Corte determine a todos os órgãos brasileiros que não se omitam mais e passem a cumprir integralmente os doze pontos previstos na conclusão da referida sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Como exemplo, a ação do PSOL reivindica que o Brasil realize todos os esforços para determinar o paradeiro das vítimas desaparecidas e, se for o caso, identifique e entregue os restos mortais a seus familiares.

O STF já indicou o ministro Luiz Fux como relator da ADPF 320 e o próximo passo agora é ouvir o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República.

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Universidades pedem mais investimentos para Projeto Rondon

18/05/2014 at 17:32 (*Liberdade e Diversidade)

 Patricia Iglecio, da RBA publicado  

Instituições de ensino superior que participam do projeto apontam que o período para realização das atividades é insuficiente no desenvolvimento das comunidades e buscam alternativas

Projeto Rondon - Universidades criticam a falta de participação e de verba dos ministérios atrelados ao Rondon

Universidades criticam a falta de participação e de verba dos ministérios atrelados ao Rondon

São Paulo – A dois meses de começar a próxima operação, o Projeto Rondon apresenta dificuldades em alcançar o objetivo como programa de extensão universitária e se restringe ao assistencialismo.

Coordenado pelo Ministério da Defesa e atrelado a outros nove ministérios, o projeto leva estudantes universitários voluntários a municípios carentes do país para contribuir com o desenvolvimento sustentável das comunidades. A escassez de recursos e o caráter não continuado das atividades são apontados pelas instituições de ensino superior como as maiores barreiras para o desenvolvimento das ações.

As operações são realizadas duas vezes ao ano, em janeiro e junho, com duração de 15 dias. Elas priorizam as regiões norte e nordeste do país e são acompanhadas por militares.

No entanto, o Ministério da Defesa indica que não pretende ampliar a estrutura do programa, mas apenas aumentar o número de alunos e professores que participam. Segundo o coordenador do Projeto Rondon no Ministério da Defesa, Ivan Carlos Weber Rosas, há uma procura muito grande das universidades desde 2005, quando o projeto foi retomado após pausa de 15 anos, mas a ausência de verbas limita participação mais ampla. O Rondon recebe verba anual de R$ 4 milhões.

“Nós temos uma meta: levar mais de dois mil alunos por ano. Estamos aquém”, explica Ivan. De acordo com os dados no site do Projeto Rondon foram levados, em 2009, 1.753 alunos e professores para as operações. No ano seguinte, o número subiu para 2.706, e, em 2011, chegou a 2.924. De 2012 para cá, houve uma baixa significativa na quantidade de participantes (1127 em 2012 e 1500 em 2013).

As universidades argumentam que houve um esvaziamento do projeto e redução de verbas. O Ministério da Defesa afirma que, apenas neste ano, devido às eleições, houve uma pequena redução do valor.

Apesar de o projeto ser interministerial, os recursos é disponibilizado somente pelo Ministério da Defesa, que pressiona os outros ministérios, como o da Educação, para que contribuam. O coordenador do projeto garante que, com a redução da verba para as operações deste ano, aumentou a necessidade de outros ministérios fornecerem recursos.

O Ministério da Educação, da Integração Nacional, da Saúde, do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e Combate à fome, dos Esportes, do Meio Ambiente, das Cidades e a Secretaria Geral da Presidência da República são ligados ao programa. Atualmente, o papel deles é restrito a funções de planejamento e elaboração das atividades que serão exercidas nos municípios, além de seleção das universidades que participam.

Contudo, representantes das instituições de ensino superior que integram o programa criticam a participação limitada dos ministérios atrelados ao Rondon, principalmente por não repassarem verbas. Além disso, apontam que o período de 15 dias para a realização das atividades é muito curto e não garante desenvolvimento para as comunidades.

Os acadêmicos acreditam que deveria haver mais retorno aos municípios ou até mesmo um programa com duração anual. A ausência de uma investigação sobre os impactos que o programa cria na dinâmica da população atendida também é criticada. Assim, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de Brasília (UnB) debatem formas de ampliar, por iniciativa própria, as operações.

Porém, Amauri Aparecido Aguiar, coordenador do Projeto Rondon na Unicamp, argumenta que as instituições de ensino superior possuem poucos recursos financeiros para dar continuidade ao projeto. “O que os municípios estão fazendo para dar seqüência? Estão solicitando ao Estado, principalmente ao governo federal, os meios necessários para que elas (as comunidades) possam sair da condição que estão e melhorar a qualidade de vida?”, questiona.

Hoje, as universidades estaduais paulistas USP, Unicamp e Unesp recebem do governo do estado 10% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Desse valor, R$ 300 mil são destinados para projetos de extensão internos das instituições. De acordo com Amauri, a Unicamp fornece R$ 12 mil para cada projeto interno, o que proporciona de 22 a 25 ações por ano e limita projetos com grande deslocamento, como o Rondon, que depende de transporte aéreo.

Debate e prática

O programa foi criado em 1967, durante a ditadura civil-militar, e funcionou entre as décadas de 1970 a 1980, sendo extinto em 1989. Na época, atuava com foco no apoio a saúde. Foi retomado em 2005, coordenado pelo Ministério da Defesa, a pedido da União Nacional dos Estudantes (UNE) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na origem, o projeto não tinha atividades regulares, como ocorre hoje, e não atingia número tão grande de municípios e universidades. Além disso, se restringia ao assistencialismo. Porém, apesar das diferenças com relação ao tempo da ditadura, o Rondon ainda apresenta resquícios de ações assistenciais.

Na Unicamp, é esse o debate que ocorre desde a retomada do projeto. Lá o núcleo que trabalha com o Rondon reflete se o objetivo principal – o de oferecer extensão universitária – é cumprido. “Extensão mesmo seria estar lá para viver o problema junto com a comunidade, pensar a solução, construir a solução e executar a solução. O papel da universidade junto à sociedade é um tripé: ensino, pesquisa e extensão”, avalia Amauri Aparecido Aguiar.

Na operação realizada pelo Rondon em janeiro deste ano, intitulada Velho Monge e que atendeu 25 municípios do estado do Maranhão, na região nordeste do país, universitários sentiram na prática a carência de instrumentos capazes de medir resultados.

Coordenados por quatro professores, 16 estudantes, sendo oito da UnB e oito da Unicamp, atuaram  no município de Aldeias Altas. A iniciativa atendeu moradores da comunidade de todas as faixas etárias, de crianças a idosos. Foram realizadas oficinas de capacitação de informática básica, prática de diversas atividades físicas, produção de vídeos e aulas de paisagismo para a recuperação de áreas degradadas. Contudo, as informações a respeito das consequências da atuação são conseguidas de forma precária pelos alunos.

Lucas Souza de Lima, estudante de Ciências Biológicas da UnB, participou das oficinas em Aldeias Altas e constatou que o programa não possui ferramentas para medir os efeitos causados nas comunidades.

“Seria mais interessante se tivesse um documento quantificando, uma estatística, que indicasse, por exemplo, se o desemprego diminuiu, se a qualidade de vida aumentou”.

Em conjunto com os moradores de Aldeias Altas, os universitários criaram um grupo no Facebook para saber quais os efeitos do projeto no cotidiano da população. Foi o único meio de obter algum retorno sobre os resultados.

Alternativas

Para dar continuidade ao projeto, a UnB se inscreveu em um edital para o Programa de Extensão Universitária (ProExt), do Ministério da Educação (MEC), na área de geração de trabalho e renda em economia solidária, para a criação de viveiros nos município de Aldeias Altas.

O ProExt oferece o financiamento de R$ 100 mil por projeto – ações sociais com objetivos específicos e com prazo curto – e de até R$ 300 mil por programa, que tem caráter de integração territorial nas regiões em que pretende atuar e compreende o longo prazo.

Se o edital for concedido, a UnB terá o período de março de 2015 a outubro de 2016 para o desenvolvimento dos viveiros. A universidade identificou, ao longo das atividades de paisagismo realizadas em Aldeias Altas, que não existem viveiros na região e há muitas áreas degradadas. A ideia é criar um ciclo de compra e venda de mudas.

Já a Unicamp pretende articular projetos em parceria com universidades federais e estaduais do Maranhão para que atuem com maior frequência nos municípios em que o Rondon esteve presente. Além disso, a universidade criou um projeto interno de extensão universitária, que busca implantar, com recursos próprios, ações sociais de desenvolvimento sustentável em comunidades próximas de Campinas.

Mais da história

O Rondon atua com a interdisciplinaridade e foco na capacitação de agentes multiplicadores do conhecimento dentro das comunidades. Os estudantes universitários devem capacitar moradores nos municípios atendidos para que haja continuidade das oficinas realizadas. Durante a existência, o programa levou 12 mil estudantes para 800 municípios brasileiros. Hoje, no total, participaram do projeto 16.642 mil estudantes de 265 instituições de ensino superior, públicas e privadas. As operações contam com o apoio do Exército brasileiro.

Cerca de seis meses antes da operação é publicado no site do projeto quais serão os municípios atendidos. As universidades devem formar uma equipe de oito estudantes, coordenada por dois professores, e uma proposta de atuação, que deve incluir as atividades previstas e, para cada atividade, os objetivos visados, a metodologia, o público-alvo, a carga horária destinada e o retorno esperado para a comunidade.

Durante a ditadura civil-militar, a UnB, por exemplo, esteve bastante envolvida com o Rondon e criou campus próprio no município de Aragarças (GO). Os campus avançados eram centros de atuação permanente de operações regionais do Projeto Rondon. Foram realizados trabalhos de formação de professores e, principalmente, de atenção ao menor e a família, ligados a saúde e a psicologia. Em 1975, a universidade transferiu o campus para Nova Xavantina (MT).

A professora aposentada Leda Del Claro deu aula de serviço social na UnB até 1991, participou do campus avançando em Aragarças de 1966 a 1973, e da transição para Nova Xavantina, em 1975, quando tornou-se coordenadora do campus. “Tenho muita paixão pelo Campus, mas passei muita dificuldade, porque fui sozinha para lá”, lembra. Ela enfrentou diversas resistências políticas por ser mulher e diretora de um campus. “Era um lugar bem atrasado”, conta.

Leda explica que, diferentemente do Rondon atual, que organiza as atividades para as férias escolares, as operações eram irregulares e os alunos tinham que se afastar das aulas para participar. “Isso era um problema. Não havia uma sequência da participação dos alunos”, explica.

“Na época, a intenção do projeto era levar os alunos para conhecer outra realidade e levar alguma contribuição para a população”, comenta. Para Leda, os resultados do projeto foram positivos. Entretanto, pela ausência de verba, se esvaziou, até ser extinto, no início da década de 1990.

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Boulos, do MTST, vê Copa e direita esquizofrênica

18/05/2014 at 15:43 (*Liberdade e Diversidade)

16 de maio de 2014

Por Rodrigo Gomes, na RBA

Boulos

Líder dos sem teto alfineta: mídia e Aécio dizem defender protestos, mas atacam políticas que podem garantir direitos

Assim como fez o Movimento Passe Livre (MPL) no ano passado, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, reafirmou hoje (14) a postura “de esquerda” das manifestações que antecedem a Copa do Mundo no Brasil e rejeitou que setores conservadores se apropriem das mobilizações.

Nesta entrevista exclusiva à RBA, concedida logo após a coletiva do MTST no início da tarde de hoje, no centro da capital paulista, Boulos criticou a postura de parte da imprensa e dos pré-candidatos à presidência da República Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), que pregam que as ações são reflexo de uma insatisfação com o governo de Dilma Rousseff (PT).

O militante explicou ainda que as ações têm objetivos que dialogam com a pauta de reivindicações do movimento e não se prestam a uma difusa mobilização anti-Copa, embora entenda que os movimentos devam aproveitar o megaevento para agir e colocar em debate pautas consideradas importantes.

As pautas de reivindicação do MTST já estão nas ruas há bastante tempo, mas a vitrine da Copa transforma tudo uma grande agenda antiCopa. Como evitar essa situação?

Isso é um problema. Uma coisa é o que o movimento defende e o que o movimento faz. Outra coisa é a forma como parte da mídia e setores conservadores se utilizam disso para fazer a sua própria política. Isso não está sob controle do movimento. Nós cumprimos o papel de deixar claras as nossas pautas, de se mobilizar em torno delas.

Mas o MTST também não pode deixar de fazer mobilizações sob o risco de que essas ações sejam utilizadas por esses setores para objetivos políticos que nós não concordamos. De fato, essa é uma dificuldade hoje, que não só o MTST está passando, como vários outros movimentos populares legítimos, com pautas no campo da classe trabalhadora.

Visivelmente há uma campanha buscando atacar o governo da presidenta Dilma Rousseff a partir da Copa do Mundo. Da nossa parte nós não nos somamos a essa campanha. Nós estamos com aqueles que assumem posturas críticas quanto à realização da Copa. Não vemos o evento como um processo benéfico para a maioria da população trabalhadora brasileira. Temos as nossas reivindicações quanto a isso e nos mobilizamos.

O MTST se declara independente no cenário político. Mas há pré-candidatos à Presidência interessados em pegar carona nas mobilizações para dizer que o povo está insatisfeito “com tudo que está aí”.

Nós achamos completamente ilegítimo. O discurso de Eduardo Campos e Aécio Neves é completamente esquizofrênico. Ao mesmo tempo que dizem estar com as mobilizações, que estão ouvindo a voz das ruas, defendem políticas que impedem qualquer governo de atender às pautas de reivindicação que estão sendo colocadas pela população.

Quando Campos diz que vai reduzir a meta de inflação e aumentar o superávit primário, ou o Aécio convida Armínio Fraga para ser seu ministro da Fazenda, caso eleito, tudo que essas pessoas estão anunciando que não vão fazer é atender às reivindicações dos trabalhadores.

Esse uso é no mínimo oportunista e o MTST considera isso lamentável. E fazemos questão de deixar bem claro que esses grupos políticos não nos representam.

Vocês têm mantido uma mobilização que tem certa constância, de colocar na rua de cinco a dez mil pessoas com certa facilidade. Já as manifestações sobre Copa, em geral, não são tão massificadas. Não está havendo adesão da população?

Na verdade, você tem uma insatisfação bastante considerável em relação à Copa, medida por pesquisas. Agora, se isso não se vincula a uma pauta concreta, o discurso fica vazio e as pessoas não vão às ruas mesmo. Elas se mobilizam por questões claras.

Nós temos a nossa pauta, que se vincula a outras, e vários setores têm as suas. Não temos qualquer pretensão de nos tornarmos o eixo aglutinador de todas as pautas e trazer toda a população para a rua. Até porque, se isso não se der em torno de uma proposta política bem definida e claramente de esquerda, a coisa fica perigosa…

Repete-se o que ocorreu em junho de 2013…

Sim, pode ocorrer o que houve no final de junho. As ações iniciais eram muito legítimas, por conta do aumento da passagem, uma reivindicação concreta. E terminou com cartazes pedindo redução da maioridade penal e a volta da ditadura. Isso nós não queremos causar. Não vamos criar Frankensteins. Vamos fazer mobilizações sobre nossas pautas.

As mobilizações têm girado em torno de empreiteiras que lucraram com a Copa, questões de moradia, direitos dos trabalhadores. Vocês pretendem seguir nessa dinâmica de atender diferentes pautas em cada ação?

Não vamos focar exatamente assim. Começamos pelos construtores porque foram os verdadeiros vencedores da Copa. Foram os que ganharam mais dinheiro abocanhando dinheiro público com as obras. No caso de hoje, o objetivo era fazer ações de maior visibilidade, por isso esse número e a descentralização.

A próxima vem no sentido de trazer pautas de outros setores da classe trabalhadora. A pauta não é exclusiva sobre moradia. O processo vai ser pensado conforme é realizado, não existe um planejamento definido.

Falando em mobilizações de trabalhadores, você avalia que eles estão fora do processo?  Tem havido pouco envolvimento da classe trabalhadora organizada?

Isso vai da dinâmica de cada categoria. As pessoas se mobilizam pelos seus direitos e interesses imediatos. Não tem como inflar e constituir mobilizações individuais. Alguns sindicatos têm buscado fazer ações e enfrentado condições que nem sempre são favoráveis. Outros têm tentado inibir mobilizações e são atropelados, por exemplo, no caso dos garis e dos rodoviários, no Rio de Janeiro, em que a direção sindical tomou uma decisão que não representava a categoria.

Nós evitamos julgar o movimento sindical sobre suas mobilizações, mas é claro que a entrada de trabalhadores organizados enriqueceria esse processo.

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Governo cita impunidade para explicar violência nos estádios

18/05/2014 at 13:51 (*Liberdade e Diversidade)

Dassler Marques / Direto de São Paulo

Terra

Joinville, São Paulo, Goiânia ou Recife. Os últimos meses mostram, de ponta a ponta no Brasil, a escalada da violência nos estádios do País que recebe a Copa do Mundo no próximo mês. Procurados para comentar o tema, os ministérios da Justiça e do Esporte se manifestaram de maneira semelhante. Atualmente, ambas as pastas dizem trabalhar para que a impunidade que caracteriza a ação de torcedores violentos deixe de ser um padrão. 

violencia nos estádios 1

Vaso sanitário mata torcedor em Recife-PE. (Foto: Aldo Carneiro/Futura Press)

 “A violência não está restrita ao futebol. É um problema social presente em todo o mundo”, disse o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em entrevista ao Terra. “É importante trabalhar a questão unindo a prevenção com a repressão. O sentimento de impunidade, que não se restringe ao futebol, estimula as brigas e as mortes de torcedores”, declarou. 

O ministério da Justiça, por sua vez, informou que trabalha para implementar as medidas definidas em reunião realizada há seis meses em Brasília. O encontro foi feito justamente a partir da guerra entre vascaínos e atleticanos em Joinville. “O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já recomendou aos estados a criação de juizados especiais do torcedor. Outra medida importante é a instalação de delegacias especiais nos estádios. (…) A aplicação efetiva do Estatuto do Torcedor é o meio mais eficaz contra torcedores violentos”, disse em comunicado. 

Juizados especiais para torcedores se espalham pelo Brasil

Violencia nos estadios 2

Torcida do Vila Nova briga em Goiânia-GO (Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros – Especial para o Terra)

 Vários estados já seguiram a recomendação do CNJ e têm seus juizados especiais para o torcedor. Casos, por exemplo, de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Bahia, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul. Em partidas com maior demanda de público, profissionais do órgão vão aos estádios para identificar episódios violentos e tratá-los.

No Recife, onde um torcedor morreu no início do mês, havia delegacia especial no Estádio Arruda. 

O juizado do torcedor do Paraná, por exemplo, atua no estádio em jogos com previsão de no mínimo 10 mil torcedores para tratar de delitos relacionados exclusivamente às partidas. O objetivo é rapidamente identificar autores de delitos e resolver judicialmente as situações no próprio local. Promotores de Justiça, juízes, defensores públicos, psicólogos e assistentes sociais trabalham nas partidas. 

Nem sempre, entretanto, a criação de juizados é sinal de resposta à violência nos estádios. O estado de Goiás foi um dos pioneiros ao instituir o órgão, ainda em 2011, mas não conseguiu impedir a escalada da guerra entre torcedores organizados. O quadro se mantém até os dias atuais e um clássico recente, entre Vila Nova-GO e Goiás, foi marcado por brigas.

Delegado do 8º DP de Goiânia, Waldir Soares de Oliveira chegou a dizer que a polícia atua de mãos atadas nos estádios. “As punições são muito leves e não posso fazer nada. Eles (torcedores) até podem ser proibidos de ir aos estádios, mas isso não vai adiantar nada”, disse ao Sportv na ocasião. 

Ministro admite ineficácia no combate à violência, mas minimiza papel das organizadas

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Aldo Rebelo crê que torcidas organizadas ajudam na identificação dos infratores (Foto: Mauro Pimentel / Terra)

 Ministro do esporte desde outubro de 2011, Aldo Rebelo segue a linha de combater a violência com base no Estatuto do Torcedor, mas admite: “a aplicação deixa a desejar. A identificação e a punição do autor da violência é fundamental, pois o sentimento de impunidade favorece a repetição de atos criminosos”.

“Hoje, se lavra o boletim de ocorrência e os criminosos vão embora, muitas vezes, impunes. Ou a identificação acontece depois. Acho que o fim da impunidade, com a efetiva aplicação do Estatuto do Torcedor, já seria um bom começo para se banir este tipo de comportamento dos estádios e do futebol no Brasil”, complementou. 

Aldo ainda minimizou o papel das torcidas organizadas, quase sempre envolvidas nos casos de violência, neste quadro. “Não acredito que a solução é a extinção. As torcidas fazem parte do espetáculo e os envolvidos em confusões são uma minoria. Banir as torcidas organizadas levaria muita gente para a clandestinidade, o que dificultaria ainda mais a identificação dos infratores. Por isso, o ministério tem trabalhado na prevenção e integração social desses torcedores”, argumentou. 

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Virada Cultural tem dois baleados e ao menos 51 detidos

18/05/2014 at 12:37 (*Liberdade e Diversidade)

Por LUIZ FERNANDO TOLEDO E PAULO SALDAÑA, estadao.com.br

Virada cultural em São Paulo - Ira faz abertura

A banda de rock Ira! faz o show de abertura da 10ª Virada Cultural de São Paulo, no Palco Júlio Prestes. (Foto: Estadão).

Madrugada foi marcada por diversas ocorrências

SÃO PAULO – Duas pessoas foram baleadas nesta madrugada durante a 10ª edição da Virada Cultural de São Paulo. Segundo a Polícia Militar, os disparos aconteceram no cruzamento entre as ruas General Osório e Santa Ifigênia, por volta das 2h10. Uma mulher foi ferida no pé e um homem, no braço. Os dois foram encaminhados para a Santa Casa de Misericórdia e o estado de saúde é estável.

Até o momento, a PM confirma ao menos 51 detidos por furtos e arrastões – 21 pessoas foram presas na Rua Barão de Tatuí, próxima ao metrô Santa Cecília, e as outras 30 no Largo São Bento.

Um homem foi detido no Centro após ser abordado com uma pistola calibre 38 por dois policiais militares. De acordo com as autoridades, ele foi visto com o revólver na rua São Bento e, ao notar a viatura, tentou fugir. Minutos depois, os policiais encontraram o rapaz na rua da Quitanda e o detiveram. Celulares e objetos diversos foram apreendidos. O caso foi encaminhado ao 1º DP.

Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas sobre a população no Largo São Francisco e dispersam o público. Guardas civis não souberam dizer o motivo do disparo e atribuíram a responsabilidade à PM.

A PM ainda não tem um balanço oficial de arrastões e roubos que estão ocorrendo na Virada Cultural, mas policiais militares que estão na patrulha falavam em quase dez por volta da meia noite. A força tática foi acionada para agir depois de arrastão de na rua 25 de março, próximo ao palco do funk.

Por volta da meia noite, um arrastão levou dinheiro, celulares, tênis e até camiseta de um grupo que estava trabalhando na virada na venda de bebidas. O comerciante Diogo Silva de Sousa, de 31 anos, contam que um grupo de mais de 20 criminosos encontrou ele, o filho Israel, de 12, e o amigo Zenildo Marques, de 17. O caso aconteceu na Ladeira da Constituição.

“Chegaram gritando, agredindo e levaram meu tênis, celular, carteira e as mercadorias”, conta ele, que vendia cervejas em dois isopores e acabou sem as bebidas e descalço. Um amigo teve de emprestar uma jaqueta para Marques depois que o grupo levou seu tênis e até sua camiseta. “Me derrubaram no chão e tomaram tudo”, diz ele. Israel, o mais novo, ficou sem o agasalho. “Bem no dia do meu aniversário”, se queixa ele, que completa 12 anos neste domingo.

Por volta das 23 horas, os policiais militares prenderam pelo menos 13 pessoas na praça do Patriarca por tráfico de drogas durante a Virada. Com o grupo, que inclui menores de idade, a polícia apreendeu 30 pinos de cocaína. O grupo está sendo averiguado na rua São Bento.

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Orla que custou R$ 4,8 milhões està às moscas em Campo Grande,MS

18/05/2014 at 11:49 (*Liberdade e Diversidade)

Orla ferroviária vazia

*Excelente matéria de Rafael Bueno no Correio do Estado de hoje (18/05). Como é fácil gastar dinheiro público com obras inúteis,né? Quem cobra responsabilidades depois do ato perdulário feito?

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