Justiça e operação policial inibem realização de ‘rolezinho’ em shoppings de Campo Grande,MS

26/01/2014 at 20:56 (*Liberdade e Diversidade)

26/01/2014

Tainá Jara / Midiamax News

Rolezinho não aconteceu hoje em Campo grande,MS

A operação envolvendo mais de 100 policiais Militares e liminar da Justiça inibiram a realização dos ‘rolezinhos’ nos shoppings de Campo Grande. O principal alvo da ação dos PMs se concentrou no shopping Campo Grande, local marcado para ocorrer à mobilização, onde abordagens estavam sendo feitas a jovens. No shopping Norte Sul, os seguranças afixaram decisão da Justiça proibindo o manifesto.

O efetivo se posicionou nas vias de acesso, como portas e guaritas, e nas imediações do estabelecimento comercial. Além dos policiais, cerca de oitos veículos da polícia faziam a cobertura no estacionamento e canteiro central da Afonso Penna. A própria administração do estabelecimento, reforçou a segurança.

De acordo com o tenente-coronel, Tonny Zerlotti, comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, a operação ocorre nos shoppings e terminais de ônibus da Capital. “O objetivo é prestar segurança pública a todos”, afirmou. Conforme Zerlotti, a orientação para operação deste porte foi dado pelo comandante do policiamento Metropolitano, coronel Evaldo Mazuy.

Dentro do shopping o movimento era tranqüilo e com as lojas em funcionamento. Apesar disto, a polícia registrou boletim de ocorrência contra 16 adolescentes por “descumprimento de ordem judicial”, por estarem andando em grupo, além de realizar abordagens a jovens e pessoas que portavam mochila.

A atitude dos policiais foi criticada pelos representantes do Fórum Municipal de Juventude. “O fórum veio como agente fiscalizador. Tem gente sendo abordada simplesmente por estarem de mochila nas dependências do shopping”, afirma Luany Conque, membro da comissão permanente do fórum.

O fato de proibiram as pessoas de tirar fotos no local, também foi considerado exagerado. “Fizeram uma tempestade em um copo d’água”, afirmou Gustavo Alonso, outro membro do Fórum. Quatro membros da Comissão de Acompanhamento de Manifestações Jovens, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), também acompanharam a ação da polícia.

*****

Link permanente Deixe um comentário

Charge do Paixão: Dilma veste camisa da Fifa

26/01/2014 at 16:18 (*Liberdade e Diversidade)

Dilma 1

*Dilma no Fórum Mundial de Davos – veste camisa da Fifa. Chargeonline.com.br – É o tal do ônus a pagar,né Presidenta?

*****

Link permanente Deixe um comentário

Rolês e Ocupação

26/01/2014 at 12:40 (*Liberdade e Diversidade)

25/01/2014

Hermano Melo*

Rolezinho - escadaria do shopping (SP)

Duas reportagens publicadas recentemente na imprensa nacional (18/01/2014) – e que se referem à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) contínua do IBGE, referente ao 2º semestre de 2013 – talvez lancem uma luz sobre os motivos que levam adolescentes brasileiros a participarem cada vez mais de “rolês” em diversos shoppings do Brasil nos últimos tempos.

A primeira, intitulada “Jovens estão entre as menores taxas de ocupação no país” (Agência Brasil), revela que na distribuição de pessoas ocupadas por grupos de idades, a faixa entre 14 e 17 anos – que seria a mesma dos rolês atuais – foi a que apresentou a menor taxa de ocupação no Brasil (2,7%). Os níveis de ocupação também são os mais baixos no mesmo período (17,5%).

 Taxa de desemprego no Brasil - Agência EstadoA segunda, publicada pela “Folha de São Paulo”, intitulada “61 milhões estão fora da força de trabalho”, mostra que num universo de 61,3 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais que não trabalha nem procura ocupação – e que, portanto, não entram nas estatísticas do desemprego – 10,9 milhões estão na faixa de 14 a 17 anos.

Ao comentar os resultados da pesquisa da Agência Brasil, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, declarou: “Significa que eles estão onde deveriam estar, que é na escola. Estão deixando de ir ao mercado de trabalho porque estão ficando mais tempo estudando, exatamente na faixa de 14 a 17 anos. Do meu ponto de vista é uma das informações que a pesquisa traz mais positiva, apesar de que quem olha primeiro o dado acha que é um percentual bastante alto”.

rolezinho em Niterói

As observações da ministra são importantes e merecem aplausos, especialmente se for considerada a época em que a pesquisa foi realizada – no segundo trimestre de 2013, em pleno período escolar. Mas, e se essa mesma pesquisa fosse feita,por exemplo,durante as férias, o que estariam fazendo esses mesmos adolescentes brasileiros na faixa etária dos 14 aos 17 anos, que não fazem parte do mercado de trabalho formal? Estudando em casa? Fazendo algum curso de verão? Ou “aprontando” algum tipo de rolê?

Nesse sentido, não deixa de ser significativa a recente reportagem de Juliana Katayama no Midiamax News (20/01/2014) ao relatar “a inédita invasão do “Lago do Amor” em Campo Grande, MS, por 400 adolescentes motoqueiros.Diz ela:“Sem motivo definido, eles chegaram fazendo muito barulho e afastaram as famílias que curtiam à tarde de domingo no local. Depois de 20 minutos, a polícia chegou e dispersou o movimento”.

Veja vídeo: http://youtu.be/UsjzFvj_7_Q

Rolezinho - violência policial

Segundo os comerciantes que se encontravam no local, o que mais chamou a atenção deles foi uma faixa que os motoqueiros carregavam e que dizia:”Som automotivo e manobras não é crime,precisamos de um espaço”.Talvez seja isso também o que os jovens “desocupados” e promotores de rolês necessitam: de espaço – de preferência no shopping! – onde eles possam se encontrar e curtir à vontade (sem vandalismo), e sem se preocupar com a violência policial.

*Jornalista e Escritor

*****

Link permanente Deixe um comentário

Aquário do Pantanal: Instalação de tanques começa em fevereiro

26/01/2014 at 12:10 (*Liberdade e Diversidade)

26/01/2014

Patrícia Belarmino / Correio do Estado

Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado

Aquário do Pantanal 2Obra é uma das mais divulgadas e caras do governo estadual

Prometido para o fim do ano, o Aquário do Pantanal começa a tomar forma. Em fevereiro, americanos vêm a Mato Grosso do Sul para a montagem do primeiro dos 25 aquários do monumento, que é a principal obra do governo estadual, segundo reportagem publicada hoje (26) no jornal Correio do Estado. O primeiro aquário a ser montado é o que ficará no anfiteatro criado dentro do complexo, com capacidade para 250 pessoas. Com a montagem do telhado, já é possível ter uma ideia de como ficará a obra quando pronta.

O secretário de Estado de Obras Públicas (Seop), Edson Giroto, afirma que o primeiro aquário será montado com as peças de acrílico que chegaram a Mato Grosso do Sul neste mês. Com 22 toneladas cada uma, as duas placas exigiram uma verdadeira força tarefa para chegarem ao Parque das Nações, onde está sendo erguido o empreendimento. Só para subir a Serra de Santos foram 10 dias. As peças têm 6,4 metros de largura, o equivalente aos dois sentidos de uma rodovia.
As peças serão montadas para que a estrutura do telhado do aquário seja concluída. As telhas de zinco titânio que serão usadas em uma parte da cobertura do complexo já chegaram da Holanda. Agora, é esperada a chegada dos vidros, também para o teto, fabricados na Espanha. O material já está no Porto de Santos. “Não é uma obra comum. Não tem nada deste jeito, deste porte sendo feito no Brasil”, diz Giroto.

O fiscal de obras da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), Luis Mário Mendes Leite, estima que o trabalho dos americanos na montagem do primeiro tanque deve durar cerca de 15 dias. Mesmo com este aquário montado, ele ainda não será preenchido com água. A intenção é agilizar a montagem do restante da estrutura do telhado. Ao todo, o Aquário do Pantanal terá 25 aquários, com várias espécies de peixes.

***

*Comentário do bloguista: Obra altamente questionável – na verdade, um enorme desperdício do dinheiro público. Mas fazer o que,né?

*****

Link permanente Deixe um comentário

Balzac e os rolezinhos

26/01/2014 at 09:55 (*Liberdade e Diversidade)

21/01/2014

Por Fábio Salem Daie / Blog Outras Palavras

Por

Redação

XIR346531

Lucien de Rubempré, personagem pequeno-burguês de Balzac: um mano do século XIX?

Quando jovens da periferia são impedidos de entrar num shopping, desenrolam-se os capítulos contemporâneos da “Comédia Humana”

Há cerca de duzentos anos, mais precisamente entre 1842 e 1848, Honoré de Balzac reunia o conjunto de sua obra para a publicação do ciclo romanesco que ficou conhecido como La Comédie Humaine (A Comédia Humana). Resultado de vinte anos de labuta literária, o empreendimento colossal (com mais de oitenta narrativas, muitas interligadas) registrava um dos grandes traços sociais de seu tempo: o esforço da classe burguesa ascendente em firmar-se como classe dominante, não apenas economicamente, senão culturalmente. Isto porque, se a revolução de 1789 havia soado a badalada final à imemorial supremacia política da aristocracia francesa, o período napoleônico e a Restauração mostrariam que havia ainda “feijão a comer” até a substituição de hábitos e valores há muito consagrados.

É nesse contexto que se move Lucien Chardon de Rubempré, famosa personagem de Ilusões Perdidas. Fruto da união entre um farmacêutico e a filha de uma família nobre decaída, o pobre e provinciano Lucien planeja vencer na vida por meio de seus talentos literários. Sua beleza, juventude e brilho conquistam o coração da Sra. de Bargeton, rica nobre da cidade de Angoulême, responsável por sua ruidosa acolhida no salão da aristocracia provinciana e que carregará consigo o poeta à capital parisiense.

O rolezinho de Lucien Chardon na Ópera

Uma das passagens mais importantes do romance tem lugar durante a apresentação de Les Danaïdes, ópera de Antonio Salieri (sim, aquele “arquirrival” de Mozart, em Amadeus). É por meio da Sra. de Bargeton que Lucien tem acesso ao camarote da Sra. D’Espard, prima daquela e marquesa influente da alta sociedade de Paris. É ali também, no entanto, em meio aos grandes brasões da França, que o herói vê tolhidos, pela primeira vez, todos os seus esforços para subir na vida. Jogado entre aqueles de uma classe superior à sua, Lucien fornecerá, sem perceber, as pistas de sua origem humilde e de seu nome vulgar (Chardon).

– Eis o senhor du Châtelet – disse nesse momento Lucien, levantando o dedo para mostrar o camarote da senhora de Sérizy (…). A esse sinal, a senhora de Bargeton mordeu os lábios em sinal de desprezo, pois a marquesa não pôde deixar de escapar um olhar e um sorriso de surpresa, que dizia tão desdenhosamente: ‘De onde saiu esse jovem?’ (…).

– Como fazem o senhor e a senhora de Rastignac, que todos sabem não dispor de mil escudos de renda, para manter seu filho em Paris? – disse Lucien à senhora de Bargeton (…).

– É evidente que o senhor veio de Angoulême – respondeu a marquesa bastante ironicamente, sem deixar o seu lornhão.

Após a ópera, questionada pela prima marquesa se tivera a ousadia de levar o filho de um boticário ao seu camarote, a Sra. de Bargeton se vê obrigada a expiar seus erros, desculpar-se pelo atrevimento e negar três ou dez vezes aquele Cristo vaidoso e belo. Abandonado à própria sorte, Lucien Chardon parte então para o verdadeiro conhecimento de Paris, suas ruas escuras, pensões sujas, figuras miseráveis; bem como seus salões, teatros e galerias vedados à gentalha: tais espaços, somente os burgueses muito ricos ou os artistas muito célebres possuíam a vênia (às vezes não dada) para adentrar.

O desprezo que a nobreza européia dispensava ao burguês era, também, o desprezo por aquele que desconhecia a etiqueta e as boas maneiras da alta sociedade. A detalhes tão eloqüentes (a ponto de denunciarem Lucien) unia-se um universo que poderia girar entre Vivaldi, Bach e Beethoven; Dante, Racine e Milton; os pensadores políticos ingleses, Hobbes, Locke, Bacon; os filósofos da tradição clássica (Platão e Aristóteles) e os filósofos cristãos (Santo Agostinho, Thomás Aquino); francês e latim; noções de arte, história e geo-política; a destreza no manejo de armas; o sentido de dever com o rei e com os servos da terra.

Pese a opressão do período feudal e, posteriormente, das monarquias absolutistas europeias, o burguês era encarado como filisteu e ordinário não somente porque escancarava o privilégio como advindo da exploração das camadas mais baixas (fossem camponeses ou operários). Importava o fato de que não dominava o código: a tradição cultural erguida, sepultada e mil vezes refeita através dos séculos, ao longo da ascensão e queda dos impérios. Isto era, em sentido forte, distintivo.

“Zoar, dar uns beijos, rolar umas paqueras”

Quando jovens da periferia são impedidos de entrar num shopping center de São Paulo, desenrolam-se aí os capítulos contemporâneos da Comédia Humana balzaquiana. Os Luciens Chardon de nosso tempo são meninos e meninas que almejam igualmente melhorar de vida, buscando para isso os símbolos de status e os objetos de desejo pelos quais se sentem menos excluídos de um universo (mesquinho) de valores. Se esses objetos são valor em si, também são os espaços de socialização em que o indivíduo se afirma como integrado.

Todos aqueles elegantes fidalgos usavam luvas magníficas, e ele tinha luvas de policial! Aquele brincava com uma bengala deliciosamente cravejada. Aquele outro usava uma camisa com punhos presos por delicados botões de ouro. Falando a uma senhora, outro torcia uma charmosa gravata (…). Um quarto retirava do bolso de seu colete um relógio liso como uma peça de cem sous (…). Observando essas pequenas bagatelas de que nem suspeitava, o mundo das superficialidades apareceu a Lucien e ele estremeceu pensando que era necessário um enorme capital para chegar ao estado de belo rapaz!

Última atualização da segregação econômica (e racial) que vigora em São Paulo, a repressão ao rolezinho vem escancarar que, em passeata ou arrastão, pesa mais a condição da pobreza do que a de manifestante ou fora-da-lei. Qualquer reunião é suspeita. Ao morro só se concede descer em grupos no carnaval. Fora de época, o morro não desce: ou corre ou marcha. Por essas a elite, quando decide desembolsar cem reais “apenas para entrar” numa casa noturna, sabe, no fundo, que não se trata “apenas” disto. Trata-se, de fato, de comprar a exclusividade do espaço junto àqueles que partilham do mesmo berço (por menos ornado de outras qualidades que não o puro e bom dinheiro). Em São Paulo e no Rio, pagar para entrar é, também, medida social.

Lucien via-se separado deste mundo por um abismo, perguntava-se por que meios poderia transpô-lo, pois desejava se assemelhar àquela esbelta e delicada juventude parisiense. Todos esses rapazes saudavam mulheres divinamente vestidas e belas, mulheres pelas quais Lucien se deixaria cortar em pedaços em troca de um único beijo (…).

La Comédie Humaine completa o ciclo com requintes de histeria. A elite e a classe média escarceam acusações que vão da “falta de modos” a tumulto e vandalismo. Na realidade, a quebra do decoro dos atuais Luciens difere daquela do jovem Chardon. Lucien, à ópera, deixava revelar à aristocracia seu aspecto de impostor, que em vão deseja parecer fidalgo. Lucien adivinhou que tinha ares de quem se vestira pela primeira vez na vida. Os Luciens contemporâneos não pagam esse tributo. Não só derrubam a exclusividade de consumo e de espaços de socialização, mas o fazem sem pedir, criando eles mesmos sua forma de socialização: o (inédito) rolezinho. A classe considerada subalterna inventa para si modalidades de inserção, com capacidade de aglomeração que a classe média apenas conhece em dias de festa.

Quem tem motor faz amor / Quem não tem passa mal (MC Daleste)

Em algum lugar, Jorge Luis Borges explica que a poesia gauchesca – que tanto cantou os feitos do homem do campo na Argentina – é, e só poderia ser, criação de literatos da classe média de Buenos Aires. Isto porque aquilo que os gaúchos reais de fato cantavam ao pé do fogo não era o pampa, o cavalo, o laço: coisas pertencentes ao cotidiano. O gaúchos falavam de coisas a que aspiravam e suas letras, explica Borges, traziam elementos incríveis (causos, personagens…) e algo de tendência reflexiva: um pouco à moda dos repentes e da literatura de cordel nordestinos.

O funk ostentação canta os desejos do jovem da periferia, e que só à primeira vista se resumem à necessidade de consumo. Embora relacionado sem dúvida ao progressivo acesso ao mercado consumidor, facultado pelo aumento da renda e do crédito nos últimos anos, caberia perguntar: assim como as reflexões gauchescas não aspiravam a ser verdadeira filosofia, seria o consumo do funk ostentação tão pretensiosamente sério?

Carros de luxo, helicópteros, aviões e até submarinos surgem nas letras, numa sucessão delirante de marcas e objetos caros, cobertos de ouro. Não algum ouro: mas quilos de ouro. Este toque de (talvez não seja equivocado dizer) “exagero” parece indicar algo óbvio, mas pouco notado nas canções: ostentar e possuir são coisas diferentes.

Se na matriz norte-americana as excentricidades de consumo estão, de fato, à mão de rappers milionários, no Brasil tudo parece tomar novas dimensões, próprias à realidade local. Basta ver que boa parte das letras gringas que falam sobre dinheiro vem acompanhada de, por assim dizer, questões práticas: fundos de investimento, transações vantajosas, negócios imobiliários, especulações arriscadas etc. O motivo é simples: os cantores de rap e hip-hop mais bem sucedidos nos Estados Unidos são também empresários, a ponto de, em 2013, a revista Forbes ter organizado as dez melhores dicas de finanças retiradas das letras de hip-hop1. Assim, a posse efetiva de carros luxuosos e iates se expressa, nas letras, pelos problemas que naturalmente assediam este mundo; diríamos, os ossos do ofício.

Esta constatação, comparativamente, deixa ver o peso que a palavra “ostentação” carrega no contexto brasileiro. O “exagero” presente nas letras aponta, sem querer, para o que há de limite na própria ascensão econômica. Pese o dinheiro conquistado por alguns funkeiros da ostentação, é como se dissesse: “vamos passear de helicóptero, porque trabalhar é de ônibus, mesmo”. Não há contradição. A parte do helicóptero é o sonho, o que resiste de lúdico num contexto em que, se há uísque, faltam ainda educação, saúde e moradia de qualidade.

Talvez isto seja a conexão mais profunda entre os rolezinhos e o funk ostentação. Paquera-se não só pessoas, mas as coisas, sem que isso implique tê-las. É passear antes de possuir, ainda que a posse se mantenha no horizonte. Estar próximo ao universo desejado, dentro dele (nos shoppings), entre um cabedal de objetos que vale mais pelo que tem de possibilidades do que de custo-benefício ou prazo de garantia. Daí a sucessão sem fim de marcas e formas, que atravessam umas as outras, sem fixar-se.

Contudo, o funk ostentação e os rolezinhos também podem ser, ironicamente, o primeiro tempo da questão social no Brasil em 2014, recuperando, quem sabe, ecos de junho do ano passado. Ainda há o que ver nesse rolê. 

 

*****

Link permanente Deixe um comentário

Grazi Massafera aparece em forma e feliz na praia

26/01/2014 at 09:26 (*Liberdade e Diversidade)

Grazi Massafera

*Grazi Massafera aparece em forma e feliz em praia do Rio. Fonte: MSN.

*****

Link permanente Deixe um comentário

Demarcação de terras indígenas no Brasil

26/01/2014 at 09:11 (*Liberdade e Diversidade)

Comissão definirá trabalho sobre demarcação

26/01/2014

FOLHAPRESS / Correio do Estado

Demarcação de terras indígenas 2

Instalada no fim de 2013, a Comissão Especial que vai analisar a proposta (PEC 215/00) que transfere para os parlamentares o poder de decidir sobre a demarcação de áreas indígenas, de quilombolas e reservas ambientais deve estabelecer já em fevereiro seu cronograma de trabalho.

De acordo com o deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), devem ser realizadas audiências públicas em quase todos os Estados. Ele afirmou que quase todos têm problemas de conflitos de terra entre fazendeiros e indígenas. Segundo o parlamentar, apenas seis estados não têm esse tipo de problema. Maldaner acredita que a situação atual, em que o Poder Executivo determina sozinho quais são as áreas indígenas, causa insegurança jurídica, não atende o que querem os índios e desconsidera a situação de milhares de produtores rurais que ocupam suas áreas de boa fé.

“Fizemos uma pesquisa e apenas 1% dos índios querem mais terra. 99% dos índios hoje querem educação, querem saúde, querem ter uma melhor qualidade de vida. Os agricultores familiares, eles compraram de boa-fé 80, 90 anos atrás. Estão cumprindo com a finalidade social, produzindo alimentos. Se nós temos uma dívida com a nação indígena, a Nação tem que pagar, mas não à custa do pequeno agricultor rural.”

Para o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), o Poder Executivo age de modo arbitrário, sem transparência. Ele afirma que não é razoável a demarcação se apoiar unicamente no laudo antropológico elaborado pelos técnicos para determinar se a área é ou não historicamente de uma tribo. “Não pode ter um documento, um laudo antropológico que seja feita unilateralmente e esse documento substituir a escritura pública e o registro. Cada documento que mexe no direito pétreo da propriedade precisa ser construído à luz dos olhos de todos os interessados.”

Posição do governo

O governo federal é contra a mudança e o Ministério da Justiça já se comprometeu a enviar para o Congresso no início do ano uma proposta que permita mais participação da sociedade no processo de demarcação. Para o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), a proposta é duplamente inconstitucional. Ele acredita que ela fere direitos e garantias fundamentais dos povos indígenas porque iria praticamente inviabilizar novas demarcações de áreas indígenas, quilombolas e ambientais.

Revisão das demarcações

Ele também afirma que é uma tentativa de tirar uma atribuição do Poder Executivo, prejudicando o equilíbrio entre os poderes. Molon assinala que até hoje o país tem violado os direitos de seus primeiros habitantes e que isso não pode continuar. “Hoje nós temos o desafio de resgatar, de saldar essa dívida e não de torná-la ainda maior, dificultando a demarcação de suas terras e, ainda mais, correndo o risco de rever demarcações como alguns dos que defendem a PEC 215 no fundo querem: desfazer demarcações já feitas pelo Poder Executivo.”

*****

Link permanente Deixe um comentário